As estimativas anunciadas em janeiro de que o setor reverteria dois anos de queda em 2017 se confirmaram e ainda apresentaram indicadores mais positivos, de acordo com o balanço realizado na semana passada pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). Se a previsão para o PIB brasileiro é de crescimento que não chega a 1% este ano, só a produção de vestuário deverá aumentar 3,5% em relação a 2016, menos que a produção têxtil, porém, bem acima do 1% estimado no início de 2017 pela entidade.
Também as projeções para 2018 sinalizam mais um ano de crescimento para o setor se mantidas as condições favoráveis atuais de câmbio (do real frente ao dólar), queda da inflação e dos juros, taxa de desemprego que parou de cair. As nuvens que podem afetar esse cenário otimista são as eleições que por enquanto têm se mostrado muito polarizadas, comenta Fernando Pimentel, presidente da Abit. “Mas a maior preocupação é com o aumento das importações, especialmente de vestuário”, diz ele baseado nas análises da entidade que sinalizam para alta de 23% no valor da importação de roupas em 2017 e de mais 15% em 2018.
Revistos os indicadores iniciais, a perspectiva é o faturamento do setor têxtil e de confecção subir em 2017 cerca de 5% do registrado no ano anterior, alcançando R$ 144 bilhões, o equivalente a US$ 45 bilhões. Para 2018, deverá ser um pouco maior, de 5,5%, para atingir R$ 152 bilhões (ou US$ 46 bilhões).
RECUPERAÇÃO DA PRODUÇÃO
Desde o início do ano já havia a expectativa de retomada do ritmo industrial no setor, recuperação que deverá ficar acima do 1% previsto. Para o vestuário, a Abit avalia que o setor vai crescer 3,5% chegando a 5,9 bilhões de peças confeccionadas, em 2017. Para o próximo ano, o crescimento físico será menor, por volta de 2,5%, representando volume muito próximo ao nível em que operava em 2014, em torno de 6 bilhões.
Já o varejo de vestuário, que abrange também as roupas importadas, vai expandir 6,5%, movimentando em 2017 6,71 bilhões de peças. Para 2018, as projeções da Abit indicam crescimento de 5%, chegando a 7 bilhões de peças.
Da mesma forma, houve recuperação da produção têxtil depois de dois anos em queda. A previsão é fechar 2017 com 1,77 milhão de toneladas produzidas, aumento de 4,2%. Em 2018, serão 4% a mais, chegando a 1,84 milhão de toneladas.
INVESTIMENTOS EM CAPITAL E EMPREGO
A previsão é a indústria investir R$ 1,9 bilhão (o equivalente a US$ 595 milhões) em 2017, ante R$ 1,76 bilhão aplicados em 2016. Em 2018, a Abit espera R$ 2,2 bilhões (US$ 685 milhões) em desembolsos. “E não será para aumento de produção”, afirma Pimentel. De acordo com o presidente da entidade, os recursos serão destinados à modernização e atualização do parque instalado, além de projetos de melhoria de qualidade.
Do total aplicado, 67% representam os investimentos da indústria têxtil, mais intensiva em capital. As confecções respondem pelos 33% restantes, calcula Pimentel.
Com 130 mil postos de trabalho a menos em dois anos, a indústria voltou a contratar em 2017, ainda que em ritmo bem lento. Foram criados 3,5 mil empregos formais, com a expectativa de retomada mais intensa a partir de 2018, mediante a oferta de 20 mil novas vagas no ano que vem.
BALANÇA COMERCIAL
De maneira geral, os dois últimos anos viram minguar as operações de comércio exterior do setor, que nunca foram fortes. Em 2017, os indicadores melhoraram. Pela previsão da Abit, as exportações vão crescer 1,5% para US$ 1 bilhão, em 2017, e avançar 5% em 2018. O acordo de tarifa zero com a Colômbia para fios e tecidos produzidos localmente pode ajudar nessa alavancagem.
As importações que despencaram em 2015 e 2016, por causa do câmbio e muito afetadas pelo cenário de consumo interno arredio, ganharam força em 2017. A estimativa da Abit é que em 2017 as compras de importados em geral subam 21%, para somar US$ 5,1 bilhões, e mais 12% em 2018 para chegar a US$ 5,7 bilhões. Já a importação de vestuário deverá crescer 23% em 2017, movimentando US$ 1,72 bilhão e registrar outros 15% de aumento em 2018, chegando a US$ 2 bilhões.
Jussara Maturo
http://gbljeans.com.br/noticia/7866.htm
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esta recuperando coisa nenhuma está parando de perder.
Nas fabricas ainda tem muito equipamento parado.
A falta de algum produto é em razão do fechamento de varias fabricas de mesmo produto ao mesmo tempo em 2014 e 2015 e o que sobrou não tem capacidade para suprir este pequeno aumento da demanda.É o caso de fio cardado e penteado.
As importações que despencaram em 2015 e 2016, por causa do câmbio e muito afetadas pelo cenário de consumo interno arredio, ganharam força em 2017.
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