A falta de produtos importados e a paralisação por causa da pandemia do coronavírus afetam os setores têxtil e de vestuário. A normalização das entregas só deve acontecer no ano que vem, e o preço das roupas pode subir ainda mais. A alta este ano no setor já chega a 13,66%. Enquanto isso, confecções lutam para tentar não repassar os custos totais aos consumidores.
O empresário Ricardo Fioravanti, dono de uma confecção em Serra Negra (SP), conta que desde a retomada das atividades, há aproximadamente três meses, tem dificuldade para colocar todas as máquinas de costura para trabalhar. É porque falta uma matéria-prima básica: tecido.
Os prazos de entrega chegam a 40 ou 50 dias, quando há produto. “A viscolycra e até o jeans, que eram itens de prateleira, agora não estão mais vindo. E, quando tem, os preços estão até 50% mais caros”, conta o proprietário da Malharia Serra Negra.
Em 40 anos de atividade, a empresa nunca enfrentou uma situação como essa. Segundo ele, produtos são feitos no Brasil não têm tido os mesmos atrasos.
Outros itens usados na confecção, como cola, corantes, papelão, agulhas, peças de reposição das máquinas, que também são importados, tiveram aumentos consideráveis por causa da alta do dólar. Cerca de 70% dos custos de uma empresa que produz roupas são cotados na moeda estrangeira.
O especialista em relações comerciais com a China e sócio da Mr. China, Claus Malamud, afirma que o país asiático, apesar de ser o segundo maior produtor de algodão do mundo (perde para Índia), acabou levando os estoques da matéria-prima que havia no Brasil.
Como a produção lá retornou antes da brasileira, e com a incerteza do que iria acontecer aqui no país, a venda foi o melhor negócio para os produtores.
“Hoje está sendo produzido metade ou 1/3 do usual para o período”, afirma.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) aponta que a retomada “quase simultânea” das empresas provocou um gargalo nas matérias-primas.
Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), diz que várias empresas em setembro já haviam encerrado a produção anual diante da falta de insumos, quando o normal seria novembro.
Os dois proprietários de confecção ouvidos pela reportagem não têm expectativas otimistas para os próximos meses. O impacto deve ser sentido já nas compras de fim de ano, e se estende até a coleção outono/inverno de 2021.
“Não tenho como arcar com todo o percentual de elevação dos preços, vou ter que aumentar”, afirma Ricardo Fioravante.
“A ideia é que o custo não seja repassado totalmente ao preço, mas sabemos que isso é difícil. Todos precisam sobreviver de alguma forma”, afirma Edmundo Lima.
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A coisa está feia!
Dependo da produção de vestuário, estampado localizado, e este mês de novembro está crítico, com baixa nos pedidos, por falta de tecido nas confecções.
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