Até à explosão do comércio eletrónico, o retalho físico garantia todas as compras dos consumidores. Porém, agora, as suas limitações são demasiado flagrantes para serem ignoradas. O retalho tradicional é, muitas vezes, mais caro, mais inconveniente e apresenta atrito em questões como o estacionamento, filas e disponibilidade de stock. Fazer compras em lojas é complicado, mas isso não significa que o retalho tradicional acabou, segundo os analistas, significa que é hora de repensar o seu papel na sociedade. Entre outras valências, as lojas do futuro vão permitir que os consumidores experimentem a marca e sejam inspirados pela sua visão.
Numa entrevista à Forbes, Alexis Hyde, curadora do Museum of Broken Relationships, em Zagreb, Croácia, deixou cinco sugestões do universo dos museus que acredita poderem ajudar o retalho atual.
O consumidor
O primeiro é colocar-se no lugar do consumidor, em vez de se presumir que o público já está familiarizado com a marca.
«Eu penso sobre como os meus visitantes se sentem e quem são e em que estado de espírito podem estar quando entram numa exposição. É uma pop-up para um fim de semana ou uma situação de longo prazo? Estou no bairro das artes ou em Hollywood? São visitantes informados ou estão a vir pela experiência?», nota Hyde. Investir tempo no entendimento dos consumidores é, para a curadora, essencial.
O espaço
O segundo é garantir espaço livre em loja. Isto é, em vez de se desenvolver o maior número de itens possível, importa deixar espaço para que os objetos possam respirar e para que os consumidores possam experimentar todos os itens que desejarem nos espaços de retalho.
A história
Contar uma história é o terceiro conselho da curadora. Cada renovação de espaço deve ter uma história para contar e o layout deve ser alterado em conformidade com a história que se pretende contar ao cliente.
A experiência
A importância de se construir uma experiência de retalho digna de ser partilhada nas redes sociais é, considerando a força desta ferramenta nos negócios, é o quarto conselho deixado para os executivos do retalho.
A relação
Permitir que os consumidores intervenham no espaço da loja completa a lista de conselhos de Alexis Hyde, curadora do Museum of Broken Relationships.
A Camper, por exemplo, já tem em prática esta última sugestão, convidando todos os visitantes da loja a desenharem nas suas paredes. Mas não é preciso ir tão longe, garante a curadora.