Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Das viagens virtuais ao minimalismo elegante, são vários os conceitos que irão ditar o que os homens vão vestir na primavera-verão 2021. A influência do streetwear, a ousadia nos tecidos e a sustentabilidade das malhas são, segundo o gabinete de tendências WGSN, algumas das direções a ter em conta.

Dries van Noten

O ambiente dos jogos online é o cenário e a inspiração para uma das direções, que promove visuais formais para uma geração mais jovem, conjugando os modelos tradicionais dos fatos com artigos utilitários provenientes dos uniformes. O digital – tal como apresentado no conceito GameScape, que é comum também a mulher, criança e activewear – marca presença igualmente em motivos desenhados por inteligência artificial e grafismos reimaginados através de técnicas digitais, incluindo filtros térmicos.

O passado inspira o futuro e a imagética das corridas automóveis dos anos 80 regressa em silhuetas contemporâneas de denim, com detalhes práticos retirados dos mecânicos de Fórmula 1. Práticos são igualmente os pormenores do tema safari, que combina outdoor com um look urbano e athleisure luxuoso com construções híbridas e pormenores coloridos.


Louis Vuitton (Virgil Abloh)

O minimalismo reveste-se de elegância, traduzindo-se em peças confortáveis, detalhes funcionais e cores e materiais refinados, que se situam entre o luxo e a versatilidade prática. Com designers como Virgil Abloh, Kim Jones e Riccardo Tisci a reinventarem as assinaturas de casas de moda clássicas, a estética do desporto e do streetwear eleva-se ao nível do luxo.

A versatilidade, por seu lado, é esperada cada vez mais pelos consumidores, numa altura em que o trabalho se torna mais modular, com o aumento do número de homens que trabalha em casa ou partilha espaços com outros empreendedores. O denim, o vestuário mais clássico e os básicos do escritório combinam-se para criar um novo uniforme para o dia a dia.

Para as férias e o calor, o branco ganha protagonismo, assim como as silhuetas descontraídas. Os motivos florais estão igualmente em alta, mas numa versão mais gráfica e simples, usada para fazer a ligação à natureza.

Os mais novos, que cresceram com o streetwear, estão a abraçar os conceitos mais formais e a criar looks híbridos que combinam conforto e versatilidade com silhuetas mais cerimoniais, embora pouco estruturadas. O mar continua a ser uma fonte de inspiração, mas o marinheiro será mais técnico e sustentável, nos materiais e nas peças-chave, como as camisolas com múltiplos bolsos e casacos de outdoor.

Os designs caleidoscópicos serão uma alternativa aos estampados tropicais, representando uma evolução do tie-dye e das texturas naturais que são a tendência atual, assumindo um toque artificial. Nos estampados, destaque ainda para uma versão mais “dark” do verão, no seguimento do sucesso dos filmes de terror e de séries como Stranger Things, que retoma os temas do gótico, grunge e heavy-metal dos anos 90.

Tecidos ousados


Polopique

Os xadrezes ousados, os denims coloridos e com texturas e os reflexos brilhantes fazem parte das tendências para os tecidos da estação, assim como os efeitos ombré, e os tingimentos ikat em tecidos de algodão, como sugeridos pela Polopique. Entre os efeitos gráficos conta-se ainda o mármore – uma evolução da camuflagem – e as riscas tradicionais dos pijamas, como as apresentadas pela Vilarinho. Os tecidos em cru naturais ou os efeitos linho dão “voz” à tendência da sustentabilidade, com estes últimos a serem particularmente importantes para camisas e casacos de férias com uma textura rústica.

Os padrões do vestuário clássico ficam distorcidos pela influência do universo digital, enquanto a superfície terreste, nomeadamente os padrões geológicos, inspira motivos camuflados. Os looks mais futuristas recorrem a fibras com minerais que refletem os UV e conferem um acabamento metálico aos tecidos, incluindo em cambraias e cetins, para um luxo desportivo.

Malhas recuperadas

O patchwork invade as malhas, incluindo versões que reutilizam stocks passados. Esta versão sustentável implica ainda a utilização de fibras recicladas, especialmente poliéster, para vestuário de desporto. As riscas são obrigatórias, quer em modo de férias, em tons mais fortes e combinações ousadas, quer com efeitos tridimensionais, combinando duas cores para utilização em sweaters, casacos e t-shirts.


Familitex

Os básicos assumem responsabilidade na proteção do meio ambiente, com recurso a fios sustentáveis, desde poliéster reciclado a poliamida biodegradável, passando por algodão reciclado e misturas com liocel e viscose ecológica. Importante é igualmente reduzir a utilização de água, energia e químicos na produção de malhas. Os corantes naturais têm um foco redobrado, assim como o reaproveitamento de matérias-primas e os jacquards que replicam materiais industriais e uma estética crua com aspeto granulado, como proposto pela Familitex. Os materiais provenientes do mar, tanto naturais, como as algas, como os resíduos da atividade humana, os plásticos e redes de pesca que estão a ser reciclados e transformados em fio, são uma fonte de inspiração a ter em conta.

Numa outra vertente, os acabamentos em spray inspiram tonalidades irregulares que conferem qualidade dimensional a tecidos casuais. Os padrões clássicos, como losangos e xadrez, atualizam o vestuário mais casual. Num lado mais técnico, as malhas almofadadas têm lugar, como as apresentadas pela Lurdes Sampaio, o mesmo acontecendo com as malhas abertas, tipo rede, que conferem respirabilidade e leveza a camisolas de malha fina e loungewear.

https://www.portugaltextil.com/homem-adota-elegancia-virtual/

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Respostas a este tópico

sou fornecedora de produtos principalmente masculinos.   yareah confeccao de roupas, desde 2004. 

   Os looks mais futuristas recorrem a fibras com minerais que refletem os UV e conferem um acabamento metálico aos tecidos, incluindo em cambraias e cetins, para um luxo desportivo.

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