Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
Na Milan Fashion Week Verão 2026 (2027 no Brasil), a Ferrari apresentou uma coleção que reafirma sua identidade no universo da moda sob a direção criativa de Rocco Iannone. Conhecida pela potência e sofisticação de seus carros, a marca levou à passarela uma proposta que alia rigor estético e experimentação de materiais, transformando sua Officina em um verdadeiro laboratório futurista. Entre alfaiataria despojada, silhuetas alongadas e bordados gráficos, foi o jeans que roubou parte da cena, reposicionado como peça-chave em uma narrativa de redução e pureza.
O denim surge como linguagem essencial da coleção, traduzido em saias, camisas, jaquetas e calças cargo com lavagens acid-washed. O tratamento especial aplicado ao tecido conferiu uma estética bruta e contemporânea, equilibrando o casual com a sofisticação que se espera de uma marca de luxo. Ao lado do couro esponjado e das malhas aerografadas em tons terrosos, o jeans trouxe frescor e acessibilidade ao desfile, sem perder o caráter preciso e luxuoso que define a proposta de Iannone.
O olhar sobre o jeans não foi acidental: o diretor criativo destacou a pesquisa de matérias-primas puras e essenciais como ponto de partida. Assim, o denim ganhou status de elemento estruturante da coleção, aparecendo não apenas em peças casuais, mas como um meio de conectar a herança industrial da Ferrari ao cotidiano das ruas. A simplicidade do tecido, reinterpretada com técnicas de lavagem e construção refinada, tornou-se um exercício de contraste entre brutalidade e delicadeza, tradição e futuro.
Ao longo do desfile, a cartela de cores reforçou essa abordagem minimalista, dominada por brancos em diferentes intensidades — do manteiga ao óptico — e complementada por nuances de ferrugem e vermelho. Nesse cenário, o jeans acid-washed operou como ponto de ruptura, adicionando textura e movimento às silhuetas. O equilíbrio entre alfaiataria fluida, vestidos de caimento natural e a irreverência do denim criou um diálogo entre sofisticação e descontração, sem recorrer a excessos.
No fechamento, ficou clara a intenção de Iannone: reduzir para amplificar o significado. O jeans, em sua versão mais crua e essencial, tornou-se símbolo desse propósito. Mais do que um tecido, ele foi tratado como metáfora da conexão entre autenticidade e inovação. Ao transformar o denim em luxo, a Ferrari mostrou que sua moda, assim como seus carros, não é apenas objeto de desejo, mas expressão de estilo de vida.
Fonte: Ana Gimonski | Foto: Divulgação
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