H&M investe no Brasil e na Índia para crescer em meio à retração na Europa e nos EUA

A sueca H&M, uma das maiores retalhistas de moda do mundo, aposta em novos mercados para compensar a desaceleração nas suas principais praças. Com a procura em queda na Europa e as tarifas dos Estados Unidos a pressionarem as vendas no seu segundo maior mercado, a companhia acelera a expansão em territórios emergentes como Brasil e Índia, numa estratégia traçada pelo CEO Daniel Erver para revitalizar o desempenho global e reforçar a rentabilidade.


No Brasil, a marca desembarcou em agosto com uma loja em um centro comercial de luxo em São Paulo, e já anunciou mais duas inaugurações até novembro, além de quatro novas unidades previstas para 2026, incluindo no Rio de Janeiro. “O Brasil é um dos mercados onde vemos maior oportunidade de crescimento, assim como a América Latina em geral e a Índia”, destacou Erver em entrevista à Reuters. A empresa também prepara a entrada na Venezuela ainda este ano e no Paraguai em 2026, após ter estreado em El Salvador no início de setembro.

O movimento acontece em paralelo a uma retração significativa na presença global da rede. Desde a pandemia, a H&M tem encerrado lojas em mercados maduros, e o total global caiu 19% em relação ao pico de 2019, atingindo 4.118 unidades — o menor nível desde 2016. Para 2025, a previsão é de fechar mais 200 lojas, enquanto a rival Inditex, dona da Zara, também encolhe sua rede, agora com 5.528 pontos de venda.

Para além da expansão em países emergentes, a H&M aposta em lojas emblemáticas em localizações de prestígio, como o bairro de Le Marais, em Paris, e a Huaihai Road, em Xangai, numa tentativa de reforçar o apelo da marca e atrair consumidores atentos a estilo e experiência de compra. Na Índia, a estratégia ganha um componente extra: o lançamento da Cos, marca premium do grupo, que chegará a Deli no quarto trimestre com peças de luxo acessível, como vestidos de US$ 149 e camisolas de caxemira de US$ 299.

Apesar do entusiasmo com a receção inicial no Brasil e a expectativa de crescimento na Índia, analistas mantêm cautela. Daniel Schmidt, do Danske Bank, lembra que ainda é incerto o impacto imediato da expansão sobre o desempenho financeiro. “Não está claro até que ponto isso poderá afetar o crescimento das vendas no próximo ano”, afirmou. Para Erver, no entanto, a direção é inequívoca: reforçar a presença em mercados em ascensão para sustentar o futuro da companhia em meio a um cenário global mais desafiante.

Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação

Por: anna

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