Conheça a história de Coco Chanel, a estilista mais famosa do mundo, que eternizou o “pretinho básico” e é ícone de sofisticação feminina.
Coco Chanel é, de fato, um ícone eterno da moda. Isso porque a estilista faz parte do seleto grupo de mulheres de fizeram história e mudaram a forma de ser mulher na sociedade europeia no século XX.
Hoje em dia, seu nome é sinônimo de elegância e bom gosto. Além disso, também foi uma das criadoras que mais incentivou a liberdade feminina.
Em um mundo anteriormente dominado por grandes costureiros, ela revolucionou o jeito de ser, pensar e se vestir.
Na atualidade, a Chanel é uma das mais poderosas grifes no cenário global e permanece fazendo história. Em meio a pandemia do Coronavírus, em que o mundo decretou isolamento numa tentativa de achatar as curvas exponenciais do Covid-19, apresentou desfile virtual Chanel para Cruise Collection 2021 nas plataformas digitais, sem contar as iniciativas relacionadas a Moda e Diversidade.
Perfeccionista e também revolucionária. © Reprodução
“Elegância é tudo aquilo que é belo, seja no direito seja no avesso.”
“A natureza lhe dá o rosto que você tem aos 20. A vida lhe desenha o rosto dos 30. Mas, aos 50, é você quem decide o rosto que quer ter.”
Gabrielle Bonheur Chanel nasceu em 1883. Primeiramente, ela ficou órfã de mãe e foi abandonada pelo pai aos seis anos de idade. Assim, foi para um pensionato da cidade francesa de Auvergne, sendo levada de Saumur, sua cidade natal.
A ligação de Chanel com o mundo da moda começou em 1910, em Deauville, onde passou a trabalhar em uma loja de chapéus.
Coco Chanel, maneira como era chamada pelos – poucos – amigos, criou os alicerces de uma elegância feminina única, ao longo de uma vida em que o trabalho sempre ocupou o lugar principal.
Para que quiser vivenciar a história da estilista, recomendamos o filme sobre sua vida, com Audrey Tautou, atriz de Amélie Poulain foi Coco Chanel nos cinemas.
O estilo do século 20, no que teve de mais funcional, feminino – sem os exageros que o conceito costuma trazer – e no que teve de absolutamente, irremediavelmente elegante, levou a assinatura de Chanel.
Uma vez começada a carreira, em quatro anos, já era dona de duas lojas do gênero, uma na mesma cidade de Deauville, outra em Paris. Além dos chapéus, as primeiras roupas concebidas por Coco Chanel começavam a aparecer. Desde o início revelando aqueles que seriam os traços marcantes em todas as suas criações: a simplicidade e o conforto.
Assim, foram surgindo vestidos chemisiers soltos, amplos cardigãs, peças em jérsei. O segundo tecido até então só era utilizado na confecção de roupas íntimas – e twinsets que o tempo se encarregaria de elevar ao patamar de clássicos.
Há pessoas que têm dinheiro e pessoas que são ricas.”
“Uma mulher precisa de apenas duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a ame”
“Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher.”
Sem qualquer preconceito, Chanel adotou o suéter masculino usado sobre saias lisas e retas e, em 1920, deu um de seus golpes mais ousados, lançando calças masculinas para mulheres. Essas, por sua vez, eram inspiradas nas calças de boca largas usadas por marinheiros.
Suas inovações, de fato, retocaram toda a silhueta feminina. O novo comprimento de suas saias mostrou os tornozelos das mulheres, cujos pés passaram a contar com sapatos confortáveis de bicos arredondados.
Pérolas em especial (e bijuterias em geral) também ganharam lugar de destaque entre os acessórios. Enquanto isso, cachecóis enrolaram-se com classe nos pescoços das mulheres. Além disso, seu corte de cabelo tornou-se simétrico, reto, mostrando a nuca – o eterno corte Chanel.
Também eternos tornaram-se o “pretinho”- vestido reto, simples, num bom tecido de cor preta. Assim como ensinou Chanel, ele é a elegância em qualquer situação – e seu Chanel nº 5, até hoje o perfume mais vendido em todo o mundo.
Aliás, ninguém pode se esquecer das práticas bolsas a tiracolo, pura inspiração Chanel, ainda mais nos modelos em matelassê, com correntes douradas.
“Sou contra a moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora, só porque é primavera.”
“Para ser insubstituível, deve-se sempre ser diferente.”
Coco Chanel, a mulher que incansavelmente criava estilo e elegância para outras mulheres era, antes de tudo, uma perfeccionista.
Falando muito, com uma tesoura nas mãos, era capaz de passar até dez horas seguidas em busca do exato efeito de um modelo – e era capaz de recomeçá-lo tantas vezes quantas fossem necessárias, até atingir o ponto que considerava ideal.
Ela era a própria figura da garçonne: mulher magra, de cabelos curtos lembrando os de um menino. E seu sucesso decolou definitivamente ao longo da década de 20.
Em 1929, Chanel criava em Paris uma butique especial para a venda de seus acessórios. Um ano depois ia para os Estados Unidos, onde desenhou roupas para diversos filmes da United Artists. De volta à França, dedicou-se basicamente à sua confecção, até 1939.
Com o início da 2ª Guerra Mundial, porém, Chanel decidiu fechar seu salão parisiense, que só seria reaberto em 1954. Ela estava então, com 71 anos e seu prestígio permaneceu intocado.
Suas criações continuavam a ser uma direção segura para a elegância da melhor qualidade. Dando ênfase à criação de acessórios, visualizando o futuro de sua linha de perfumes e cosméticos.
Além disso, seguia insistindo sempre no corte impecável de suas roupas e em suas cores básicas. Entre elas o cinza, o azul-marinho e o bege, além do predileto preto.
“A moda sai de moda, o estilo jamais.”
“Não importa o lugar de onde você vem. O que importa é o que você é. E quem você é? Você sabe?” (Coco Chanel)
Chanel foi uma figura presente em sua Maison até sua morte, aos 88 anos. Além disso, ela é até hoje, a inspiração dos que continuam a manter sua marca em plena atividade.
Verdadeira lenda, Chanel mantém milhões de fiéis seguidoras em todo o mundo. São mulheres que não deixam de reconhecer nas criações que levam seu nome.
Até 2019, o estilista alemão Karl Lagerfeld comandava a Chanel com uma classe inigualável. Lagerfeld é reconhecido por ter renovado a marca Chanel, tornando-a mais moderna e atraente a um público mais jovem, enquanto trazia novas cores, cortes e estilos aos looks.
Karl Lagerfeld no Brasil – O estilista esteve por terras brasileiras algumas vezes tanto para divulgar a Chanel. Karl também renovou peças clássicas como a The Little Black Jacket, icônico casaco criado por Coco, em super ensaio fotográfico, com looks totalmente contemporâneos, usados por uma verdadeira constelação de astros e estrelas.
Com seu falecimento, Virginie Viard assumiu o comando da marca. Logo em sua primeira coleção, ela voltou às raízes da Alta-Costura, sempre homenageando Coco Chanel.
Avaliação que ela certamente aprovaria: só, apesar de alguns amores ao longo da vida e de um grande amor, Boy Capel, Chanel não teve filhos.
O estilo que criou foi sua maior paixão. Adorava ser copiada, chegava a abraçar os camelôs de Paris que vendiam o “falso Chanel” pelas esquinas.
Além disso, era uma incorrigível mentirosa e entre as muitas frases proferidas no salão da Rue Cambon e no hotel Ritz, onde morava, que ganharam o mundo, há uma que é certamente sua própria definição: “Foi a solidão que temperou meu caráter, que é mau, bronzeou minha alma, que é orgulhosa, e também meu corpo, que é sólido”.
“O luxo tem que ser confortável ou não é luxo.”
“O conforto possui formas. O amor cores. Uma saia é feita para se cruzar as pernas e uma manga para se cruzar os braços.”
“O dinheiro nunca significou muito para mim, mas a independência (conseguida com ele), muito. (Coco Chanel)
“Eu não entendo como uma mulher pode sair de casa sem se arrumar um pouco – mesmo que por delicadeza. Depois, nunca se sabe, talvez seja o dia em que ela tem um encontro com o destino. E é melhor estar tão bonita quanto for possível para o destino.” (Coco Chanel)
“Não há tempo para a monotonia do previsível. Há tempo para o trabalho. E tempo para o amor. Isso nos toma todo o tempo.”
“Uma moça deve ser duas coisas: elegante e fabulosa.”
“O que conta não são os quilates, mas o efeito. “(Coco Chanel)
“Já que tudo está na nossa cabeça, é melhor a gente não perdê-la.”
“Nem tudo que é bonito vai te fazer bem quando te tocar.” (Coco Chanel)
Aqui temos como objetivo pensar a moda criada na Europa durante o século XX por mulheres. Elas mudaram a forma de ser mulher na sociedade ocidental.
Não desprezamos, portanto, a importância da criação japonesa, nem da norte-americana no cenário da moda contemporânea. Apesar disso, nossa intenção é apenas mostrar a presença feminina num mundo que é conhecido quase exclusivamente como posse dos grandes costureiros e das Maisons.
Por Queila Ferraz
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