Roupas que podem se mover e dar feedback mecânico ao usuário

[Romildo de Paula Leite]

Roupas que podem se mover e dar feedback mecânico ao usuário: esse é o objetivo de um novo grande projeto de pesquisa financiado pelo programa de pesquisa da UE Horizonte 2020. "Somos os primeiros no mundo com essa pesquisa; o interesse do mundo exterior é enorme ", diz Nils-Krister Persson, principal pesquisador do papel da Universidade de Borås na colaboração.

As construções têxteis geralmente são feitas para durar ou parecer bonitas. Têxtil que tem a capacidade interna de se mover, dando o chamado feedback tátil, é algo completamente novo. A inovação pode ser usada de muitas maneiras diferentes; por exemplo, para fornecer aos cegos informações sobre o ambiente e ajudar o usuário a navegar sem ter que ver. Na ergonomia, o feedback mecânico através das roupas ajudaria os usuários a melhorar seus movimentos e postura. A indústria de jogos e entretenimento pode usar roupas em movimento para melhorar a realidade virtual ou aprimorada (VR, realidade virtual ou AR, realidade aumentada).

“Mover tecidos é uma revolução”

O projeto Wearable Electroactive Fabrics Integrated in Garments (WEAFING) recebeu um total de EUR 3,8 milhões para os anos 2019-2023. O projeto é liderado pela Universiteit Twente na Holanda e os parceiros são a Universidade de Linköping e a Universidade de Borås. A origem do projeto é uma ideia dos pesquisadores Nils-Krister Persson, da Universidade de Borås, e Edwin Jager, da Universidade de Linköping.Eles começaram a pensar sobre o que poderiam fazer com estruturas oblongas. Mais ou menos no seu tempo livre, desenvolveram o "músculo têxtil" que hoje é exibido no Smart Textiles Showroom da Universidade de Borås. É controlado por polímeros eletricamente condutivos.

"Foi um alívio a primeira vez que vimos o contrato têxtil e sentimos que isso poderia ser algo grande. Têxteis que se movem apenas como um músculo - é uma revolução", diz Nils-Krister Persson.

Em 2017, a pesquisa foi publicada na revista científica Science Advancese seguiu-se um tempo agitado.

"Foi completamente louco; fomos entrevistados em todos os lugares. Nosso artigo estava entre os cinco por cento mais citados na imprensa regular", diz Nils-Krister Persson.

Têxteis inteligentes da próxima geração

A Universidade de Twente, na Holanda, contatou-os e quiseram colaborar, o que levou ao projeto da UE WEAFING, que começou no início do ano. Além das instituições de ensino superior, várias empresas que também trabalham com têxteis inteligentes estão incluídas.

"O projeto contém toda a cadeia, do material ao produto. É um projeto muito divertido e um investimento mais longo de 4,5 anos, o que nos dá tempo para trabalhar adequadamente com isso", diz Edwin Jager, pesquisador-chefe da Universidade de Linköping.

A Universidade de Borås possui a maior parte do financiamento e é responsável pelos aspectos têxteis que são o principal elemento do projeto. O grupo de pesquisa em Borås é composto por Nils-Krister Persson, Li Guo, Tariq Bashir, Carin Backe e Claude Huniade.

Existem grandes problemas para resolver. Atualmente, o material funciona apenas com um eletrólito, um líquido que conduz a corrente, o que é altamente impraticável. Os pesquisadores precisam desenvolver a técnica para que ela funcione em estado seco e então faça fibras que possam ser tecidas. Se tiverem sucesso, desenvolverão a próxima geração de têxteis inteligentes.

"Isso não é como colocar sensores no tecido, e sim que o têxtil me afeta como um wearar - é novo, é pesquisa básica em têxteis."

É um bom exemplo de como os têxteis inteligentes podem mudar o mundo, apesar de estarmos apenas no início desse desenvolvimento ”, diz Nils-Krister Persson.

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