A Nordstrom tem uma lista de espera para um casaco Chanel de tweed com lantejoulas com preço de US$ 9.010. A Neiman Marcus esgotou em quase todos os tamanhos os sapatos-plataforma Bianca, de Christian Louboutin, a US$ 775 o par. A Mercedes-Benz disse que vendeu mais carros em julho nos Estados Unidos do que em qualquer mês de julho nos últimos cinco anos.
Mesmo com a economia em depressão e com muitas pessoas controlando os gastos, os ricos estão mais uma vez comprando roupas de estilistas, carros de luxo e quase tudo que lhes chama a atenção. Lojas de artigos de luxo, que passaram tempos muito piores do que outros varejistas na recessão, estão mais do que se recuperando – elas estão disparando. E muitas empresas de alto nível são até capazes de aumentar o preço, em vez de dar descontos, em itens para atrair clientes que equacionam qualidade com preço.
“Se o sapato de designer sobe de US$ 800 para US$ 860, quem percebe?”, perguntou Arnold Aronson, diretor gerente de estratégias de varejo na firma de consultoria Kurt Salmon e ex-presidente e CEO da Saks.
Os ricos não estão gastando tanto quanto gastavam durante o período sem restrições antes da recessão, mas estão se aproximando mais daquele nível.
A categoria luxo apresentou dez meses consecutivos de aumentos nas vendas em comparação com o ano anterior, mesmo enquanto os gastos gerais dos consumidores em categorias como mobília e eletrônicos têm sido mornos, de acordo com o serviço de pesquisas MasterCard Advisors SpendingPulse. Em julho, o segmento de luxo teve um aumento de 11,6 por cento, o maior ganho mensal em mais de um ano.
O que mudou? Sobretudo, o mercado de ações, disseram os varejistas e os analistas, bem como uma boa parte da psicologia de compras. Mesmo com a queda acentuada nas ações recentemente, o Dow Jones subiu cerca de 80 por cento a partir de sua baixa em março de 2009. E, com a economia geral em nenhum lugar próximo de suas baixas da recessão, comprar coisas boas e caras está de volta à moda para pessoas que podem se dar ao luxo.
“Nossa empresa está razoavelmente presa a como o mercado atua”, disse Karen W. Katz, presidente e CEO do Neiman Marcus Group. Embora haja solavancos baseados em dados econômicos diferentes, a tendência geral tem sido em direção positiva.
A empresária nova-iorquina Caroline Limpert, 31 anos, diz que está feliz em gastar com peças clássicas, como a sacola Yves Saint Laurent que ela tem, tanto chocolate quanto preta, mas desde a recessão, ela está evitando itens da moda ou chamativos.