Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Pesquisa em roupas íntimas encontra 10 mil bactérias e fungos com risco de infecções; médicos fazem alerta

Estudo feito na Faculdade devry Metrocamp, em Campinas, abrangeu cuecas, calcinhas e sutiãs usados e novos, de públicos diversos. Contaminação pode provocar infecção de urina e até incontinência urinária.

Amostras de roupas íntimas foram analisadas em pesquisa de Campinas, que constatou contaminação por fungos e bactérias (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Amostras de roupas íntimas foram analisadas em pesquisa de Campinas, que constatou contaminação por fungos e bactérias (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Uma pesquisa feita em Campinas (SP) com roupas íntimas - calcinhas, cuecas e sutiãs - encontrou 10 mil bactérias e fungos nas peças usadas, após várias lavagens, e contaminação também nas novas, recém-compradas. O risco para a saúde vai desde alergias até infecções graves e incontinência urinária.

O estudo, feito na Faculdade Devry Metrocamp, analisou 52 peças, sendo 27 novas - com contaminação em 85% por bactérias resistentes -, e 25 usadas - com risco de doenças em 92% delas. Mulheres e homens entre 20 e 55 anos participaram do estudo. Para idosos e crianças, os itens novos integraram as amostras e também geraram preocupação.

"A gente analisou o forro, a parte que fica muito mais em contato com o ânus e a região vaginal ou peniana. [...] Se a pessoa já tem uma predisposição, fez uma cirurgia ou está com uma ferida, pode desenvolver dias depois um desconforto. É uma irritação, uma ardência e isso pode levar a um quadro de infecção mais grave", afirma a doutora em ciência de alimentos, bióloga e pesquisadora Rosana Siqueira.

Pesquisa realizada em Campinas encontrou até 10 mil fungos e bactérias em roupas íntimas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Pesquisa realizada em Campinas encontrou até 10 mil fungos e bactérias em roupas íntimas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Peças usadas

A falta de higienização correta foi a grande vilã da pesquisa. Nas calcinhas e cuecas usadas foi encontrado o maior número de micro-organismos - até 10 mil - responsáveis por causar corrimento, dor, febre, alergia, ardência, irritação na pele, infecções de urina graves, anais e penianas, além de inflamações.

Representam risco ainda maior para quem possui hemorróidas e fístulas anais, em mulheres e homens."Mais de mil [micro-organismos] já é preocupante", diz Rosana.

"Algumas mulheres têm muitas queixas com infecções de urina recorrentes e, às vezes, o problema está na calcinha. O mesmo para os homens, às vezes se queixam de dor", afirma Rosana.

Pesquisadora Rosana Siqueira analisa cuecas entre as roupas íntimas em estudo feito em Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)Pesquisadora Rosana Siqueira analisa cuecas entre as roupas íntimas em estudo feito em Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Pesquisadora Rosana Siqueira analisa cuecas entre as roupas íntimas em estudo feito em Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Peças novas

Nas peças novas vale o alerta para quem tem "preguiça" de lavá-las antes de usar, e também para quem as experimenta antes de comprar. A pesquisadora encontrou nas amostras de calcinhas, sutiãs e cuecas - compradas em lojas de shoppings e também em comércio de rua - até 250 bactérias resistentes.

"[Encontramos] Staphylococcus aureus, Staphylococcus saprophyticus e Candida albicans, que são micro-organismo que fazem parte da microbiota da maioria da população. Ou são provenientes do material utilizado, dos manipuladores, ou das pessoas que estavam ali para comprar. O novo não é sinônimo de segurança", diz Rosana.

O cuidado com os sutiãs é preciso principalmente nos casos em que a mulher amamenta - possui nos mamilos uma "porta aberta" com pequenas fissuras - ou passou por cirurgia de mama e está em fase de recuperação.

Os fungos e bactérias encontrados - entre elas a Escherichia coli - podem causar desde irritação na pele até furúnculo, inflamações nos mamilos, micoses e manchas.

"Quando esses microorganismos conseguem penetrar na mucosa, aumentam a quantidade e podem cair na corrente sanguínea e afetar outros órgãos. Pode ser que não aconteça nada, mas se o sistema imunológico está debilitado, pode ser prejudicial", ressalta a bióloga.

Análise em roupas íntimas abrange peças novas e usadas em estudo de Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)Análise em roupas íntimas abrange peças novas e usadas em estudo de Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Análise em roupas íntimas abrange peças novas e usadas em estudo de Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Infecções e transmissão de doenças

O ginecologista, obstetra e professor Carlos Tadayuki Oshikata, que atua no Hospital Celso Pierro da PUC de Campinas, alerta que, dependendo da paciente, as infecções urinárias podem atingir formas graves.

"Numa gestante, é a principal causa de trabalho de parto prematuro, em uma paciente idosa pode levar até a morte se ela for imunodeprimida", explica o especialista.

Oshikata relaciona o risco à falta de cuidado com a higiene da vagina, que possui proteção natural devido à sua acidez, mas fica vulnerável com o uso de roupas de material sintético e o abafamento da região, por exemplo.

"Isso faz com que haja uma proliferação de micro-organismos potencialmente patogênicos. A partir daí você vai ter uma infecção, que pode ser bacteriana ou fúngica. Uma vez que estabelece esse desequilíbrio na flora, vai predispor à infecção urinária", afirma o ginecologista.

Pesquisadora de Campinas colhe amostra em calcinha para verificar contaminação (Foto: Patrícia Teixeira/G1)Pesquisadora de Campinas colhe amostra em calcinha para verificar contaminação (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Pesquisadora de Campinas colhe amostra em calcinha para verificar contaminação (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

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A 2Rios Lingerie (www.2rios.com) lançou a Calcinha Fresh Antimicrobiana (contra fungus e bactérias) com Proteção Permanente (mais de 100 lavagens) e certificação no Brasil e exterior.
Esse produto já está a venda no Brasil, EUA e Japão.

Esta informação é realmente muito importante, e tenho certeza que poucas pessoas sabem ou quase nenhuma sabe deste problema.

Para que esta informação fique mais completa está faltando informar qual o tipo de produto químico que pode ser utilizado na lavagem diária para combater ou eliminar estes fungos e bactérias. 

A Metrocamp poderia dar esta informação, ou melhor fazer uma divulgação através das mídias, para que principalmente as dona de casa possam ter acesso as estas informações. 

Estudos como este são feitos e refeitos com constância e, parecem cada vez mais precisos.

Só fica um "gap" de informação sobre a matéria-prima quando se referem aos tecidos sintéticos e a recomendação cega do uso do algodão, pois, primeiramente, existem diferenças entre sintéticos no que se refere a absorção e transporte de umidade, sendo as microfibras de Poliamida perfeitamente adequadas ao trabalho em artigos Underwear e esportivos, pois, possuem boa absorção e excelente hidrofilidade; Poliéster não é recomendado, mesmo as microfibras.

Sobre o Algodão ser a fibra recomendada pelos médicos, acredito que estes precisem ser atualizados, pois, todos do têxtil sabem que esta fibra absorve muito bem a umidade, porém, não realiza o transporte (hidrofilidade), causando o acúmulo excessivo de umidade nestas regiões íntimas, que é o principal componente para o desenvolvimento de doenças.

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