Moda Consciente em Petrópolis: a sua roupa não é descartável

[Romildo de Paula Leite]

O que a moda em Petrópolis e o movimento Fashion Revolution tem a ver e o que podemos aprender com ele?

A indústria da moda enfrenta o desafio de reduzir seu impacto ambiental e social. A moda consciente se apresenta como uma alternativa para um futuro mais sustentável. Em Petrópolis, essa moda está ganhando cada vez mais adeptos, a cidade já conta com diversos brechós e bazares, além de marcas locais que se destacam pela produção sustentável.

Estima-se que meio milhão de toneladas de microplásticos vindos de roupas cheguem aos mares todos os anos. Isso constitui cerca de 35% dos microplásticos encontrados nos oceanos. Essa quantidade é equivalente a 50 bilhões de garrafas de plástico.

Esses dados são preocupantes. A maioria das roupas produzidas globalmente são feitas de poliéster, um fio derivado do petróleo (daí os microplásticos), este material é extremamente agressivo ao meio ambiente. Você já parou para pensar sobre todos os descartes feitos para a produção de uma peça de roupa? 

Hoje, a cada hora, temos 1 caminhão de lixo têxtil encaminhado para lixões e aterros sanitários no mundo. No Brasil, de acordo com dados de 2018 da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), 160 mil toneladas de sobras têxteis de pré-consumo (aqueles retalhos que sobram dos cortes das peças na hora da confecção) foram descartadas em aterros sanitários por ano.

Tendo tudo isto em mente, o que mais podemos fazer enquanto sociedade para reverter esta situação? "Questionar as práticas convencionais da indústria e impulsionar mudanças em direção a um modelo mais justo, seguro e ecologicamente responsável". É a resposta direta do Instituto Fashion Revolution Brasil, já ouviu falar? O movimento trabalha para que a moda conserve e restaure o meio ambiente, valorizando as pessoas acima do crescimento e do lucro, tudo isso através de suas ações. Uma delas é a Semana Fashion Revolution.

Como uma resposta direta ao desabamento trágico do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013, nasce como iniciativa do movimento, a Semana Fashion Revolution, que acontece em torno da data do desabamento do edifício, em abril. A campanha reforça a necessidade urgente de transformações na moda. 

• Neste ano, foram 10 dias de ações voluntárias, ativistas e simultâneas no mundo todo! 

É uma campanha global anual e coletiva, para conscientizar sobre questões sociais e ambientais na indústria da moda. Ou seja, qualquer pessoa pode participar. Exatamente! O movimento propõe que ativistas, pessoas preocupadas e que se importam, criem ideias e formas diferentes de conscientizar a população. Genial, não acha?

Na cidade de Petrópolis, RJ, a representante do Fashion Revolution é a Artista Têxtil, Produtora Cultural, Consultora e Educadora de Moda e Sustentabilidade e Conselheira titular do Segmento de Design e Moda do Conselho Municipal de Cultura, Camila Filardi Leal. Nascida na cidade do Rio de Janeiro, morou em Londres entre 2005 e 2010, onde conheceu o mundo da moda sustentável e que desde 2013, reside em Petrópolis. Os petropolitanos antenados ao assunto já estão cientes da importância de se consumir roupas de forma consciente. Nossas roupas não são descartáveis! O número de compras em brechós e bazares já é uma alternativa recorrente na cidade imperial, o preconceito em relação a esta prática ficou no passado, hoje em dia virou até tendência nas redes sociais. 

Dessa forma, se me acompanhou até aqui, peço encarecidamente que busque participar e divulgar as ações do movimento que estão sendo desenvolvidas pela Camila e seus aliados, como a Semana Fashion Revolution, que ocorreu agora em abril, e outros eventos de moda que vão acontecer esse ano ainda. Os contatos seguem abaixo, fiquem ligados para não perderem ações futuras. Se cada um fizer sua parte, conseguiremos trazer a mudança!

https://www.portalgiro.com/noticia/5630/petropolis/giro-serra/moda-...

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