Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Crise na Europa pode Trazer mais Negócio para a Mundotêxtil - Portugal

Queda de outros grandes "players" do sector deu a liderança da produção de felpos à empresa de Vizela, que agora quer diversificar mercados
José Pinheiro | O presidente da Mundotêxtil quer que o grupo esteja voltado para as grandes marcas mundiais.

"Temos alguns clientes que se estão a deslocar para a Mundotêxtil sem que os tenhamos procurado. Há clientes que, estando inseguros com certos fornecedores, procuram empresas que lhes dão maior segurança", enfatiza o administrador da empresa manufactureira de Vizela, Rogério de Matos, convicto de que vai capitalizar com a crise na Europa. A Mundotêxtil é já a maior produtora europeia de felpos (atoalhados), tendo chegado a essa posição pela falência de outras grandes unidades do continente.

"Em Inglaterra desapareceu uma empresa muito forte em têxteis-lar e felpos há pouco tempo, e há clientes que estão a mudar para aqui. Essa empresa há oito anos facturava 125 milhões de euros, e no ano passado facturou 42 milhões. A Mundotêxtil já é a maior produtora de felpos na Europa, não porque tivesse crescido muito nos últimos anos mas porque desapareceram duas ou três das maiores", reforça o administrador da empresa que este ano deverá facturar 40 milhões de euros - 98% dos quais resultantes das vendas em mercados externos. A Europa vale 90% das exportações, sendo que França e Inglaterra lideram o "raking", com um peso de 25% na facturação.

Mas mesmo estando presente em grandes superfícies, como o Carrefour ou o E-Leclerc, ou produzindo para marcas como a Gant, a Escada e a Esprit, a Mundotêxtil riscou do seu dicionário de negócios o verbo "acomodar". "Se nos mantivermos estáticos, é óbvio que vamos ter uma quebra nas vendas e perder facturação. Na Europa ainda há mercados para nos expandirmos. E há outros. A estratégia da empresa passa por apostar em novos mercados", aponta Matos. Aliás, a experiência nos Estados Unidos serve de alerta para evitar o excesso de dependência de um só destino. A desvalorização cambial do dólar face ao euro quase exterminou um mercado que valia 38% das vendas.

Têxtil já não é mundo único
Esta unidade têxtil está longe de ser unidireccionada. O presidente da Mundotêxtil, José Pinheiro, tece uma nova linha de desenvolvimento na estrutura da empresa. "Somos também uma empresa de serviços, que faz a gestão de 'stocks'. Na Europa, queremos associar-nos às grandes marcas que precisam de têxteis-lar, como a Kelvin Klein, a Ralph Lauren ou a Gant. Todas essas marcas não têm estrutura para as os têxteis-lar mas procuram parceiros", frisa.

Exemplo: "Somos nós que produzimos e distribuímos a Gant. Fazemos tudo aqui e é isso que queremos ser em Portugal, uma plataforma de distribuição das grandes marcas", remata o presidente da Mundotêxtil.

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