A Restoque, que assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público, pagará indenização de R$ 1 milhão após ter tido oficinas de produção flagradas com funcionários em condições análogas ao trabalho escravo. O valor corresponde à indenização por dano moral coletivo e foi fixado no TAC assinado com o Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP).
Os funcionários das confecções produziam peças para duas marcas da rede: a Le Lis Blanc e Bourgeois Bohêne (Bo.Bô), varejistas de luxo que vendem mercadorias para classes de maior poder de renda. O valor da indenização ainda não era conhecido e foi informado hoje pelo MP.
“O objetivo do acordo é que a empresa passe a fiscalizar e a se responsabilizar pelas condições de trabalho em toda a sua cadeia produtiva”, informa em nota o Ministério Público do Trabalho em São Paulo. O dinheiro será revertido a entidades assistenciais, a programas de capacitação e qualificação profissional e de prestação de serviços jurídicos a trabalhadores.
Em julho deste ano, 28 bolivianos foram flagrados em situação de exploração em oficinas que confeccionavam peças para o grupo. Na época, a companhia apontou não ter conhecimento do ocorrido e chegou a pagar R$ 600 mil a títulos de verbas trabalhistas e rescisórias, informou o MP.
“Com o acordo, a Restoque ficou obrigada a só contratar fornecedores idôneos, a fiscalizar as condições de trabalho dos empregados nessas empresas e a exigir carteira assinada”, informa o Ministério Público. É necessário também cumprir a jornada legal de trabalho (de oito horas diárias), proibir a contratação de menores de idade e não aliciar trabalhadores, além de garantir que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados.
A confecção espanhola Zara foi a primeira empresa flagrada com trabalho análogo a escravidão, em agosto de 2011. No episódio, 51 trabalhadores foram resgatados, sendo 46 bolivianos. Eles trabalhavam em uma confecção em Americana (SP), que fornecia peças para a loja de departamento.
http://www.valor.com.br/empresas/3242240/dona-da-le-lis-blanc-paga-...
Tags:
Não é novidade...
As confecções que tem funcionários internos, registrados regulares são considerados fornecedores "caros"...
Sempre há o discurso do produto Chines de qualidade e bom preço ...
Os critérios usados para fazerem parcerias com fornecedores são os mais diversos possíveis, qualidade, estrutura da empresa não conta, só indicações , preço...pontualidade a qualquer custo, mesmo com cronogramas iniciados já em atraso...
"Parceria"mesmo...palavra questionável..os que buscam fábricas para produzir "private label" nunca comprometem se a manter uma produtividade constante para que o fornecedor possa cumprir seus compromissos ...assim as fábricas vão desaparecendo e proliferando esta infinidade de oficinas clandestinas...
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por