Escoltada pelo estilo andrógino a alfaiataria assume medidas femininas em lojas e grifes especializadas
Por Raquel Medeiros
Gênero e moda traçam um novo paralelo e se despem de ideias preconcebidas. Entre o masculino e feminino reside uma linha singular que expõe a androginia como território da indústria que lida com a construção de identidades, desejos e sexualidade. Longe do dilema shakespeariano do "ser ou não ser" há muito tempo que o segmento do vestuário acenou em largar de mão os rótulos sexistas para transgredir os limites das convenções. Do cinema às passarelas, editoriais e campanhas que contextualizam rostos, corpos e comportamentos carregados de interrogações que vasculham o que há sob a roupa, sedimenta-se um mercado que congrega a moda andrógina. Sobretudo, a proliferação de marcas e lojas dirigidas às mulheres que são fiéis ao conteúdo do armário elaborado para homens.
A alfaiataria minimalista apoiada no conforto é o fio condutor. Blazers, smokings, calças e camisas... E mais: coletes, sapatos brogue, cintos, chapéus, gravatas, abotoaduras e suspensórios colaboram para o visual de mulheres que optam pelas linhas simples sem perder a sofisticação. A busca rotineira pelos produtos nas lojas estritamente masculinas - ou nas seções varonis das redes de departamento - alertou o mercado para o vácuo de uma demanda crescente. Algumas marcas saíram na frente com o conceito da roupa clássica do sexo oposto moldada para corpos mais curvilíneos. A iniciativa comercial traz alívio para consumidoras cansadas de cruzar os dedos por tamanhos pequenos e já acostumadas aos ajustes antes de vestir a peça escolhida na vitrine.
Um dia de compras femininas com alvo certeiro representa uma visita à seção unissex da cadeia American Apparel ou a navegação em sites especializados como o da recente comunidade Wildfang. O nome alemão pode ser traduzido como "menina moleque ou molecona" e ainda está dando as boas vindas às clientes antes de disponibilizar - em um clique - a roupa bem cortada para mulheres amantes da alfaiataria. As fundadoras Julia Parsley e Emma Mcilroy apostaram na ideia depois de colecionar frustrações com achados exclusivos das araras masculinas. A proposta reúne mais de 25 marcas dos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália com pitadas de ousadia e diversão.
Em São Francisco, nos Estados Unidos, a camisaria sem sobras nas laterais ou apuros para abotoar na linha do busto está ao alcance das mulheres. Nascida em 2012 a Tradlands inpirou-se no espírito aventureiro ddas clientes que optam por produtos que são ao mesmo tempo clássicos e duradouros. Os tecidos resistentes como jeans e linho cru lavado constroem silhuetas descontraídas e femininas. Opções assim estão em alta e desenham um gráfico descendente nos índices de assaltos aos armários dos homens.
Fonte:http://www.nasentrelinhas.com.br/noticias/costurando-ideias/441/a-r...
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