Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Acordo entre Mercosul e UE abre caminho para a indústria têxtil brasileira

Ramo da indústria deve ser um dos beneficiados pelo tratado, e já trabalha com previsão para elevar as vendas ao exterior. Área de fibras naturais é uma das mais competitivas



Setor têxtil esperava pelas condições negociadas há 20 anos(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press 25/11/20 )
O acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia (UE) será benéfico para a indústria têxtil, que comemorou o tratado, discutido há cerca de 20 anos, e vê nele possibilidades de melhoria para o setor no Brasil e no mundo. A avaliação é do empresário Josué Gomes da Silva, presidente do Grupo Coteminas, um dos principais conglomerados têxteis do Brasil.
“Esse acordo traz perspectivas muito positivas a médio longo prazo”, afirma Gomes da Silva, ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e do The International Textile Manufacturer Federation (ITMF), entidade que representa fabricantes mundiais da cadeia têxtil. “Temos que comemorar". 
O setor têxtil foi um dos primeiros setores da indústria a apoiar e trabalhar por esse acordo que agora, finalmente, foi assinado”, afirmou o empresário. Ele disse que o segmento iniciou a luta pelo acordo de livre comércio entre países do Mercosul e a União Europeia há 20 anos.

“(A assinatura do acordo) foi uma vitória para a área têxtil e para vários outros setores industriais, para a agroindústria e para a economia nacional”, enfatizou o presidente do Grupo Coteminas. Josué Gomes da Silva destacou que, ao trazer impactos para a produção têxtil de forma global, o acordo comercial entre os representantes do Mercosul e da União Europeia terá reflexos praticamente em todo o mundo.
“Nós estamos falando de uma área que representa 25% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, de uma população de mais de 750 milhões de pessoas (nos dois blocos comerciais)”, destacou. Ele lembrou ainda que o setor têxtil brasileiro, e, sobretudo, a área de fibras naturais, é muito competitiva. Por isso, acredita não haver dúvidas de que a produção têxtil nacional só tem a crescer a partir do acordo Mercosul/União Europeia.
O acordo dos dois blocos comerciais removerá, gradualmente, as tarifas aduaneiras de 92% dos bens exportados pelo Mercosul para a UE e de 91% dos produtos exportados da UE para o Mercosul. A negociação prevê que em 10 anos as tarifas de importação e exportação sejam zeradas, e o restante das exportações terá acesso preferencial por meio de cotas exclusivas e reduções parciais de tarifas.
O empresário foi homenageado ontem com a Medalha de Honra de Montes Claros, maior comenda da Câmara de Vereadores local, entregue, anualmente, no dia 3 de julho, quando se comemora o aniversário da cidade. O Grupo Coteminas foi fundado em Montes Claros, onde conta com três unidades fabris.
Josué Gomes da Silva anunciou que o grupo está ampliando suas atividades no município, onde, recentemente, decidiu pela contratação de mais 400 trabalhadores. A Coteminas negociou com o governo municipal a transferência da sede da prefeiturade Montes Claros para uma das antigas unidades do grupo na cidade, situada perto do aeroporto local.
Filho do ex-presidente e fundador da Coteminas, José Alencar, Josué disse apostar na recuperação da economia nacional e defendeu as reformas no país.

“O Brasil é um país que está enfrentando os desafios. Precisamos da simplificação e do aprimoramento da legislação. Precisamos de infraestrutura – para que seja melhor e mais competitivas. Precisamos de segurança jurídica. Precisos de custo de capital compatível com as atividades produtivas”, afirmou o presidente da Coteminas.
 

Precaução 

A ministra Tereza Cristina admitiu que a inclusão do “princípio de precaução” no capítulo de desenvolvimento sustentável do acordo entre Mercosul e União Europeia pode ter impacto para os produtores rurais brasileiros, mas pondera que, na prática, “isso não muda nada” devido a regras já existentes no país.

Ela também destacou como ponto positivo o fato de o princípio não ter sido incluído no capítulo que trata de questões sanitárias e fitossanitárias, uma demanda dos europeus que ficou fora do acordo. 

“Colocamos várias garantias para que isso (princípio de precaução) não fosse usado politicamente, mas é claro que pode impactar sim. Acho que não muda nada para nós porque onde a produção está, ela tem que estar legalizada, em propriedades que estejam dentro do nosso Código Florestal”, declarou.

Exibições: 904

Responder esta

Respostas a este tópico

Entendo que seria de suma importância uma explicação por parte do Presidente do Grupo Coteminas, das razões do Brasil exportar 2/3 de sua safra de Algodão, e somente manufaturar 1/3.
 

  “O Brasil é um país que está enfrentando os desafios. Precisamos da simplificação e do aprimoramento da legislação. Precisamos de infraestrutura – para que seja melhor e mais competitivas. Precisamos de segurança jurídica. Precisos de custo de capital compatível com as atividades produtivas”, afirmou o presidente da Coteminas.

Enquanto "votamos mal", deixamos nossas Empresas sucateadas, perdemos "mercados". A Agroindústria segue sua rota vitoriosa, investindo e colhendo frutos. Exportamos "matérias primas". A "retomada" de um mercado é muito mais difícil e custoso que conquista-lo.
Ultimamente "sucateamos" até mesmo nossas Academias Têxteis; triste sina.

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço