Quando falamos em Gucci logo pensamos em celebridades, enormes fortunas, glamour e escândalos… essa marca é sinônimo de luxo e sofisticação por décadas.
Fundada em Florença no ano de 1921, ficou conhecida por suas malas de viagens, com alto padrão de qualidade feito por artesões nascidos na região da Toscana. Bolsas Gucci são objeto de desejo de mulheres no Brasil e no mundo inteiro, e a marca ainda conta com destaque para seus sapatos, cintos e óculos. O mocassim de fivela com tira verde e vermelha e a bolsa com alça de bambu são definitivamente os maiores ícones dessa marca.
Para entender um pouco mais sobre o seu sucesso nos dias atuais, é necessário voltar no tempo e compreender a sua história, sem mais delongas vamos a ela!
Enquanto Guccio Gucci trabalhava como ascensorista e maleiro, ele que vinha de origem humilde (filho de artesão local), já ficava admirado vendo os símbolos impressos nas malas e os brasões que muitas famílias nobres mandavam imprimir em suas bagagens, adquirindo, desde pequeno, o seu gosto pela qualidade e pela elegânica.
Mais tarde chegou a trabalhar como Maitrê no famoso e requintado hotel Savoy, que fica em Londres, ainda na virada do século XIX. No ano de 1921, acabou retornado a Florença e conseguiu abrir sua primeira loja, utilizando todas as economias que conseguira guardar (um total de $30 mil liras na época).
Sua intenção era vender seus acessórios de viagens (malas e valises de alto padrão), sempre feitos em couro de alta qualidade que vinham da região de Toscana, feito pelos melhores artesãos da cidade, incluindo aqui, membros de sua própria família. Lembra-se que ele era filho de artesãos.
Sua loja, mesmo muito simples e modesta, era reflexo de seu jeito de ser e de se vestir: estava sempre impecável andando pelas ruas de Florença.
Não demorou muito para que a alta burguesia e a nobreza florentina descobrissem esse talento nato e começassem a procurar seus produtos. Podemos dizer que em pouco tempo, a marca já estava na boca das pessoas, impondo-se como uma das mais conhecidas entre a elite do país.
Como o seu sucesso era notório, ele conseguiu dinheiro para abrir atrás de sua loja, sua própria oficina e passou, então, a produzir sua mercadoria no local.
A década de 30 foi um importante marco para a história da Gucci. Ela passa a ter uma renomada clientela internacional que vinham para buscar alguns produtos específicos, como os já famosos sapatos Gucci, luvas, bolsas e cintos.
Assim sendo, ele se vê obrigado a dar mais um passo em direção ao sucesso: ele expande seus negócios mudando-se para um lugar muito maior em Lugarno guicciardini, em 1937. E foi a partir de Lugarno que as famosas franjas e estribos passaram a se tornar a assinatura da marca italiana. Em poucos anos, o rol de produtos foi expandido, passando a oferecer malas, baús de viagem, cintos, sapatos e luvas, mas com um design inspirado no estilo equestre, o que acabou atraindo uma cartela de clientes muito mais refinada.
Com clientela fina e requintada, Gucci resolveu expandir mais uma vez e abriu sua primeira grande loja na cidade de Roma, em 1938, no sofisticado endereço da Via Condotti. Nos anos que se seguiram, seus filhos Ugo, Aldo e Vasco passaram a fazer parte do negócio da família.
No ano de 1947, a Gucci lançou um modelo de bolsa que se tornaria o carro chefe da marca: a bolsa Gucci com alça de bambu que, de modo literal, seduziu as mulheres com sua elegância e o seu charme. A bolsa, em pouco tempo, estava no corpo de celebridades e pessoas da alta sociedade.
E foi só no final desta década que ele adota, de modo oficial, o logotipo GG, com duas letras G entrelaçadas, sendo uma delas invertida.Assim sendo, para fazer com que pegasse facilmente, o GG passou a ser estampado em todas as suas malas, sendo adotado pela marca oficialmente.
Assim, o detalhe de seu logotipo virou marca da alta sociedade aristocrática que faltava em suas impressões. Em 1951, outro filho do estilista entrou para a empresa e abriu a primeira loja da Gucci em Milão.
Em 1953 falecia o fundador da empresa. No mesmo ano de sua morte, seus filhos mais velhos Rodolfo e Aldo abriram uma nova loja na cidade de Nova York onde as maiores celebridades de Hollywood contribuíram (e muito) para que a marca se tornasse reconhecida mundialmente.
Logo depois, novas unidades foram abertas em Palm Beach, San Francisco, Filadélfia e Beverly Hills. E foi assim que começamos o processo de internacionalização da Gucci.
Acreditava-se que após a morte do artesão, a marca iria manter o mesmo estilo. Porém, a partir de 1953 ela reinventou a moda com um verdadeiro clássico, um ícone da moda.
O Horsebit Loafer ela um calçado no estilo mocassim que vinha com fivela de metal, além da icônica assinatura verde e vermelha, que era (e ainda é) um dos principais símbolos de identificação da Gucci através do mundo, tornando-se presença confirmada no guarda roupa masculino do homem moderno.
Nesse mesmo período, grandes celebridades como Ingrid Bergman, Sofia Loren, Jacqueline Kennedy e seu esposo John Kennedy passaram a ser consumidores fiéis da marca. Constantemente, via-se essas celebridades com artigos clássicos da marca, como o mocassim Gucci ou a bolsa de couro com alça de bambu.
Na década que se segue passou a vender seus produtos em lojas próprias nas cidades de Londres (que fora inaugurada em 1967, sendo a primeira loja da marca fora da Itália, mas em território Europeu), Tóquio (1971), Paris, Hong-Kong e Chicago.
Grandes nomes como Audrey Hepburn, Peter Sallers e Grace Kelly foram essenciais para que a marca pudesse de tornar sinônimo de requinte e bom gosto em nível universal, principalmente nos bastidores de Hollywood, ganhando de forma autêntica inúmeros adeptos e seguidores.
No ano de 1974, já havia mais de 14 lojas e 46 franquias da Gucci espalhadas por todo o mundo. Muito desse mercado internacional se deve a Aldo, que realizou tal expansão, principalmente para o mercado japonês, que sempre adorou a marca.
Fora isso, ele foi o responsável pelo lançamento da linha de Perfumes, promovendo mais uma novidade para que a terceira geração (seus filhos) pudessem continuar o legado deixado por seu pai.
No ano de 1989, a imagem da marca estava se deteriorando dentro do famigerado mercado de luxo.
Domenico Del Sole, que trabalhava no escritório de advocacia da Gucci fora incumbido de moderar e buscar novas soluções para as divergências internas da empresa, em especial, entre os membros da família Gucci.
Nesse mesmo período, a Investcorp, uma famosa empresa de investimentos árabes, adquiriu 50% do capital da marca, logo após a saída de Aldo Gucci da diretoria executiva. Maurizzio, que era o último membro da família que estava trabalhando na empresa, acabou vendendo sua participação na marca em 1993 por não conseguir se entender com o grupo de investidores.
Com Maurizzio fora de cena, a Gucci passou a ser comandada por Del Sole, que então, transferiu a sede da empresa de Milão para Casellina, nomeando para a direção criativa ninguém menos que Tom Ford, com quem já vinha trabalhando no ramo desde 1990. E é nesse momento que começa uma nova fase da Gucci.
Sob direção de Tom Ford, podemos dizer que temos uma nova Gucci. Além de relançar grandes ícones, como a bolsa com alça de bambu e os mocassins com bridão, colocou no mercado a Bolsa Horsebilt Clutch, que em pouco tempo se tornou um verdadeiro fenômeno entre as estrelas de Hollywood, passando então assinar todas as coleções que sela se seguiram.
Assim como a marca passou por um processo de modernização, os rostos que víamos nas campanhas publicitárias também mudaram. Audrey Hepburn e Grace Kelly passaram a dar lugar para personalidades como Tina Turner e Madonna. suas coleções eram mais sensuais e soaram bem recebidas pela crítica da época.
Já nos anos 2000, a empresa pertencia a um seleto grupo de acionistas, entre eles, Bernard Arnault (presidente e diretor executivo do luxuoso conglomerado LVMH) e François Pinault (que até aquele momento era dono do grupo PPR).
Muito embora Bernard gostasse de ter mais controle e queria mais ações para poder comandar com maior liberdade, Del Sole e Ford conseguiram dar certo privilégio ao Pinault através de negociações que foram impostas. Ele foi aumentando o seu capital até se tornar o único dono da marca em 2004.
E foi nesse mesmo ano que Ford e Del Sole saíram da marca, que passou a ter a romena Frida Gianini como diretora de criação. Com muito dinheiro em caixa e criatividade de sobra na cabeça, a Gucci voltou com tudo aos famosos editoriais da moda e às capas de muitas revistas!
É lógico que o reconhecimento merecido de tanto trabalho viria seguido de muito sucesso, fama e dinheiro. Mas a história não para por aí, principalmente porque está permeada de conflitos familiares.
Na década de 80, Aldo Gucci fora citado em um escândalo de fraude fiscal que chegou a bater US$ 7 milhões! As batalhas na justiça e as crises familiares custaram muito caro a Gucci, que então entrou num processo de recessão criativa, estando durante um tempo estagnadas.
Para se ter uma ideia, testemunhas contam que na época de reuniões, eram bastante comum ouvir palavrões e cinzeiros que voavam direto para as paredes. Como se não bastasse, o último membro da família a permanecer na empresa, Maurizzio Gucci, que era sobrinho de Aldo Gucci, fora assassinado quando estava chegando em seu escritório em Milão, a mando de sua esposa, Patrizia Peggiani. Ela fora condenada há 26 anos de prisão, que posteriormente pediu para ser convertida em regime domiciliar.
Em 26 de setembro de 2011, a marca italiana resolveu eternizar suas criações com o Gucci Museo, na cidade onde tudo nascera, em Florença, na Piazza della Signoria.
Ao todo, o museu ocupa três andares do Palazzo della Mercanzia, um palácio que fora construído em 1337. O museu é aconchegante e consegue dar conta com perfeição de toda a trajetória da marca de grife, contando aos curiosos desde o começo até os caminhos percorridos para que ela se tornasse uma das maiores marcas do mundo!
Para os expectadores, é uma grande lição de vida! Além disso, é possível verificar uma quantidade valiosa de peças antigas, entre elas, algumas peças verdadeiras da grife italiana, como a bolsa de bambu utilizada por Jackie Onassis e Sofia Loren, alguns acessórios esportivos, as primeiras malas de viagens criadas pelas mãos do próprio Guggi, coleções prêt-à-porter, um Cadilac Seville que tinha como principal característica a estampa da marca, entre muitas curiosidades!
Existem algumas curiosidades sobre a Gucci que gostaríamos de compartilhar, olha só:
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