Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Corante Utilizado para Tingir Tecidos e Alimentos pode Combater Alzheimer

Composto natural obtido a partir de liquens é capaz de reduzir pequenos agregados tóxicos de proteínas na doença

Um corante vermelho derivado de líquens que tem sido usado há séculos para tingir tecidos e colorir alimentos parece reduzir a abundância dos pequenos agregados de proteínas tóxicas na doença de Alzheimer. O composto chamado orceína e uma substância relacionada, chamada O4, ligam-se preferencialmente aos agregados amiloides de pequeno porte que são considerados tóxicos e que causam disfunção neuronal e perda de memória na doença de Alzheimer. A ligação de O4 aos pequenos agregados promove a sua conversão em placas maduras e grandes que os pesquisadores supõem serem em grande parte não-tóxicas para as células neuronais. Novas pesquisas com modelos animais são necessárias para determinar se esta nova abordagem feita por Jan Bieschke (Max Delbrück Center for Molecular Medicine, MDC, em Berlin-Buch, Alemanha), Martin Herbst (Charité - Universitätsmedizin Berlin) e pelo professor Erich Wanker (MDC) em Berlim, na Alemanha, será útil para o desenvolvimento da terapia.

A proteína incorretamente dobrada é considerada a causa da doença do Alzheimer, do Parkinson e também da doença de Huntington. Em um processo de várias etapas, as proteínas dobram-se de forma incorreta e se acumulam em grandes placas extra- ou intracelulares. Os pesquisadores pensam que os pequenos agregados de proteínas deformadas que são precursores das placas maduras são tóxicos para as células nervosas e são a razão pela qual elas acabam sendo destruídas.

Corante das Ilhas Canárias

O corante orceína é isolado dos líquens que crescem nas Ilhas Canárias, entre outros lugares. Os líquens têm sido usados há séculos para colorir tecidos e alimentos. Há oito anos, o professor Wanker analisou centenas de compostos naturais para encontrar moléculas de droga candidatas potenciais para o tratamento de doenças neurodegenerativas. Entre as substâncias, encontrou a orceína, um composto formado por cerca de 14 pequenas moléculas. Como estas moléculas podem ter diferentes efeitos biológicos, os pesquisadores de Berlim começaram a buscar produtos químicos puros com propriedades semelhantes. Eles identificaram a substância O4, um corante azul, que é estruturalmente muito semelhante a uma das 14 moléculas. Além disso, eles mostraram que o O4 estimula a formação de grandes placas não-tóxicas da proteína a partir de pequenos grupos de proteínas tóxicas.

Novo mecanismo

Há alguns anos, o professor Wanker e seus colegas descobriram que a EGCG (epigalocatequina-3-galato), um composto químico natural encontrado no chá verde, transforma os agrupamentos de proteína tóxicos não-tóxicos. Com orceína e O4 os pesquisadores encontraram agora um outro mecanismo para eliminar pequenos agregados de proteínas tóxicas. No entanto, em vez de remodelar as placas de proteínas, os corantes reduzem a abundância dos agrupamentos pequenos de proteínas, que são tóxicos, acelerando a formação de placas de grande porte, como os pesquisadores podem agora mostrar em seu laboratório.

"Este é um novo mecanismo. Até agora tem sido considerado muito difícil evitar a formação de pequenos grupos de proteínas tóxicas. Se estiver correta a nossa hipótese de que os agregados pequenos, que são precursores das placas, de fato causam a morte neuronal, com O4 teríamos um novo mecanismo para atacar a doença", explicou o professor Wanker.

O corante azul de metileno sintético está atualmente sendo testado em ensaios clínicos. Este corante também parece estimular a formação de placas grandes de uma forma semelhante ao O4. Outras abordagens terapêuticas testadas em ensaios clínicos que visam a eliminar agregados precursores de pequeno porte até agora não levaram a uma melhoria significativa dos sintomas da doença.

No entanto, ainda deve ser observado se o corante azul O4 também pode ser eficaz contra as pequenas quantidades de proteínas deformadas nos cérebros dos pacientes com Alzheimer e se a formação acelerada de placas maiores pode realmente reduzir os sinais e sintomas da doença de Alzheimer nos humanos. Mais estudos serão necessários para abordar a questão sobre se a formação acelerada de grandes placas pode ser uma abordagem terapêutica. "Esperamos que nossos resultados estimulem atividades de pesquisa neste sentido, especialmente para a descoberta de drogas", disse o professor Wanker.

Fonte:|http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/23286/geral/corante-utilizado-p...

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