O futuro do design vestível está indo de encontro ao futuro do nosso planeta. Valores sustentáveis estão se tornando base no desenvolvimento e ressignificação da indústria da moda e do futuro dos tecidos. Muitas empresas estão encontrando soluções nos resíduos de frutas, como matéria-prima para a criação de tecidos inovadores que se adequam ao segmento da moda, dos calçados e dos acessórios. Listamos abaixo novas alternativas, utilizadas por startups, que estão moldando esse cenário e oferecendo produtos fabulosos, praticamente sem desperdício, através de subprodutos alimentares.
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Focada na economia circular, a empresa criada por dois jovens designers faz coleta de frutas descartadas de importadores e encaminha para um processo ecológico que transforma os resíduos desses alimentos em lâminas de um material durável, que após o acabamento final se assemelha ao couro. O processo envolvido na criação desse novo material consiste em amassar, cozinhar e secar as frutas – muito mais simples do que o processo do couro animal e menos prejudicial ao ambiente. Essa iniciativa também aborda a questão do desperdício de alimentos e como o “lixo” pode ser reutilizado.
# FRUMAT
Resíduos da indústria de maçãs, mais precisamente a casca das frutas, são transformadas em material sustentável, compostavel e reciclável. A Frumat utiliza 80% dos resíduos da produção de suco de maçã, que é seco e pulverizado em suporte de algodão, para produzir esse couro vegano aprovado pela PETA. O tecido pode ser tingido naturalmente e é perfeito para compor acessórios de luxo. Por não comprometer a aparência ou a qualidade dos produtos, a grife vegana Luckunelly, criou suas bolsas com o inovador couro de maçã da Frumat Italy, feitas totalmente a mão.
A empresa criou e patenteou uma nova fibra lançada em 2017, por meio de uma tecnologia proprietária que transforma resíduos de sumo de suco cítrico (que seriam descartados pela indústria) em tecidos sustentáveis de alta qualidade e para a alta moda. A partir de milhares de toneladas de resíduos cítricos sem a polpa, é usada a fibra de celulose para tecer esses tecidos bonitos, suaves e sedosos. A celulose cítrica é semelhante a seda, e pode se misturar a outros materiais. O resultado é um têxtil 100% cítrico e totalmente novo para a indústria da moda. Inspirada na moda verde, a marca de artigos de luxo Salvatore Ferragamo desenvolveu um projeto exclusivo sobre inovação e sustentabilidade, que colabora com a Orange Fiber, criando uma coleção cápsula com os tecidos macios de fibra de laranja, e estampas do designer italiano Mario Trimarchi.
Moda e vinho é a combinação perfeita, e muito mais do que isso se visto por outro lado. A empresa italiana Vegea criou um tecido alternativo derivado do bagaço da uva. Chamado de Wine Leather, o biomaterial valoriza o subproduto da agro indústria e promove a sua recuperação ao invés do descarte. Vegeatextile é a tecnologia da Vegea voltada para a produção de tecidos a partir de resíduos da indústria do vinho, que extrai o bio-óleo das sementes, assim como as cascas e o talo para compor o processo. São diversas as aplicações do bio-couro, mas a equipe tem se concentrado na criação de tecidos naturais que satisfaçam a indústria do vestuário. Apoiada pela Fundação H&M a empresa produziu a primeira coleção de moda que inclui vestidos, sapatos e bolsas feitos a partir do vinho.
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