Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Em um segmento que não pára de crescer, um novo espaço surge.

Ilustração (Foto: Mariana Valente)

A bomba que fechou a última temporada de moda masculina em Paris não veio das passarelas. A notícia de que Hedi Slimane assumiria o estilo da ultrafeminina Céline, com direito ao lançamento de uma inédita linha masculina, agitou os editores. O zunzunzum tinha razão de ser: a antecessora Phoebe Philo imprimiu forte assinatura na Céline com uma moda que mesclava alfaiataria com peças extremamente femininas.

Total expectativa com o que está por vir das mãos de Slimane, com sua estética mais rock’n’roll e comercial. Até aí, você dirá, é mais um homem assumindo o estilo de uma marca feminina. Certo, mas o foco aqui é outro. A questão não está apenas na nova porção masculina da Céline, mas também nas demais linhas para homens que outras grifes, reconhecidas por sua veia feminina (feminista?), estão lançando, com mulheres poderosas na direção criativa.

Stella McCartney estreou no universo masculino no fim de 2016 com uma coleção que subvertia os clássicos em uma pegada streetwear e estreitou os laços entre casual e formal. No ano passado foi a vez de Isabel Marant – que conquistou as mulheres com a moda boho – apresentar em Paris a sua primeira coleção para eles. Em Londres, nomes jovens e relevantes do line-up local, como Astrid Andersen e Lou Dalton, focaram suas carreiras na criação de roupas masculinas. Sem falar de Véronique Nichanian, que há mais de duas décadas assina a impecável moda homem da Hermès.

Esse movimento não acontece à toa. O segmento de moda masculina cresce ano após ano, estimulando a formação de novos designers focados nesse universo. No último prêmio anual que o grupo LVMH concede a jovens talentos, de 21 nomes contemplados, dez eram estilistas de moda masculina, nove faziam feminino e dois desenhavam para ambos. Detalhe: entre os dez nomes focados em masculino, há duas mulheres.

Se ainda não podemos celebrar a igualdade de postos no comando das grandes marcas de luxo, esse crossover de interesses não deixa de ser saudável. O avanço do conceito sem gênero e a importância crescente das marcas independentes no mercado tendem a melhorar ainda mais o cenário. Fazemos gosto.

 POR SYLVAIN JUSTUM

https://gq.globo.com/Estilo/Manual/noticia/2018/03/com-mais-mulhere...

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