Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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As quezílias com o vizinho a norte, a eleição da primeira mulher presidente e o sucesso do cantor pop Psy com o seu Gangnam Style puseram a Coreia do Sul debaixo dos holofotes dos media, uma visibilidade que se estendeu ainda à moda do país, que já veste figuras como Lady Gaga e Lindsay Lohan.

Quando na Coreia do Sul foi eleita a primeira mulher presidente, Park Geun-Hye, em fevereiro, os procedimentos incluíram um discurso a pedir à Coreia do Norte para abandonar as suas ambições nucleares, uma salva de 21 tiros e uma performance do tema Gangnam Style pela estrela pop Psy, a sensação do YouTube, que foi não só o primeiro a conseguir mil milhões de visualizações mas também um veículo híper-eficiente a introduzir o estilo coreano (ou pelo menos os estilos do distrito de compras de Gangnam) ao resto mundo.

A sul de Han em Seul – a capital do país e uma crescente metrópole de betão –, o distrito de Gangnam era conhecido nos anos 80 pelas suas galerias de arte e ambiente alternativo. Nos anos 90 entraram as pequenas lojas, seguidas pelos grandes nomes da moda internacional (os seis maiores são Louis Vuitton, Gucci, Prada, Ferragamo, Fendi e Christian Dior), atraídos pelo crescente apetite da Coreia do Sul por bens de luxo.

«A cultura de moda coreana está a desenvolver-se muito rápido. Muitos coreanos estão a tentar exprimir a sua própria personalidade e sensibilidade com o seu vestuário», afirma o designer Lie Sang Bong, cuja inspiração é muitas vezes retirada dos motivos culturais sul-coreanos, adaptados para criar visuais “Oriente encontra o Ocidente” usados por Lady Gaga e Lindsay Lohan, entre outras.

Quando questionado sobre como o sucesso de Psy mudou a paisagem da moda na Coreia, Lie San Bong afirma que «há dois meses atrás Hugh Jackman [ator e estrela de Os Miseráveis] estava a experimentar um casaco que lhe dei e perguntou “este é o estilo Gangnam?”. O Gangnam Style foi uma ótima publicidade de Gangnam na Coreia».

Agora um paraíso de compras, Gangnam está cheio de jovens vestidos em roupas de designer caras na rua hipster de Garosugil. Embora as marcas mundiais de moda sejam a presença mais marcante, os designers locais estão a mostrar-se cada vez mais – tanto “em casa” como no estrangeiro.

Entre os exemplos está o Museu das Malas Simone, que abriu no ano passado em Garosugil, no Bastage, um edifício com vários andares desenhado para fazer lembrar uma mala e para mostrar artesãos locais e designs da sua marca própria 0914, juntamente com a coleção de museu. E a Semana de Moda de Seul, que decorreu em março, com a presença de designers consagrados e emergentes como Shin Jang Kyoung, Kimseoryong e Munsoo Kwon.

Este último lançou a sua primeira coleção em Nova Iorque em 2012, depois de ter trabalhado para uma série de grandes marcas, incluindo Helmut Lang. Embora esteja sediado em Gangnam, Kwon tem também um showroom em Nova Iorque, indicativo da forma como os designers coreanos estão a começar a expandir-se no mercado americano.

Na Semana de Moda de Nova Iorque deste ano, a Concept Korea, uma mostra lançada em 2010 para promover os designers de moda coreanos e ajudá-los a entrar nos EUA, foi um dos pontos altos da semana, atraindo convidados como a cantora pop britânica Neon Hitch, que usou um dos casacos brancos fofos e glamorosos de Lie Sang Bong.

Na mostra esteve ainda o trabalho de seis designers conhecidos, incluindo Lie Sang Bong, Son Jung Wan e Choi Bo Ko e Kye by Kathleen Kye, uma licenciada da Central St Martins cujo trabalho pode ser encontrado na Harvey Nichols em Londres e em Gangnam, na loja Daily Projects. «Os consumidores coreanos gostam de seguir as tendências de moda», afirma Kye. «A minha esperança é que os coreanos possam expressar a sua personalidade com um estilo mais livre e divertido, como no Reino Unido e no Japão», acrescenta.

«A pop coreana tornou-se famosa e agora a atenção está a mudar-se para a moda coreana», considera Lie Sang Bong. «A moda coreana é muito importante porque pode comunicar emoções e sentimentos coreanos em todo o mundo», conclui.
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