Texto escrito por Veronica Bates Kassatly. Artigo originalmente publicado em seu site pessoal e traduzido com permissão para o Modefica. Leia o artigo original aqui. Este artigo foi publicado na edição de Apparel Insider de 16 de dezembro de 2020.
Nota da editora: a tradução e divulgação da presente pesquisa sequencia outras publicações importantes sobre o tema feitas pelo Modefica, como o relatório Fios da Moda: Perspectivas Sistêmicas Para Circularidade e a série especial terra com t minúsculo: MST e Sustentabilidade.
“O Brasil é o principal produtor de Better Cotton do mundo, com 2.027.000 toneladas de Better Cotton produzidas na temporada 2018-19, um aumento de 34% em relação à temporada anterior. Este volume foi cultivado por apenas 312 Fazendeiros BCI, representando mais de 75% das grandes fazendas de algodão do Brasil”.
Essa é uma citação direta do Relatório Anual da Better Cotton Initiative 2019.
Com sorte, a análise delineada aqui dará ao setor de “vestuário sustentável” uma pausa para reflexão.
Ela mostra que o maior produtor de algodão da The Better Cotton Initiative (BCI) – o Brasil (com 36% do total da produção em 2018/19), tem características que não o tornam nem “mais sustentável”, “melhor” ou “preferível”. O algodão brasileiro BCI vem, quase que em sua totalidade, de grandes fazendas, de propriedades de bilionários da soja e de outros membros da elite brasileira, e pode estar contaminado com corrupção, necropolítica e desmatamento ilegal. Além disso, apesar de o Brasil ser responsável por apenas 5% da área mundial de cultivo de algodão e por 11% da produção mundial em 2019/20, também responde por cerca de 25% do total de pesticidas utilizados no algodão em nível global.
Isso veio logo após a minha descoberta de que o segundo maior produtor de algodão BCI – a China (com 16% da produção total em 2018/19) – era quase em sua totalidade proveniente de Xinjiang e poderia ser rastreado diretamente até a Xinjiang Production and Construction Corporation. Assim, grande parte do suposto “Better Cotton” do ano passado foi contaminado com trabalho análogo ao escravo, trabalho infantil, apropriação de ativos naturais e sinização [1] forçada.
Com certeza é hora das principais marcas financiadoras do BCI, incluindo Adidas, H&M, Gap, Nike, C&A, PVH e outras, deem uma boa olhada no que estão fazendo e se perguntem:
Isso é sustentabilidade ou é greenwashing?
Quando comecei a escrever este artigo, fui informada de que o homem a quem deveria contatar era o Dr. Terry Townsend, ex-Diretor Executivo do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC) e especialista comumente reconhecido em questões globais relacionadas ao algodão.
O Dr. Townsend tem um relacionamento próximo e de longa data com a produção brasileira de algodão. Cito o e-mail enviado por ele, para mim, de 20 de agosto de 2020:
“A produção do Cerrado (Brasil Central) foi incentivada pela indústria têxtil, e os agricultores, muitos deles com nada mais do que o que podiam carregar em um caminhão, se mudaram para cidades como Rondonópolis e literalmente foram os pioneiros em áreas desocupadas. Passei 10 dias no Mato Grosso e em Goiás em julho de 2000 viajando em um pequeno avião de fazenda em fazenda, e minha impressão foi de uma vasta área de matagal virgem. Desde então, já estive no Brasil e na região do Cerrado várias vezes. Passei dias visitando áreas agrícolas, observando operações de campo, conversando com fazendeiros e trabalhadores, visitando descaroçadoras, visitando armazéns. Conheci vários ministros da Agricultura em Brasília. Eu falei em conferências estaduais e nacionais. Visitei o escritório da ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) em Brasília e, até me aposentar, conheci todos os presidentes da ABRAPA. Visitei centros de pesquisa operados pela CONAB e conversei com cientistas que lideram programas de melhoramento…
Eu não estava procurando por corrupção ou abuso, e suponho que o abuso poderia ocorrer e um visitante internacional seria mantido cuidadosamente afastado. No entanto, também sei que o algodão é fortemente regulamentado e os operadores agrícolas são obrigados a fornecer moradia, assistência médica, salário mínimo e educação para as crianças em seu pacote de benefícios de contratação. Os agricultores brasileiros acreditam que estão em desvantagem competitiva com os agricultores nos Estados Unidos e em outros lugares por causa dos custos sociais que são obrigados a pagar.
Só porque a agricultura brasileira tem problemas, não significa que os agricultores estejam causando esses problemas”.
Eu, por outro lado, nunca estive no Brasil e o mais próximo que cheguei do país foi em visitas aos seus vizinhos: Peru, Argentina, Colômbia e Uruguai. Minha análise é uma revisão documental, baseada na literatura disponível.
No entanto, onde convergimos é quanto à opinião de que por algumas ou todas as razões descritas abaixo, o algodão ABRAPA – e portanto o algodão BCI do Brasil – não pode ser rotulado como “preferível e mais sustentável” – e preferível e mais sustentável do que o quê, alguém pode perguntar. Do que o algodão australiano? Do que o algodão dos EUA?
Tal coisa não existe.
a) O país
O Brasil é a 9ª maior economia do mundo, mas em termos de renda per capita, o CIA World Factbook coloca o PIB brasileiro – per capita (Paridade do Poder de Compra, PPP) no 108º lugar do mundo. Então, estamos falando de uma economia muito grande, com uma população ainda maior (a 5ª maior do mundo), cuja renda per capita está um pouco – cerca de 10% – abaixo da média global. Mas o diabo está nos detalhes – quão equitativamente a renda nacional do Brasil é realmente distribuída?
A desigualdade não é fácil de medir. Recentemente, uma fonte importante é o Banco de Dados de Desigualdade Mundial – fundado pelo prodígio da economia Thomas Piketty – e seu Relatório de Desigualdade Mundial de 2018. A partir do relatório, a Folha de S.Paulo (FSP) concluiu, em 2019, que: “Os super-ricos do Brasil lideram a concentração de renda global. Nenhum outro país democrático apresenta maior concentração de renda entre o 1% mais rico. Privilégios, escravidão e patrimonialismo são vistos como causas”. Uma causa apoiada pelo próprio Piketty.
A FSP afirma que o Brasil perde apenas para o Catar nas tabelas de desigualdade e que “o 1% mais rico do Brasil (cerca de 1,4 milhão de adultos) detém 28,3% da renda total do país… Em comparação, os 50% mais pobres (71,2 milhões de pessoas) recebem 13,9% da renda nacional, menos da metade da parcela correspondente ao 1% mais rico”.
Dado que toda declaração de “sustentabilidade” no setor global de vestuário elogia da boca para fora os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, esperaríamos que qualquer programa de algodão preferível ou mais sustentável se concentrasse nos 20% mais pobres – será que isso é verdade no Brasil?
b) O Algodão
Embora mundialmente, a produção de fibra de algodão tenha aumentado apenas 70% entre 1975 e 2019, a produção desta fibra no Brasil disparou. Em 1975, era de 1,8 milhão de fardos (para converter fardos em toneladas, é só os dividir por 4,593), e 13,2 milhões de fardos em 2019. As exportações tiveram um desempenho ainda melhor, passando de 356 mil fardos para 8,6 milhões de fardos no mesmo período – um aumento de 600% e 2000% respectivamente. Muito dessa agitação pode ser atribuída ao estado do Mato Grosso, que, em 1995, oferecia 907 mil quilômetros quadrados de terras, divididos em três biomas principais: floresta amazônica, Cerrado e Pantanal. Apenas 15% das terras estavam ocupadas ou em cultivo, quando 40% eram realmente aptas para a agricultura.
Em 4 curtos anos, 1995/6 – 1999/2000, a produção de algodão no Mato Grosso subiu de 33 mil toneladas para cerca de 302 mil, aumentando de uma pequena porção do total brasileiro para cerca de metade da produção. O rendimento médio da fibra foi estimado em 1.125 quilos por hectare em 1999/00 – possivelmente o maior rendimento médio de sequeiro do mundo. Como a produção de algodão era relativamente nova, os problemas de pragas e doenças no Mato Grosso eram incomumente baixos para a produção tropical. Em nenhum lugar, entretanto, a produção de algodão em larga escala foi possível, no longo prazo, em um clima tropical.
O Mato Grosso continuou em alta. Para 2018/19, o estado produziu dois terços do algodão brasileiro, em uma área recorde de 1,07 milhão de hectares – 38% acima dos níveis de 2017/18, e mais de 90% nos últimos cinco anos. Como resultado, o Brasil colheu sua maior safra de algodão de todos os tempos para MY[2] 2018/19 – estimada em 12,8 milhões de fardos de 480 libras [3].
Ou seja, o algodão no Brasil está crescendo. Mas é “mais sustentável”? A maioria de nós consideraria isso sustentável?
Na tentativa de investigar e analisar tudo isso, é importante saber que, no Brasil, o algodão é uma cultura menor, cultivada em rotação com a soja. Na rotação, o algodão é predominantemente a cultura secundária, o que significa que a maior parte dele é plantada nos mesmos campos, após a colheita da soja. Os fazendeiros fazem isso porque o algodão, com sua raiz longa, aumenta o rendimento da safra primária (soja), quebrando a segunda camada de solo e trazendo os nutrientes para mais perto da superfície.
Em números redondos, o Brasil produz 110 milhões de toneladas de soja em 35 milhões de hectares, em comparação com 2,8 milhões de toneladas de algodão em pluma em 1,7 milhão de hectares. O algodão e a soja têm necessidades agronômicas diferentes. A soja é muito mais simples de cultivar. Elas são suscetíveis a menos doenças e uma gama mais restrita de pragas. Consequentemente, menos herbicidas e inseticidas são aplicados à soja. Quaisquer abusos nos procedimentos de manuseio de produtos químicos têm mais probabilidade de estar relacionados ao cultivo de algodão nas fazendas do que à produção de soja. Mas para os outros abusos que este ensaio irá cobrir – corrupção, necropolítica, desmatamento ilegal – eles são todos a mesma coisa.
Então, se olharmos para o algodão e a produção de soja do Brasil – como um substituto para os problemas e preocupações que contaminam o algodão brasileiro, – achamos que as fazendas de soja do país são modelos de sustentabilidade?
A afirmação de que o Brasil é “o maior produtor de algodão sustentável do planeta” é uma citação direta de Milton Garbugio, presidente da ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). Ela é endossada com entusiasmo por todos os grandes nomes do setor de roupas “sustentáveis”, desde a Pesticide Action Network UK, Solidaridad e WWF até a IDH e o Textile Exchange. De acordo com o Relatório de Mercado de Materiais e Fibras Preferenciais de 2020, a produção total de “Algodão Preferencial” em 2018-19 foi de 6,4 milhões de toneladas. Cerca de 2,2 milhões de toneladas, ou 34% disso, vieram da ABRAPA. O Paquistão e a China disputam o segundo e terceiro lugares com um valor comparativamente irrisório de 0,95 milhões de toneladas e 0,94 milhões de toneladas, respectivamente.
Para quem leu um jornal nos últimos dez anos, essa afirmação – de que a agricultura brasileira é tão marcante, no bom sentido – pode surpreender. Certamente me surpreendeu.
O Brasil aderiu à Better Cotton Initiative (BCI) em 2010, quando a ABRAPA (Associação Brasileira de Produtores de Algodão) se tornou um Parceiro Implementador (IP). Para citar o próprio Relatório do Programa Fast Track do Better Cotton (BCFTP) 2010-15:
“A ABRAPA e sua associação estadual representam quase todas as terras e produção de algodão, bem como todas as exportações de algodão, em todo o Brasil. O BCFTP financiou a ABRAPA em 2012, mas em 2013 o projeto era totalmente autossuficiente. O padrão ‘ABR’ da associação foi formalmente referenciado com Better Cotton, exemplificando um modelo de parceria de sucesso que incorpora sustentabilidade na cadeia de abastecimento do algodão”.
Em 2015, havia 189 agricultores BCFTP produzindo 761.991 toneladas de algodão, quase inteiramente em grandes plantações com uma área média de algodão de quase 3.000 hectares, em fazendas que provavelmente são muito maiores do que esse tamanho. De fato, o relatório de 6 de julho de 2000, “Brazil Aiming to Export Again” afirma:
“A área de algodão por fazenda varia de 500 hectares a 35 mil hectares, com média de 5 mil hectares. A maioria das fazendas tem o mesmo valor em soja e milho, com muitas também administrando gado de corte. A maior operação única de algodão no Brasil é de 35 mil hectares composta por fazendas no Mato Grosso, Goiás e São Paulo, e fazendas individuais de 1.5 mil hectares no Mato Grosso são consideradas pequenas”.
[“Brazil Aiming to Export Again” – artigo de Terry Townsend, publicado no “Cotton: Review of the World Situation” – ICAC – volume 53, número 6, julho / agosto de 2000].
O BCFTP financiou projetos no Brasil apenas em 2011 e 2012. Em 2011, 50 agricultores produziram 40 mil toneladas de algodão em pluma, a um custo de € 9,87 (R$ 64,62) por tonelada. Enquanto em 2012, 100 agricultores BCFTP no Brasil produziram 325.000 toneladas de algodão em pluma, a um custo de € 2,04 (R$ 13,36) por tonelada. Nesta base, o BCFTP gastou € 394 mil(R$ 2.5 milhões) em 2011 e € 663 mil (R$ 4.3 milhões) em 2012, ou seja, um custo por agricultor de € 7.896 (R$ 51 mil) e € 6.630 (R$ 43 mil), respectivamente. Por que o custo de conversão por agricultor era muito maior no Brasil do que em qualquer outro lugar, e por que custou à BCFTP € 1.05 milhão (R$ 6,8 milhões) para comparar um sistema existente – o sistema ABR – com Better Cotton, é um dos mistérios da vida.
O que sabemos é que um total de mais de um milhão de euros de financiamento – incluindo o dinheiro do contribuinte – foi entregue a grandes fazendas, portanto, presumivelmente, não para os mais pobres, mas para algumas das pessoas mais ricas do Brasil, um país conhecido por sua corrupção.
A BCI e a IDH dificilmente podem ignorar isso; em 2011, o jornal Gazeta do Povo e a RPC TV, do estado do Paraná, conquistaram prêmios por suas reportagens investigativas sobre o furto realizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná de quase US $ 400 milhões (R$ 2.1 bilhões) em recursos públicos.
Uma rápida pesquisa no Google revela uma série de artigos sobre prisões de figuras proeminentes por corrupção, desde então.
Além disso, o fato de que poucos proprietários de terras muito ricos e poderosos controlam a agricultura do Brasil, em detrimento do resto da nação, é conhecido há muito tempo. Cito um artigo de 2013 no Independent: “então, como os grandes proprietários de terras se safam com tanto assassinato, violência e intimidação? A resposta se resume ao seu poder esmagador e à facilidade com que podem abusar dele; O Brasil é extraordinariamente desigual. Quase um terço de todas as suas terras aráveis pertence a 0,8% dos proprietários de terras, de acordo com pesquisa feita por acadêmicos do centro de estudos brasileiro CEBRAP. Da mesma forma, cerca de 85% do valor da produção agrícola é detido por apenas 8% das propriedades do Brasil.
Esse vasto poder econômico também dá aos grandes proprietários de terras influência política – e a capacidade de corromper a polícia e os políticos. Alguns contribuem para campanhas eleitorais extremamente caras e outros estão na política, em níveis nacional, estadual e inferiores. Alguns até possuem empresas de mídia que influenciam o debate público.
É um sistema podre, ainda mais distorcido pelo fracasso da polícia e da justiça em capturar e punir de forma confiável os assassinos e, o mais importante, aqueles para quem trabalham”.
O presidente da ABRAPA, sócio do BCI, Milton Garbugio, é um político – vice-prefeito de Campo Verde no Mato Grosso. O ex-ministro da Agricultura e ex-governador do Mato Grosso, o bilionário Blairo Maggi, é acusado de corrupção, enquanto a Agropecuária Maggi, braço do agronegócio de seu Grupo Amaggi, é produtora da Abrapa.
No Brasil, o assassinato, a violência e a intimidação praticada pelo agronegócio vão desde a repressão de moradores indesejados à pulverização aérea diária de pesticidas – como observou o repórter do The Independent – a centenas de tiroteios, desmembramentos e outras atrocidades documentadas pela CPT. Para o período de 2007 a 2011 – quando o BCI e a IDH fizeram parceria pela primeira vez com esses enormes produtores de algodão brasileiros – parece que houve uma média de um assassinato relacionado ao conflito de terras a cada 12 dias. Só em 2011 houve 38 tentativas de homicídio e 347 ameaças de morte no mesmo período.
A situação não parece estar melhorando. Em 2017, o Brasil viveu seu ano mais violento em termos de conflitos e mortes em áreas rurais desde 2003, e 70 pessoas perderam suas vidas – um aumento pelo quarto ano consecutivo, de 34 em 2013 para 70 em 2017. E enquanto em anos anteriores, as vítimas mais comuns da violência rural eram ativistas que ocupavam fazendas perto de grandes fazendas, agora elas são membros de grupos indígenas e outras populações tradicionais que fazem uso da terra.
É importante notar que em 2000, era reivindicado do Mato Grosso: “cerca de metade do estado consiste em reservas indígenas, parques, áreas úmidas e áreas de governo, e 40% da área de terra do estado é adequada para a agricultura”. Não é de surpreender que essas reservas e parques indígenas tenham se mostrado tentadores demais para alguns empresários inescrupulosos.
Na verdade, o advento do governo de Jair Bolsonaro simplesmente aumentou a pressão.
Mais de 4 mil indígenas protestaram contra os ataques do governo aos direitos nativos em abril de 2019, mas sem efeito. Em maio de 2020, a FUNAI, a Fundação Nacional do Índio, introduziu uma nova política, abrindo 237 áreas, ou 37.830 milhas quadradas, para assentamento e exploração externa.
O UOL Brasil afirma que pelo menos oito ativistas envolvidos em disputas com representantes da indústria da soja morreram em 2018, apenas no estado do Pará. De acordo com as leis de maio de 2020, esses tipos de confrontos só devem aumentar à medida que: “criam cobertura legal para grileiros, fazendeiros, produtores de soja, madeireiros e outros estranhos para invadir terras ancestrais indígenas, reivindicar o título permanente da propriedade e explorar terras vitais para a sobrevivência indígena”.
Sugiro mudar a frase para: Nós temos que nos perguntar se: mesmo à luz das recentes descobertas, com o status concedido pelo BCI ao Brasil de produtor de algodão mais sustentável do mundo, devemos suspeitar que alguns produtores de soja/algodão estarão entre os grileiros que explorarão essas novas leis?
As palavras “Amazônia” e “desmatamento” se tornaram – com razão – sinônimos na mente de muitas pessoas e desde a eleição de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil, as coisas só pioraram:
“A destruição aumentou 10,7% no mês, em relação a junho de 2019, segundo o Inpe… Se houver outro aumento do desmatamento em julho, o Brasil se encaminha para um desmatamento anual de mais de 15 mil quilômetros quadrados… Isso seria um aumento de 10.129 quilômetros quadrados no ano passado e o maior nível de desmatamento desde 2005, de acordo com dados oficiais do governo”.
Observe que o artigo se refere ao “maior nível de desmatamento desde 2005”. Isso não é algo novo, algo que o BCI e o BCFTP desconheciam completamente. Isso é algo que vem pairando em segundo plano, ao longo do tempo de envolvimento das iniciativas no Brasil. Na verdade, a Forbes afirma que “aproximadamente um quinto da Amazônia brasileira foi desmatada nos últimos 50 anos”.
Você deve se lembrar da seção 3 onde vimos que se o cultivo da soja no Brasil vem às custas da destruição da floresta amazônica, o cultivo do algodão também vem. Então, a produção de soja brasileira está envolvida no desmatamento da Amazônia? Sim, o ruralista Blairo Maggi, já mencionado, foi agraciado com o prêmio Greenpeace Golden Chainsaw em 2006, como o brasileiro que mais contribuiu para a destruição da Floresta Amazônica.
E não é só a Amazônia que está sendo desmatada.
Como a Reuters colocou em um relatório especial de 2018:
“Os fazendeiros do Brasil araram sob mais da metade do Cerrado, a maior savana da América do Sul. O país é o maior exportador mundial de carne bovina e soja. O custo é a emissão de gases de efeito estufa, o desaparecimento da vida selvagem e o enfraquecimento das bacias hidrográficas”.
O WWF se refere ao Cerrado brasileiro em termos brilhantes e lamenta sua perda:
“O cerrado, que fica em sua maioria no Brasil, nunca recebeu a mesma atenção que seu vizinho mais glamoroso, a Amazônia. No entanto, é a savana com maior biodiversidade do mundo, lar de 5% dos animais e plantas do planeta.
Desde a década de 1950, entretanto, a agricultura – mais recentemente, a rápida expansão da produção de soja e carne bovina – causou a perda de cerca de metade de sua vegetação nativa. Em 2030, o Cerrado deverá perder dezenas de milhões de acres adicionais de vegetação nativa.
A vida selvagem do Cerrado e as comunidades rurais são as que mais sofrem. Esta savana contém cerca de 200 espécies de mamíferos, 860 espécies de pássaros, 180 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios, 1.200 espécies de peixes e 90 milhões de espécies de insetos. Os tamanduás-bandeira e tatus estão entre as 60 espécies animais vulneráveis, 12 das quais estão em perigo crítico. De suas mais de 11.000 espécies de plantas, quase metade não é encontrada em nenhum outro lugar da Terra, e as comunidades locais dependem de muitas delas para alimentação, remédios e artesanato”.
A ironia de que o BCI foi fundado pelo WWF, e que o WWF é um apoiador firme do algodão BCI brasileiro, não deve escapar a ninguém. De fato, a Textile Exchange (TE) afirma que 93% de todo o algodão da ABRAPA era BCI em 2018/19, e com 2,2 milhões de toneladas de um total de 6,4 milhões de toneladas de algodão sustentável no ano, o algodão brasileiro é o principal produto que o WWF está promovendo. Ironia à parte, o WWF está correto? O cultivo da soja está envolvido no desmatamento do Cerrado?
Certamente, um estudo de 2018 para criadores de salmão noruegueses acredita que sim:
“A soja tem impactos socioambientais importantes. Sua expansão para novas fronteiras agrícolas, especialmente no bioma Cerrado, tornou-se um grande colaborador para a destruição de florestas nativas, além dos impactos sobre as comunidades indígenas e conflitos de terra”.
De fato, como resultado de tais preocupações, 84 empresas, investidores e organizações que têm a soja brasileira em suas cadeias de valor apoiaram, em dezembro de 2019, uma moratória da soja na Amazônia. Curiosamente, um dos signatários é Marks and Spencer, que promove ativamente o BCI – e, portanto, o algodão brasileiro, produzido nas mesmas plantações de soja que estão boicotando.
Outro estudo publicado mais recentemente em julho de 2020 descobriu:
“20% das exportações de soja e pelo menos 17% das exportações de carne bovina de ambos os biomas para a UE podem estar contaminadas com desmatamento ilegal”.
Este não é o lugar para uma análise detalhada dos abusos na indústria de soja brasileira (e, portanto, do algodão). Basta dizer que, entre eles, esses 2 estudos descobriram evidências, não só de desmatamento ilegal, mas também de conflitos de terra, uso de agrotóxicos proibidos, invasão de terras indígenas e trabalho escravo.
Um agricultor em particular – Sadi Luiz Piccinin Junior – é citado como envolvido em ações judiciais relacionadas a conflitos de terra e uso de agrotóxicos ilegais, além de irregularidades trabalhistas.
As fazendas de Piccinina estão listadas no site da ABRAPA como tendo produzido algodão ABRAPA e, portanto, BCI tanto em 2015/16 como em 2018/19.
Fotografia tirada em 2016 no Mato Grosso, na fazenda da SLC Agrícola // Reprodução
O site da BCI afirma que “tem como objetivo transformar a produção de algodão em todo o mundo, desenvolvendo Better Cotton como um produto sustentável convencional”. Isso implica que o algodão não BCI não é sustentável e que o algodão BCI é, de alguma forma, “melhor”. Ainda assim, a produção brasileira de algodão exige as maiores aplicações de pesticidas por acre do mundo. De acordo com o ICAC Cotton Data Book 2020, os custos médios nacionais de pesticidas no Brasil são 5 vezes a média mundial. Além disso, os altos rendimentos do algodão no Brasil que tornam a produção economicamente viável são sustentados por aplicações de fertilizantes sintéticos que custam o dobro da média mundial. Na medida em que os consumidores associam sustentabilidade com aplicações reduzidas de pesticidas e fertilizantes sintéticos, eles estão claramente sendo enganados quando a produção brasileira é rotulada como “Melhor”.
As perspectivas de longo prazo para o algodão no Brasil, assim como em outros países da América do Sul, dependem da capacidade de controlar o crescimento dos bicudos sem recorrer a aumentos contínuos nas aplicações de inseticidas. O Brasil não foi capaz de implementar um programa de controle dos bicudos em toda sua área, como tem sido feito nos Estados Unidos, e até 20 aplicações de inseticidas são feitas a cada temporada apenas para lidar com o animal. Apesar de representar 5% da área mundial de algodão e 11% da produção mundial em 2019/20, cerca de 25% de todos os pesticidas usados no algodão em todo o mundo foram usados no Brasil.
Além disso, nem todos os pesticidas são igualmente tóxicos, e o Brasil usa muitos que são proibidos na UE e nos EUA. De fato, o Mongabay afirma que “em 2019, 325 pesticidas foram lançados no Brasil. Eles contêm 96 ingredientes ativos, 28 dos quais não são comercializados ou registrados na União Europeia. Trinta e seis deles não são comercializados ou registrados na Austrália, 30 não são comercializados ou registrados na Índia e 18 não são comercializados ou registrados no Canadá”.
De acordo com o WWF, “fatos sobre algodão: apenas 2,4% das terras aráveis se destinam ao cultivo algodão, embora o algodão seja responsável por 24% do mercado mundial de inseticidas e 11% da venda de pesticidas globais. 73% da colheita global de algodão vem de terras irrigadas”.
No lamentável padrão usual dos relatórios de “Ciência” do WWF, nenhuma fonte é fornecida para comprovar esses “fatos” e nenhum ano é citado. Na verdade, mais tarde no mesmo “relatório”, somos informados de que “o algodão sozinho é responsável por um quarto de todos os inseticidas e herbicidas usados na agricultura, com graves impactos para a saúde dos trabalhadores no campo e dos ecossistemas”.
Não se explica como o algodão passou de 11% dos pesticidas globais para 25% em questão de parágrafos.
O componente mais importante do uso global de pesticidas são os herbicidas, que representam quase 50% do total. Ninguém parece estar se atualizando, mas a Cropnosis Ltd. calculou que pesticidas no valor de US$ 58,5 bilhões (R$ 318 bilhões) foram vendidos em todo o mundo em 2014. Herbicidas representaram 47%, inseticidas 19%, fungicidas 19% e cuidados com sementes e produtos químicos especializados, como reguladores de crescimento/dessecantes/desfolhantes, etc., representaram 7,4%.
No mesmo ano de 2014, o algodão representava 5,7% do valor de todos os agrotóxicos comercializados. Isso representou 16,1% do total das vendas globais de inseticidas, 3,9% de herbicidas, 4% de reguladores de crescimento/dessecantes/desfolhantes e 1% das vendas mundiais de fungicidas.
Portanto, não 11% ou 25% como afirma o WWF, mas apenas 6% das vendas globais de pesticidas podem ser atribuídas de forma confiável ao algodão.
Talvez mais pertinente, por causa de sua temperatura, chuva e complexo de pragas, o Brasil responde por quase 25% do custo de todas as aplicações de pesticidas no algodão em todo o mundo. Ainda assim, o algodão BCI brasileiro é precisamente o que o WWF, ano após ano, estimula todos a comprarem, com o fundamento de que é “mais sustentável”.
O WWF já havia sido acusado de “vender sua alma às corporações”. Agora, parece que com a ajuda e estímulo da organização – e outras ONGs e sites de fornecimento sustentável, igualmente não-científicos e mal informados – o setor de vestuário criou uma teia de engano em torno da produção de algodão. Isso conseguiu manter a demanda baixa, os preços baixos e facilitar a substituição por fibras fósseis ainda mais baratas. É evidente que esse engano prejudicou alguns dos mais pobres do planeta – produtores de algodão de subsistência do Benin ao Paquistão. Todas essas intervenções não foram apenas científicas, mas também foram e são completamente antiéticas.
Foto 2016 de um ninho de pássaro em uma planta de algodão, no mesmo campo no Mato Grosso na fazenda da SLC Agrícola // Reprodução
Para repetir a citação do BCI anterior: “a ABRAPA e suas associações estaduais representam quase todas as terras e produção de algodão, bem como todas as exportações de algodão, em todo o Brasil”.
Todo algodão de exportação brasileiro é ABRAPA, e todo algodão ABRAPA ABR é BCI.
Como cultura secundária à produção de soja brasileira, vimos que a produção de algodão no Brasil está potencialmente – em alguns casos, comprovadamente – envolvida no desmatamento ilegal e abusos dos direitos humanos, e é responsável por uma parcela desproporcional do uso global de pesticidas no algodão.
O algodão é uma commodity produzida em condições aquém das ideais, em muitos lugares diferentes e por muitos motivos diferentes. Não estou pedindo uma proibição ou boicote ao algodão brasileiro. Estou simplesmente dizendo que rotulá-lo de “mais sustentável”, “melhor” ou “preferencial” é um absurdo.
Nota de rodapé
Depois que essa análise foi para a impressão, apareceu no Guardian um artigo vinculando o referido agronegócio, no contexto dos agrotóxicos – SLC Agrícola – a terras legalmente desmatadas. O artigo afirmava que:
“Apesar dessa destruição, os produtos dessas áreas podem ser rotulados como legais e sustentáveis no Brasil. Isso destaca as deficiências de um sistema de comércio internacional que depende de padrões locais, que muitas vezes são influenciados por fazendeiros focados no lucro econômico de curto prazo, ao invés do bem global de longo prazo, que incorporaria o valor dos sistemas de água, sumidouros de carbono e habitats da vida selvagem”.
Para os interessados nos dados, eles podem ser encontrados no próprio site da SLC Agrícola:
“A SLC Agrícola cultiva algodão no Cerrado brasileiro desde 1998 e, portanto, tem alta produtividade e um produto de boa qualidade. Nos últimos cinco anos a produtividade da SLC Agrícola tem sido superior à média nacional de 11,1%, assim como de países concorrentes como EUA, China e Índia, representamos 8% da área plantada no Brasil e 12% do algodão total exportado”.
Todo o algodão de exportação do Brasil é BCI, portanto 12% desse algodão foi fornecido pela SLC Agrícola.
Texto escrito por Veronica Kassatly. Artigo originalmente publicado em seu site pessoal e traduzido com permissão para o Modefica. Texto traduzido por Juliana Aguilera e revisado por Lívia Rocha. Leia o artigo original aqui.
https://www.modefica.com.br/o-agro-nao-e-pop-9-motivos-pelos-quais-...
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Não aparece nenhuma afirmação. Sempre precede um "pode". É claro que tambèm pode ser a negação. Querem o monopolio. Aí aparece, quase que de repente, um grande produtor. Por isto, precisam derrubá-lo. Não há produção mais isenta que a do Brasil. Não tem os subsídios americanos, nem o trabalho miserável da India e da China!
Triste ler uma artigo desses promovido neste local.
Não sei qual a intenção da autora nem de sua replicação.
O artigo é uma coletânea de alguém que nunca esteve no Brasil, não consultou fontes oficiais para seu posicionamento e contraponto (por por várias vezes já posicionaram sobre esse assunto em 2019) e se utiliza de fontes de viés político progressista (The Gaurdian, Folha de São Paulo; Mongabay...) ... artigo de alguém que nunca ouviu falar da Lava Jato e mistura suas prisões fora do contexto da corrupção q combateu; que cita o plantio de soja no cerrado misturando com selva amazônica; que cita "Benin ao Paquistão"...como exemplos de países pobres "limpinhos" contrapondo ao Brasil (será que a autora quer todos , exceto ela e seus companheiros - lógico, vivendo uma "pobreza limpinha"? )
No fundo esse artigo visa negativar o agronegócio, o Brasil e seu comando federal citando nominalmente o presidente.
Triste dar visibilidade a esse tipo de propaganda política ... Que já na sua chamada da matéria se utiliza de jargão "O agro não é pop", contrapondo a divulgação do agronegócio veiculada na mídia.... recurso jornalístico cafajeste, de quem engole o motivo 7 dos 9 que se propõe e coloca os dados sociais do Brasil como um deles .
Sei que está na moda falar mal do Brasil... dá status de intelectual, transborda virtude, monopoliza o discurso.. e infelizmente arregimenta um monte de inocentes úteis.
O que vemos aqui nada mais é do que o reflexo americano; estamos e vamos seguir a mesma trilha e campanha política de lá...
mas creio que aqui não seja local para posts desse tipo... mas toda vez que publicarem material de cunho político com "roupagem" técnica, estão abrindo a porta para posicionamento políticos... e aí, como no passado já o fiz, na ocasião da apologia ao poliéster no NE, vou pontuar que não há unanimidade em posts assim... e logo merecem contraponto.
Os artigos reproduzidos aqui, não refletem a opinião de Textile Industry, trata-se de manter a nossa orientação no sentido de repercutir o que se divulga da nossa cadeia têxtil. A intenção é ajudar, com as informações disponíveis na mídia; Seja a título de orientação, conhecimento, inspiração e alerta.
Não seguimos nenhuma orientação, que seja política, religiosa ou de qualquer natureza
Antonio Silverio Paculdino Ferre disse:
Não aparece nenhuma afirmação. Sempre precede um "pode". É claro que tambèm pode ser a negação. Querem o monopolio. Aí aparece, quase que de repente, um grande produtor. Por isto, precisam derrubá-lo. Não há produção mais isenta que a do Brasil. Não tem os subsídios americanos, nem o trabalho miserável da India e da China!
Antonio Silverio Paculdino Ferre disse:
Não aparece nenhuma afirmação. Sempre precede um "pode". É claro que tambèm pode ser a negação. Querem o monopolio. Aí aparece, quase que de repente, um grande produtor. Por isto, precisam derrubá-lo. Não há produção mais isenta que a do Brasil. Não tem os subsídios americanos, nem o trabalho miserável da India e da China!
Os artigos reproduzidos aqui, não refletem a opinião de Textile Industry, trata-se de manter a nossa orientação no sentido de repercutir o que se divulga da nossa cadeia têxtil. A intenção é ajudar, com as informações disponíveis na mídia; Seja a título de orientação, conhecimento, inspiração e alerta.
Não seguimos nenhuma orientação, que seja política, religiosa ou de qualquer natureza
Hilario Aleixo Munhoz disse:
Triste ler uma artigo desses promovido neste local.
Não sei qual a intenção da autora nem de sua replicação.
O artigo é uma coletânea de alguém que nunca esteve no Brasil, não consultou fontes oficiais para seu posicionamento e contraponto (por por várias vezes já posicionaram sobre esse assunto em 2019) e se utiliza de fontes de viés político progressista (The Gaurdian, Folha de São Paulo; Mongabay...) ... artigo de alguém que nunca ouviu falar da Lava Jato e mistura suas prisões fora do contexto da corrupção q combateu; que cita o plantio de soja no cerrado misturando com selva amazônica; que cita "Benin ao Paquistão"...como exemplos de países pobres "limpinhos" contrapondo ao Brasil (será que a autora quer todos , exceto ela e seus companheiros - lógico, vivendo uma "pobreza limpinha"? )
No fundo esse artigo visa negativar o agronegócio, o Brasil e seu comando federal citando nominalmente o presidente.
Triste dar visibilidade a esse tipo de propaganda política ... Que já na sua chamada da matéria se utiliza de jargão "O agro não é pop", contrapondo a divulgação do agronegócio veiculada na mídia.... recurso jornalístico cafajeste, de quem engole o motivo 7 dos 9 que se propõe e coloca os dados sociais do Brasil como um deles .
Sei que está na moda falar mal do Brasil... dá status de intelectual, transborda virtude, monopoliza o discurso.. e infelizmente arregimenta um monte de inocentes úteis.
O que vemos aqui nada mais é do que o reflexo americano; estamos e vamos seguir a mesma trilha e campanha política de lá...
mas creio que aqui não seja local para posts desse tipo... mas toda vez que publicarem material de cunho político com "roupagem" técnica, estão abrindo a porta para posicionamento políticos... e aí, como no passado já o fiz, na ocasião da apologia ao poliéster no NE, vou pontuar que não há unanimidade em posts assim... e logo merecem contraponto.
Os artigos reproduzidos aqui, não refletem a opinião de Textile Industry, trata-se de manter a nossa orientação no sentido de repercutir o que se divulga da nossa cadeia têxtil. A intenção é ajudar, com as informações disponíveis na mídia; Seja a título de orientação, conhecimento, inspiração e alerta.
Não seguimos nenhuma orientação, que seja política, religiosa ou de qualquer natureza
Parabéns Hilário. Foi mais contundente do que eu. Tem mais informações, melhor texto. Mas esposamos o mesmo pensamento
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