Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A guayabera, uma camisa plissada de quatro bolsos usada para fora da calça, tornou-se onipresente na moda dos Estados Unidos, graças aos exilados cubanos que fugiram de Fidel Castro e seus uniformes verde-oliva.

Agora que os exilados originais estão morrendo, algumas confecções estão tentando recriar a camisa centenária para uma geração mais jovem e descolada. Pode ser uma aposta difícil.

Antonio García-Martínez, um filho de exilados cubanos que cresceu em Miami, disse que a clássica guayabera de linho tem claras limitações de estilo: ela amassa fácil, parece quadrada e é muito antiquada para o gosto dele. A camisa "faz você parecer um avô cubano num funeral", diz García-Martínez, que tem pouco mais de 30 anos e hoje mora próximo a San Francisco.

Na sua forma clássica, com mangas longas e linhas de pregas firmemente costuradas num tecido de linho impecável, a guayabera há muito tem sido uma alternativa confortável ao terno para o calor dos trópicos.

Usada por homens em países quentes do Sudeste Asiático ao Caribe, acredita-se que a camisa tenha surgido em Cuba, saindo do campesinato para se tornar um símbolo de elegância em Havana. Atualmente, a maioria das guayaberas, de mangas longas e curtas, é feita no México ou na China, principalmente de algodão ou fibras sintéticas.

Mas ainda existem alfaiates em Miami que estão tentando atualizar seu estilo para os jovens. Alguns varejistas estão lançando algumas novas criações radicais inspiradas na guayabera, incluindo roupas infantis, vestidos, túnicas e até roupas de cachorro. O principal, porém, é tentar modernizar a camisa para o público jovem, que hoje está entre os maiores consumidores de moda da cidade.

Como herdeiro da realeza da guayabera, Louis Puig, 52, conhece bem o público alvo.

Seu pai, Ramón, um destacado alfaiate, ganhou ainda em Cuba a reputação de mago da guayabera e depois a construiu também em Miami, se restabelecendo lá como o "el Rey de las Guayaberas". Agora que o rei morreu, seu filho Louis - que é DJ em Miami e dono do Club Space, um das mais famosas boates de música eletrônica da cidade - está tentando revitalizar o negócio da família com uma ostentosa butique no sul de Miami, bem longe da Pequena Havana, região da cidade com alta concentração de cubanos, onde seu pai abriu uma loja em 1971.

Guayaberas caras de linho e algodão com listras e cores fortes pendem das araras - um rompimento revolucionário com o tradicional visual branco, bege ou azul claro. Há ainda vestidos no estilo guayabera.

"A guayabera não é mais apenas a camisa do seu pai. É uma coisa cubana e bacana", diz.

A origem da guayabera é um mistério, mas histórias apontam para a Cuba rural do século XVIII, onde um colono espanhol pediu à sua esposa para que fizesse uma camisa com bolsos extras, um modelo considerado prático pelos apanhadores locais de goiaba (guayaba significa goiaba em espanhol).

Outros dizem que o nome deriva do rio Yayabo, perto da cidade cubana de Sancti Spiritus. De qualquer modo, a camisa permitia aos agricultores e aos soldados enfrentar o calor e rapidamente se espalhou para outros postos espanhóis na América Latina e no Sudeste da Ásia. Médicos cubanos e legionários também a usaram na África, durante a Guerra Fria.

Depois da Revolução Cubana, o coração da indústria da guayabera se mudou para a Península de Iucatã, no México, onde os fabricantes acrescentaram o bordado.

Sua popularidade lá foi consolidada no início dos anos 70 pelo então presidente mexicano Luis Echeverría, um aficionado da camisa, diz Mike Knoll, folclorista do History Miami, antigo Museu Histórico do Sul da Flórida.

Hoje, a guayabera também é conhecida como "camisa mexicana de casamento" e se tornou um traje popular em casamentos em lugares tropicais. Ela permanece a favorita entre chefes de Estado na América Latina, incluído o próprio Fidel Castro, que as usava em eventos de cúpula. Desde 2010, a guayabera tem sido a roupa oficial dos diplomatas cubanos.

Em Miami,porém, a camisa hoje enfrenta dificuldades para conquistar imigrantes cubanos recentes, que viveram sob o regime comunista na ilha e têm uma visão menos romântica de várias tradições antigas, inclusive a moda da guayabera.

Knoll, que foi curador de uma exposição sobre a camisa, disse que na ilha o vestuário "não é nem de perto adorado como já foi um dia". Rafael Contreras Jr., cuja marca de guayaberas D'Accord, baseada em Miami, tem suas camisas feitas em Iucatã e vendidas no mundo todo, diz que o amor pelas guayaberas vai e vem.

Segundo ele, nos anos 80, os jovens em Miami as usavam com jeans e botas de cowboy nas casas noturnas. Agora alguns jovens querem "guayamisas", um misto entre a guayabera e uma camisa simples. Eles gostam de usar por fora da calça e dos finos plissados, mas "não querem bolsos" porque estes dão à camisa um visual mais convencional, diz ele.

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Seria ótimo se essa matéria tivesse fotos. Por isso estou colocando um exemplo.

Una imagen valemas que 1000 palabras!

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