Inverno Marcante na Edição Outono/Inverno 2013 do Fashion Rio

[Textile Industry]

Mais enxuta, a edição chegou antecipada, numa estratégia de regularizar o calendário da moda brasileira, cujas grifes sofriam com os prazos apertados para entregarem suas coleções

O "conjuntinho" voltou com força, não somente no guarda-roupa dela, mas também no deles Foto: Nathalia Felix

O tradicional preto e branco dominou as passarelas Foto: Nathalia Felix

O brilho apareceu em tecidos que refletem e iluminam Foto: Nathalia Felix

Foram apenas três dias de desfiles, agora de volta ao Píer Mauá, depois de uma última edição de verão no Jockey Club do Rio de Janeiro. Mais enxuta, a edição Outono/Inverno 2013 do Fashion Rio chegou antecipada, numa estratégia de regularizar o calendário da moda brasileira, cujas grifes sofriam com os prazos apertados para entregarem suas coleções. Em esquema “extra”, essa edição acabou comprometida na quantidade de grifes que desfilaram, já que marcas que são a cara da semana de moda carioca, como a Cantão, acabaram optando exibir suas coleções em esquema tradicional, concentrando seus esforços para a edição Verão 2014, que deve acontecer em março.

Há muito, a moda deixou de ser autoritária nas suas determinações e escolhas para uma estação. Hoje, cada marca vem com a sua interpretação deste universo e sugere, para seus clientes, uma silhueta, uma proporção, uma cartela de cores de acordo com o espírito da grife. Cabe ao consumidor escolher as que combinam com seu estilo. Mais difícil, porém, muito mais democrático.

Mas quem desfilou fez bonito ao colocar, em tempo recorde, suas propostas para os dias frios que ainda estão por vir no ano que vem. Propostas, porque cada vez menos fala-se em “tendência”, tamanha a pluralidade de visões de moda e de sugestões dos estilistas. A moda como um todo caminha para uma situação bastante democrática. Tem de tudo um pouco para todo mundo. Mas é claro que o inconsciente coletivo da moda – ou seria o faro do mercado? - acaba revelando uma certa sintonia entre algumas marcas, com a repetição de propostas. Vamos a elas.

 

“Conjuntinho” - Se a onda é apostar nos anos 90, não tem proposta de moda mais representante daquela década do que o bom e velho “conjuntinho”. O look com uma única padronagem ou cor, que fez a cabeça da mulherada alguns anos atrás, voltou com força, não somente no guarda-roupa dela, mas também no deles. Agora, os looks são tão casadinhos que, às vezes, parecem pijaminhas. Tem que ter personalidade para usá-los e algum senso de humor.

 

Preto e branco - Nenhuma cor venceu o famoso duo nas passarelas da semana de moda carioca. Marcas como Ausländer, Sacada, Oh! Boy e Espaço Fashion investiram pesado na mais tradicional das combinações. Detalhe: as cores apareceram também em versão solo.

 

Brilho - Diferentemente das últimas estações, o brilho do Fashion Rio não apareceu tanto em aplicações e paetês. Tecidos que refletem e iluminam foram a aposta da vez de grifes como Filhas de Gaia, Sacada e Alessa. Uma outra vertente dessa proposta de moda é o brilho de efeito mais “dark”. Seja em paetês - como no jeanswear da TNG -, no “conjuntinho” de pegada rock do desfile da Alessa ou em tecidos beneficiados - como o couro descamado da Sacada -, o brilho vem mais escuro, mas não menos resplandecente.

 

Ombros e mangas expressivas - Parece que algumas marcas nacionais andaram se inspirando no acervo do mestre espanhol da moda Cristobal Balenciaga, que nos anos 50 e 60 revolucionou o guarda-roupa ao propor silhuetas inusitadas e arquitetônicas, sobretudo nos ombros e mangas. Pois bem, marcas como Sacada, Second Floor e Coca Cola Clothing investiram nessa silhueta e propõem um corpo desenhado para o inverno 2013, ora com  mangas longas e de efeito casulo, arredondadas, ou então explorando bastante os “blusões”, camisas de corte simples, mas feitas de maneira a conferirem uma arquitetura mais estruturada ao corpo. Simples mas com efeito.

 

Veludo - Taí outra proposta que cheira a anos 90 totalmente. O veludo e suas variações de textura (molhado, cotelê, entre outras) deu as caras em marcas como a Auslander e Sacada. O material é a cara do inverno e sempre deixa no ar um certo clima de opulência e sofisticação. Aposte que você não vai errar.

 

Esportivo - Em contraponto à vibe ladylike, o esportivo também brilhou nos desfiles cariocas. A Espaço Fashion trouxe à passarela peças de couro vazado, enquanto a Coca-Cola Clothing, inspirada em atividades como o basquete e o surf, preferiu o neoprene.

 

Jeans - Mais uma prova de que os anos 90 estão de volta e sem sinais de irem embora são os looks “total jeans”, que dominaram a passarela da TNG, da Herchcovitch e da 2nd Floor. Para a estação, valem diferentes lavagens e tonalidades: destroyed, délavé e até o bom e velho denim ao natural.

 

Eles - Geralmente menos experimental, dessa vez as marcas resolveram dar uma mexida nos códigos, às vezes, bastante rígidos do guarda-roupa dos homens e deram uma injeção de humor e inteligência às coleções. Herchovitch aposta na estampa étnica e no jogo de cores. Já a 2nd Floor investiu no tricô e na transparência. A Coca-Cola Clothing, abusou das formas amplas e confortáveis, enquanto que a Auslander se jogou no dark/gótico

 

Cintura marcada - Um leve perfume cinquentinha também está de volta com a cintura marcadinha no lugar que lhe pertence. Vale brincar com a saia godê, como fez a Sacada, seguir um estilo menos estruturado como o da Herchcovitch ou marcar a cintura sem abrir mão da pegada rock, como se viu na passarela da TNG.

 

Ladylike - Um clima ultrarromântico tomou conta do inverno 2013 nacional. Para aderir, invista em estampas florais, cores pastel e looks de shape cinquentinha, assim como fizeram as marcas 2nd Floor, Nica Kessler e Aquastudio.

 

Rendas - Nas roupas ou nos acessórios, o tecido delicado continua  aposta certeira como na Alessa.

Fonte:|http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/revista/inverno-marcante...

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