Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Adidas poderá beneficiar da crise de inovação da Nike, diz Morgan Stanley

No mundo do calçado desportivo, a maré parece estar a virar a favor da Adidas, que poderá beneficiar da crise de inovação que atinge a sua rival Nike, segundo analistas da Morgan Stanley.

Adidas
As tendências podem virar a favor da Adidas. De acordo com Edouard Aubin e Grace Smalley, analistas da Morgan Stanley, os amantes de sapatilhas estão a trocar os sneakers de basquetebol com sola grossa que ajudaram a construir a marca Nike por sapatilhas Adidas, mais casuais e com sola de borracha.

A empresa elevou duas vezes a classificação prospetiva do preço das ações do grupo alemão e aumentou o seu preço-alvo para 235 euros, de 175 euros anteriormente. Às 11h18, hora de Frankfurt, o preço tinha saltado 4,4%, para 205 euros.

“As nossas análises recentes mostraram uma melhoria notória nas perspetivas futuras da Adidas no segmento lifestyle, indicando tendências de venda subjacentes muito fortes e possibilidades de esgotamento dos stocks”, detalharam Edouard Aubin e Grace Smalley num comunicado publicado na segunda-feira. A Adidas poderá “beneficiar da oportunidade” representada pela crise de inovação na Nike e de uma “política de preços mais racional” do que a da sua concorrente americana.

A falta de inovação na Nike tem sido destacada repetidamente pelos players de Wall Street, com um analista a comentar no mês passado que a fabricante de sneakers e vestuário estava a “perder o seu brilho”. Na semana passada, a empresa realizou o Nike Air Innovation Summit em Paris, onde revelou novos produtos na tentativa de reconquistar o público.

De acordo com a corretora, ultimamente o sentimento predominante entre os investidores em relação à Adidas tem sido o ceticismo, mas esta fase negativa parece ter acabado. No entanto, a Adidas passou recentemente por diversas deceções, incluindo o fim da parceria com a marca Yeezy, com o rapper Ye, e a perda do patrocínio da seleção alemã de futebol em favor da Nike.

A Adidas tem agora 15 recomendações de compra, 14 de espera e seis de venda entre os analistas acompanhados pela Bloomberg. O novo preço-alvo de Edouard Aubin e Grace Smalley, nos 235 euros, implica uma subida de 20% na cotação das ações face ao de sexta-feira no fecho da bolsa. Desde o início do ano, as ações da Adidas já subiram 11%, enquanto as da Nike perderam mais de 15% do seu valor.

“O CEO Bjorn Gulden está no cargo há quase 18 meses e a nossa análise aponta para uma melhoria na perceção do desempenho e dos produtos de lifestyle da Adidas, reforçada por melhores serviços de marketing e wholesale, bem como um contexto de mercado cada vez mais favorável,” escrevem os analistas. “As oportunidades de crescimento das receitas são elevadas e agora superam os riscos identificados.”