Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Anthenor Neto, Aline Weber e Victor Borges apresentam detalhes do backstage de um shooting.

Aline Weber (Joy Management) usa vestido Esfér – Foto e direção criativa: Anthenor Neto (Matching Digital), com styling de Victor Borges (SDMGMT), direção de arte Ale Montanher, beleza de Gui Casagrande (Fernanda Sá), casting Fernando Herbert, assistentes de foto Filipe Krug e Melissa, assistente de moda Fernanda Wally e assistente de beleza Danielle Quessada

Ao folhear uma revista de moda ou navegar por um site fashion, é comum se encantar por imagens com roupas elaboradas, poses complicadas e uma vibe muito clara. Para criar este tipo de fotografia, é necessário um time de peso, que une sua criatividade para criar linguagens ricas em informação. São fotógrafos, modelos, diretores criativos, stylists, profissionais da beleza e outros inúmeros especialistas que acrescentam pitadas do seu conhecimento e expertise que, juntos, criam um storytelling claro e elegante.

É o caso do editorial “Aline Weber por Anthenor Neto”, apresentado nesta matéria. Baseado no universo da moda autoral e handcrafted, a proposta das imagens tem como principal referência a construção de um imaginário feminino potente e feroz, combinando e criando, de forma colaborativa, estéticas que convergem em imagens fortes e gráficas.

“Imagem de moda não se cria sozinho”, afirma Anthenor Neto, fotógrafo e diretor criativo do editorial. Pensando nisso, a Bazaar entrevistou Anthenor, a modelo Aline Weber e o stylist Victor Borges para entender os bastidores da criação deste universo tão rico. Leia a íntegra abaixo:

Aline Weber (Joy Management) usa peças de acervo pessoal – Foto e direção criativa: Anthenor Neto (Matching Digital), com styling de Victor Borges (SDMGMT), direção de arte Ale Montanher, Beleza Gui Casagrande (Fernanda Sá), casting Fernando Herbert, assistentes de foto Filipe Krug e Melissa, assistente de moda Fernanda Wally e assistente de beleza Danielle Quessada

Anthenor Neto

Harper’s Bazaar – Quais foram as inspirações do editorial?
Anthenor Neto – Com uma moda autoral e handcrafted, a proposta do editorial permeia em meio à construção de um imaginário feminino potente e feroz, combinando e criando, de forma colaborativa, estéticas que convergem em imagens fortes e gráficas.

Quais são os principais desafios em criar imagens fortes?
Acredito na criação da imagem quando toda equipe participa do processo, digo, criativos que se conectam. Desta forma, tudo acaba acontecendo de forma natural. No fim, o feeling vem no momento – pelo menos eu acabo fugindo de referências, gosto de estar presente ali comigo e fazer o que acredito. Às vezes, nos apegamos em referências e na prática temos um moodboard para seguir. Um fator importante é a conexão entre modelo e fotógrafo. Essa troca no momento da cena é essencial e você aprende isso na prática, não existe uma escola que vai te ensinar isso, é troca de energia. A modelo precisa se sentir à vontade e é papel do fotógrafo levar essa leveza para o set, saber captar os limites da modelo.

Qual o objetivo da aposta nas formas gráficas?
Gosto de trazer muito desta construção no acting, grande parte do trabalho, fico muito presente dirigindo a modelo, criando uma troca constante. Gosto de fotografar quem consiga captar e entender as formas do seu corpo e, para este editorial em específico, Aline conseguiu muito rápido extrair as ideias propostas.

Qual a importância de valorizar moda autoral em editoriais? 
O apoio a novos designers está muito presente nos projetos que desenvolvo. Valorizo a identidade e força única que as peças autorais acrescentam, não só na imagem mas também para o imaginário de moda.

Como é o processo de traduzir a ideia e o conceito na imagem final?
Acredito que a ideia a ser traduzida precisa fluir dentro da imagética de cada criativo envolvido no trabalho e, juntos, construímos algo em que cada um consiga agregar um pouco da sua personalidade na imagem final.

Aline Weber (Joy Management) usa peças de acervo pessoal – Foto e direção criativa: Anthenor Neto (Matching Digital), com styling de Victor Borges (SDMGMT), direção de arte Ale Montanher, Beleza Gui Casagrande (Fernanda Sá), casting Fernando Herbert, assistentes de foto Filipe Krug e Melissa, assistente de moda Fernanda Wally e assistente de beleza Danielle Quessada

Como foi o dia do editorial?
O processo de criação fluiu com muita naturalidade, é muito bom ter pessoas calmas e que respeitam os limites de cada colaborador. É sobre criar junto sem imposições. Aliás, imagem de moda não se cria sozinho.

Quais dicas você tem para fotógrafos que desejam entrar para o universo da moda?
Quando comecei a trabalhar com moda, em alguns momentos, glamourizava demais, o que é normal para alguém jovem, que acabou de chegar em São Paulo, quando se lida com tanta informação. Acaba gerando um certo deslumbre, mas, com o tempo, isso passa. Comecei cobrindo backstage de desfiles da SPFW e Casa de Criadores. Corria muito atrás para estar presente, muitas vezes investia grana do meu bolso para estar em São Paulo. Buscava referências e estudava bastante, até desenvolver minha estética, que, aliás, ainda venho construindo e me mantenho firme nesta busca. Meu conselho para quem está começando é ter pé no chão e acreditar no seu coração. Se você ama o que faz, o seu feeling vai te guiar naturalmente. Dê tempo ao tempo, pois as coisas não acontecem do dia para noite.

Aline Weber (Joy Management) usa camisa MSGM, trench coat Brechó Vó Judith, meias Calzedonia e brincos Carlos Penna – Foto e direção criativa: Anthenor Neto (Matching Digital), com styling de Victor Borges (SDMGMT), direção de arte Ale Montanher, Beleza Gui Casagrande (Fernanda Sá), casting Fernando Herbert, assistentes de foto Filipe Krug e Melissa, assistente de moda Fernanda Wally e assistente de beleza Danielle Quessada

Aline Weber

Harper’s Bazaar – Com tantos anos de carreira, quais são as principais diferenças no mundo da moda de quando começou para agora?
Aline Weber – A maior diferença, acredito que foi pelo início da era digital, pois, tanto nos desfiles de moda quanto nas revistas, demorava um certo tempo para ver as coleções. Agora, é tudo muito mais rápido!

Como você se adapta às diferentes personalidades dos editoriais que participa?
Sempre gostei dessa parte da moda e da minha carreira, dessa possibilidade de viver diferentes personagens. Recebo, normalmente, um briefing antes do trabalho, descrevendo o que será a inspiração ou a história a ser contada – e acho essa criatividade realmente fascinante.

Quais são as principais dificuldades em dias de shooting? E as partes mais prazerosas?
A mais difícil é certamente criar o personagem, pois demanda um trabalho de muitas pessoas até o resultado final. E a mais prazerosa é, sem dúvidas, ver o resultado.

Quais trabalhos mais te marcaram ao longo dos anos?
Ter participado do filme do Tom Ford (“O Direito de Amar”) foi, sem dúvidas, um trabalho maravilhoso, em que aprendi muito. Também acho que ter aberto o desfile da Balenciaga, anos atrás, foi quando abriram-se as portas para a minha carreira internacional.

Para além das fotos e desfiles, como definiria seu estilo? O que não pode faltar no seu guarda-roupa?
Não tenho um estilo único definido, acredito em conforto e bom gosto na hora de escolher o que usar. Não podem faltar baggy jeans, vestido de seda, camisa branca e mocassim.

Qual tendência não se imagina usando?
Não gosto de usar roupas em que não me sinto à vontade, então acho que qualquer peça muito desconfortável.

Aline Weber (Joy Management) usa peças de acervo pessoal – Foto e direção criativa: Anthenor Neto (Matching Digital), com styling de Victor Borges (SDMGMT), direção de arte Ale Montanher, Beleza Gui Casagrande (Fernanda Sá), casting Fernando Herbert, assistentes de foto Filipe Krug e Melissa, assistente de moda Fernanda Wally e assistente de beleza Danielle Quessada

Como foi trabalhar neste editorial?
Foi maravilhoso, eles são ótimos diretores e têm uma imaginação incrível. Foi, certamente, muito criativo do começo ao fim. Além disso, eles são muito queridos.

Como as roupas com formas gráficas ajudaram a construir as poses e a força das imagens?
Fomos tentando diferentes poses até o gráfico se alinhar da forma que queríamos. Sempre gostei de gráficos em fotos, acho que acrescenta um ar bastante artístico.

Quais são seus próximos projetos?
Atualmente, moro nos Estados Unidos, onde, recentemente, fiz a campanha da Bloomingdale’s e também para a Estée Lauder, que devem sair em breve.

Aline Weber (Joy Management) usa bolsa Prada e meias Dior/Casa Juisi – Foto e direção criativa: Anthenor Neto (Matching Digital), com styling de Victor Borges (SDMGMT), direção de arte Ale Montanher, Beleza Gui Casagrande (Fernanda Sá), casting Fernando Herbert, assistentes de foto Filipe Krug e Melissa, assistente de moda Fernanda Wally e assistente de beleza Danielle Quessada

Victor Borges

Harper’s Bazaar – Quais foram as principais inspirações do editorial?
Victor Borges – Para este editorial, o ponto de partida foi o minimalismo e a sensualidade dos anos 1990. O foco era exclusivamente numa imagem que valorizasse a Aline. Um ponto importante que surgiu no meio do processo foi a ideia de misturar materiais, formando shapes mais abstratos e dramáticos nesse universo mais clean.

Quais são os principais desafios para criar imagens tão fortes?
Um dos maiores desafios é manter-se firme em uma ideia e levá-la até o fim, mesmo lidando, no meio do caminho, com a falta de alguns recursos.

Qual o objetivo da aposta nas formas gráficas?
O objetivo é criar com o styling essa composição, em que a forma atua como uma moldura. Neste editorial, em particular, o foco não era a roupa e, sim, a modelo e a imagem como um todo.

Qual a importância de valorizar a moda autoral e o handcrafted em editoriais?
Desde sempre, trago no meu trabalho essa identidade de algo autoral. Acredito no fomento de jovens talentos da moda nacional e busco utilizar as plataformas de moda para trazer visibilidade para eles. Além disso, muitas vezes crio histórias com algo que não necessariamente é uma roupa.

Como é o processo de traduzir a ideia e o conceito na imagem final?
É um processo de muita pesquisa. Além disso, um dos principais fatores é a seleção da equipe. É essencial que estejam todos muito bem alinhados para que o resultado final seja o mais próximo da proposta inicial.

Como foi o dia do editorial?
Foi um dia bem tranquilo. Conseguimos ter as imagens que buscávamos rapidamente. Afinal, a Aline Weber é uma supermodelo.

Quais dicas você tem para stylists que desejam entrar para este universo?
A minha principal dica é nunca deixar de lado a essência do que acreditam. Não adianta seguir apenas tendências sem criar uma linguagem própria. Também é importante não ter medo e manter-se conectado com o tempo em que vivemos.

https://harpersbazaar.uol.com.br/moda/conheca-o-que-ha-por-tras-de-...

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