Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A moda vai muito além do vestuário e está também nos detalhes e nos produtos que transformam quatro paredes naquilo que chamamos de casa. A fazer jus ao ditado “home is a feeling”, a pandemia veio mostrar a importância dos têxteis-lar, que registaram um aumento na procura e passaram a ser a mais recente aposta de várias marcas e retalhistas.

Levi's x Target [©Levi Strauss]

Agora, mais do que nunca, ficou provado aos olhos da indústria que a moda e a casa têm muito mais em comum do que aquilo que se pensava. A coleção para a casa da Gap e da Walmart, a colaboração da Levi’s com a Target, a parceria da Wrangler com a Pottery Barn Teen, o conjunto de cama e banho da Anne Klein com a Macy’s são provas dadas de que existe uma oportunidade em alargar o segmento de vestuário para outras categorias de lifestyle do consumidor, sobretudo, numa altura em que a pandemia confinou toda a gente nos últimos meses.

De acordo com a Allied Market Research, a categoria casa está repleta de potencial, com uma avaliação do mercado de decoração que aponta para os 838,6 mil milhões de dólares (712,04 mil milhões de euros) até 2027, o que corresponde a mais 220 mil milhões de dólares comparativamente à estimativa de 2019. Neste sentido e com o objetivo de ajudar as marcas de moda a saírem da zona de conforto e a explorarem esta categoria através o canal online, a Edited expandiu capacidades para lá do vestuário, calçado e acessórios para responder a este nicho crescente.

A Edited Home analisa os dados em tempo real de mais de 40 mercados a nível global para que as retalhistas possam maximizar novas variedades de utensílios para a casa enquanto minimizam descontos e produtos difíceis de transportar, indica a plataforma. A iniciativa visa nutrir a evolução de uma empresa focada em vestuário num único lugar que «fortalece a fidelidade à marca perante os clientes existentes e aumenta a notoriedade da marca para os amantes de utensílios domésticos», justifica.


[©Unplash]

À medida que os consumidores recorrem à internet em busca de mais produtos do que aqueles que já adquiriram, as marcas têm, por isso, uma oportunidade ainda maior de conquistar clientes que procurem produtos de cama, banho e outros. No braço britânico da La Redoute, a pandemia acelerou ainda mais a categoria de produtos para a casa, que por si só estava a crescer «significativamente» nos últimos anos, segundo as informações de Paul Carmichael, diretor de mercado digital da retalhista francesa de 184 anos, ao Sourcing Journal. «Entender o desenvolvimento deste mercado assim como entendemos o da moda é a chave para o nosso sucesso futuro», afirma.

Considerada a segunda maior vendedora de vestuário feminino em França, a La Redoute aproveitou os dados da Edited para a casa a fim de «criar um plano multicanal baseado em dados personalizados para capitalizar novas oportunidades de retalho», explica Paul Carmichael. Já o merchandising visual da plataforma ilustra não apenas mensagens atuais e anteriores para o cliente mas também campanhas de retalhistas rivais.

Inteligência de mercado

O próprio teletrabalho alimentou o crescimento da procura por produtos para a casa e as redes sociais também revelaram ter um papel importante nesta evolução, na medida em que promovem o design de interiores e sustentam o desejo do consumidor por uma estética sofisticada a preços apetecíveis, aponta a Edited.

Perante este cenário, as empresas de fast fashion têm feito esforços para oferecer, aos clientes, artigos básicos de decoração como tapetes, almofadas, velas e vasos de plantas, que coletivamente aumentaram 36% ao ano nos EUA e no Reino Unido, destaca ainda a plataforma.


[©Unplash]

A N Brown, uma retalhista britânica de moda e casa, foi bem-sucedida ao elevar a oferta de artigos para a casa. Ao relatar os resultados referentes ao ano fiscal de 2021, terminado a 27 de fevereiro, a N Brown deu créditos à Home Essentials por impulsionar em 40% os artigos para a casa, face aos 29% registados no ano anterior. Além de vender artigos de marca própria, a N Brown disponibiliza também produtos de terceiros para clientes que procuram artigos de decoração para a casa.

«[Trabalhar com a Edited] deu-nos uma grande visão sobre como moldar os nossos planos de negociação de longo e curto prazo, resultando em decisões “acionáveis” de inteligência balanceada em termos de cores, estampados e formas», testemunha Julia Barnes, compradora sénior de decoração para casa na décima maior retalhista digital de vestuário e calçado do Reino Unido. «Especificamente para as nossas categorias de artigos para casa, a inteligência de mercado apoiou-nos na criação da nossa oferta variada, juntamente com quaisquer preços e decisões de lançamento», conclui.

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