Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O primeiro relatório anual da Textile Exchange sobre o compromisso que marcas e retalhistas como a Adidas, a H&M, a Levi Strauss e a Ikea assumiram para aprovisionar algodão de fontes sustentáveis revela que parte dos signatários já atingiram em 2018 o objetivo delineado para 2025.

O relatório “2025 Sustainable Cotton Challenge Report” da Textile Exchange revela os progressos feitos por marcas e retalhistas que se comprometeram a aprovisionar 100% do seu algodão de fontes mais sustentáveis.

Dos 39 signatários do compromisso, 26 reportaram a aquisição de um tipo ou mais de algodão preferencial – orgânico, de comércio justo ou reciclado –, culminando num consumo agregado estimado de 760.849 de toneladas de algodão mais sustentável, o que representa um pouco mais de 3% do algodão mundial produzido.

O compromisso tem como objetivo ser um catalisador para alimentar uma mudança no mercado para a utilização de mais algodão sustentável. O primeiro relatório anual também fornece uma atualização dos feitos e impactos que os programas de algodão têm em termos de água, comunidades, qualidade do solo, biodiversidade, considerações sociais e regulamentos.

Metas antecipadas

Dos 30 signatários que completaram o PFM Benchmark Program, 10% conseguiram atingir o objetivo de 2025 de utilização de algodão preferencial, todos com algodão orgânico. As marcas e retalhistas que se juntam ao desafio e se comprometem a aprovisionar mais algodão sustentável podem escolher de fontes que estão na lista da Textile Exchange de iniciativas de algodão orgânico e sustentável. Estas iniciativas incluem algodão orgânico certificado com Organic Content Standard, Global Cotton Textile Standard Fairtrade, Fairtrade International ou Fair Trade USA, Better Cotton Initiative, Cotton Made in Africa e algodão reciclado certificado por entidades como o Global Recycled Standard ou o Recycled Claim Standard.

Do grupo, 37% conseguiram uma quota de algodão preferencial entre 75% e 99%, 23% conseguiram uma quota entre 50% e 74%, 7% atingiram uma quota entre 25% e 49% e 17% ficaram com menos de 24%.

O relatório destaca que para que o algodão sustentável se torne uma prática de negócio corrente, a quantidade de algodão sustentável cultivado e comprado tem de aumentar significativamente. O compromisso, criado em 2017, é gerido pela Textile Exchange sob a direção de um grupo com representantes da Marks & Spencer, a Soil Association, a Better Cotton Initiative (BCI), a Levi Strauss & Co. e o Kering.

«A abordagem sustentável beneficia tanto as pessoas como o planeta», afirma La Rhea Pepper, diretora-geral da Textile Exchange, no relatório. «Com a melhoria contínua e a implementação de práticas regenerativas, o cultivo do algodão melhora a diversidade e o ecossistema, mas também tem vantagens materiais tangíveis. Muda a dinâmica socioeconómica destas comunidades rurais. Os agricultores recebem um preço justo pelo seu algodão e diversificam a sua base de produção com colheitas rotativas», acrescenta.

Produção aumenta

De acordo com o relatório, o algodão é a segunda fibra mais importante desde que os sintéticos assumiram a liderança nos anos 90. A produção de algodão caiu em 2015/2016, recuperando com cerca de 23 milhões de toneladas e uma quota de mercado de aproximadamente 24,5% da produção mundial de fibras em 2016/2017. A produção de algodão terá atingido, segundo as estimativas, 25,8 milhões de toneladas em 2017/2018.

A quota de mercado de algodão virgem preferencial aumentou de 6% da produção total de algodão em 2012/2013 para 19% em 2016/2017, de acordo com a Textile Exchange. O organismo antecipa que a quota de mercado de algodão preferencial tenha aumentado para 24% em 2017/2018.

O ano passado marcou o terceiro ano do PFM Benchmark Program, com a participação a incluir 111 empresas. O algodão preferencial reportado tem vindo a aumentar de forma constante ao longo dos últimos três anos. Em 2018, 104, ou 94%, das 111 empresas revelou ter usado um ou mais tipos de algodão preferencial.

Da Adidas à Timberland

Os participantes incluem a Adidas, a Asos, a Eileen Fisher, a Levi’s, a Metawear e a Timberland. Mais recentemente juntaram-se a Mayamiko, a Ramblers Way e a Reformation.

Zachary Angelini, diretora ambiental na Timberland, afirma no relatório que «na Timberland, procuramos ser protetores da terra em tudo o que fazemos e reconhecemos o sourcing de algodão sustentável como uma parte importante desse objetivo. Estudos mostram os benefícios sociais positivos para as comunidades agrícolas, assim como o potencial destas práticas para sequestrar carbono no solo. É um trabalho entusiasmante à medida que avançamos para minimizar os impactos ambientais de criar estrategicamente benefícios ambientais e sociais reais dentro da cadeia de aprovisionamento».

Já Liza Schillo, diretora de sustentabilidade de produto na Levi Strauss & Co, adianta que «este ano atingimos, e estamos a exceder, o aprovisionamento de 50% de algodão com alternativas mais sustentáveis. Estamos no caminho para atingir o nosso objetivo de usar 100% de algodão sustentável até 2020. Somos um comprador de algodão bastante grande, por isso não é um pequeno feito».

https://www.portugaltextil.com/algodao-sustentavel-ganha-quota/

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  Muda a dinâmica socioeconómica destas comunidades rurais. Os agricultores recebem um preço justo pelo seu algodão e diversificam a sua base de produção com colheitas rotativas», acrescenta.

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