Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
MAISON Inaugurada em 1913, a loja da Louis Vuitton na tradicional Avenida Champs-Elysées, em Paris, é a maior unidade da grife no mundo. (Crédito: Domingo Leiva)
André Sollitto
Famosa por suas montanhas e pelo vin jaune, um tipo específico de vinho branco similar ao xerez, a região de Jura, na França, também é conhecida por sua contribuição para o mundo da moda. Foi lá que nasceu, há exatos 200 anos, o homem que faria de seu nome uma grife: Louis Vuitton. Para celebrar o bicentenário de seu fundador, a maison que emprestou suas iniciais ao conglomerado LVMH convidou 200 artistas, entre músicos, designers, arquitetos e até paisagistas, para desenhar interpretações do clássico baú de viagens que deu origem a um império da moda. Os primeiros modelos foram apresentados na quarta-feira (4) e deram início a uma série de comemorações que vão se estender ao logo de 2021.
O rapper Drake, o estilista Marc Jacobs, a astróloga Susan Miller, os cantores do grupo sul-coreano BTS, o paisagista nova-iorquino Mr. Flower Fantastic e a artista visual Qualeasha Wood estão entre os nomes que receberam baús com dimensões convencionais e total liberdade para fazer intervenções. Eventualmente, as peças serão catalogadas em um livro, expostas e leiloadas. O lance inicial para cada um será US$ 11,8 mil e o dinheiro arrecadado será doado.
A trajetória de Vuitton, que aos 13 anos iniciou uma viagem a pé até Paris, onde se tornaria uma lenda de estilo, também é o tema de um game desenvolvido para smartphones. Voltado para o público jovem, o jogo permitirá coletar 30 NFTs, os tokens que se tornaram moeda corrente no mundo das artes. Em outubro, o romance fictício Louis Vuitton, L’Audacieux, da francesa Caroline Brognard, será lançado na França. A tradução para o inglês sai no mês seguinte. Em dezembro será a vez do documentário Looking for Louis, produção da Apple TV. Uma obra exclusiva do artista plástico americano Alex Katz e uma edição limitada da champagne Veuve Clicquot também estão previstos para os próximos meses.
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Foto: Daniel Leal-Olivas
Em 2021, a marca completa 167 anos — e um dos segredos de sua longevidade é saber combinar tradição e modernidade. “Esse paradoxo é a tônica do luxo”, afirmou o especialista Amnon Armoni, professor de Administração da Faap. “No mesmo dia eles mostram os baús, uma coisa super tradicional, e lançam um game. É uma marca muito vibrante”, disse. Se essa ousadia foi decisiva para a grife ocupar uma posição dominante no mercado de luxo, foi também o que pesou para colocá-la à frente do conglomerado LVMH, criado em 1987 a partir da fusão com os fabricantes de bebidas Moët et Chandon e Hennessy.
Sob a liderança de Yves Carcelle (1948-2014), que ocupou o cargo de CEO entre 1990 e 2012, a grife expandiu sua atuação em mercados emergentes e consolidou a visão global de Bernard Arnault, controlador da LVMH. “Carcelle é um dos executivos capazes de enxergar o abstrato.
Ele desenhou um futuro e uma perspectiva de inteligência para a grife”, afirmou o consultor Carlos Ferreirinha, especialista em mercado de luxo. “Ele capitaneou a Louis Vuitton para esse princípio transformacional dos últimos trinta e poucos anos.”
Em 2012, Carcelle entregou o cargo por questões de saúde. As vendas haviam caído desde a crise global de 2008. Mas a grife retomou o crescimento sob o comando do atual presidente, Michael Burke. Segundo a Forbes, a Louis Vuitton vale US$ 47,2 bilhões. No primeiro semestre desde ano, a LVMH faturou US$ 33,93 bilhões, e a divisão de couro e moda é a mais lucrativa.
Por trás desses números está, em grande parte, um atributo aspiracional. A marca se tornou objeto de desejo em todo o mundo ao equilibrar a estética clássica que a tornou conhecida e o contínuo lançamento de tendências. Para isso, atraiu grandes diretores criativos. O estilista Marc Jacobs, contratado em 1997, era conhecido por seus trabalhos inspirados na estética grunge quando chegou para revitalizar a imagem da grife. Lançou coleções prêt-à-porter e colaborou com artistas contemporâneos como o japonês Takashi Murakami. Nasciam ali as bolsas com grafites sobre o monograma clássico. “A Louis Vuitton tem uma capacidade de manter todos os pilares da marca muito bem definidos. E dá liberdade para o diretor criativo trazer inovação sem perder o DNA da grife”, disse Katherine Sresnewsky, coordenadora da pós-graduação de luxo na ESPM
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Foto: Divulgação
200 ANOS DE HISTÓRIA
1821: Nascimento de Louis Vuitton em Jura, na França
1854: Criação da marca Louis Vuitton
1913: Abertura da loja na Champs-Elysées
1987: Surgimento do conglomerado LVMH a partir da fusão da Louis Vuitton com as fabricantes de bebidas Moët et Chandon e Hennessy
1997: O estilista Marc Jacobs assume como diretor criativo
2018: Virgil Abloh, fundador da Off-White, assume como diretor da linha de roupas masculina
https://www.istoedinheiro.com.br/dois-seculos-de-louis-vuitton/
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