Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Para se tornarem protagonistas em um mundo no qual desenvolvimento rima com sustentabilidade, as empresas estão apostando cada vez mais em formas inovadoras de desenvolver produtos e de se relacionar com a sociedade e o meio ambiente

Por Coordenado por Rosenildo Gomes FERREIRA

Talvez o quesito que melhor represente as contradições do Brasil seja a competitividade. Não faltam pesquisas globais que apontem avanços e também dificuldades na área. É a teoria do “Copo Meio Cheio, Meio Vazio” em seu estado mais bruto. A primeira parte desse axioma já foi detectada em importantes e abrangentes estudos internacionais, como a versão 2012 do Relatório Global, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. Nele, o Brasil desponta, pela primeira vez, no seleto grupo das 50 nações mais competitivas do planeta, ocupando a 48ª colocação, à frente de outros integrantes do Brics, como a África do Sul (52ª), a Índia (59ª) e a Rússia (66ª). 

 
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Apesar disso, é evidente que existe muito trabalho para os integrantes da academia e os gestores das empresas públicas e privadas, além dos dirigentes dos governos federal e estaduais. Isso porque a crônica empresarial mostra que somente os países que investiram de forma contínua em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) se tornaram protagonistas quando o assunto é inovação, um dos principais pilares da competitividade. Nas páginas a seguir , a DINHEIRO traz 50 iniciativas que estão dando sua contribuição nessa vertente. Seja no desenvolvimento de produtos inovadores, seja na adoção de tecnologias verdes, que possibilitem reduzir seu custo operacional e também em sua relação com a comunidade. 
 
A adoção de práticas sustentáveis  torna as empresas mais competitivas e acelera
o desenvolvimento de produtos que possibilitam reduzir os seus custos operacionais
 
É bom deixar claro que não se trata de um ranking ou de um prêmio, mas sim de um levantamento que procura lançar luzes sobre iniciativas capazes de servir de inspiração para empreendedores e executivos. Um dos exemplos vem da dona de uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo. A Itaipu Binacional se juntou à pequena ACS, de São José dos Campos (SP), para desenvolver um avião elétrico. Por sua vez, a americana Mars, fabricante de chocolates, se engajou na luta pela recuperação das lavouras de cacau na Bahia, tendo como foco o respeito ao meio ambiente e a inclusão social. Há também exemplos bem-sucedidos na área da educação, uma atribuição típica do Estado que conta com o auxílio importante da iniciativa privada.
 
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Gestão

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1 - Itaipu Binacional
 
Voar não faz parte dos negócios da Itaipu. Mas energia, sim. Por causa disso, a companhia está desenvolvendo um avião movido a eletricidade, em parceria com a fabricante de ultraleves ACS Aviation, de São José dos Campos, interior de São Paulo. “O nosso principal interesse é científico”, afirma Celso Novais, coordenador do projeto da Itaipu. “Estamos descobrindo novas formas de trabalhar com materiais como alumínio e fibra de carbono.” A Itaipu está investindo cerca de R$ 600 mil no projeto. Mas o valor gasto deve se multiplicar por dez, considerando o desenvolvimento da aeronave – de responsabilidade do parceiro –, que deve ter autonomia para 250 quilômetros.
 
 
 
 
2 - Green Obsession
 
O que antes ia parar nos rios em Manaus agora é procurado por estrangeiros como peça artesanal de moda. Foi assim que a Green Obsession se inseriu no mercado da moda sustentável ao aproveitar o couro de peixes da região, como o tambaqui e o tucunaré, para fazer bolsas e sapatos. Idealizada pelo engenheiro civil Aidson Ponciano e pela engenheira agrônoma Rose Dias, a marca trabalha também com madeira certificada e fibra natural. O primeiro contato de Ponciano com o couro do peixe foi em 2000 através do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que começou a desenvolver o processo de curtume da pele, que antes era descartada pela indústria de pesca local. Atualmente, há uma cadeia de fornecedores da matéria-prima para a Green Obsession, que foi pioneira na produção de produtos de moda com esse material.
 
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3 - Amil
 
Uma relação ganha-ganha entre pacientes e operadora de plano de saúde. Assim pode ser definida a iniciativa da Amil de monitorar segurados com doenças crônicas. Criado em 2008, o Grupo de Pacientes de Alto Risco (GPAR) conta com 250 mil pessoas, divididas por nove tipos de doenças, como diabetes e problemas cardiovasculares. Por meio do prontuário médico, a Amil detecta quando o seu cliente passa a integrar esse grupo e começa a monitorá-lo diariamente. 
 
“Se um paciente diabético, por exemplo, deixa de fazer um exame obrigatório, o sistema automaticamente nos avisa”, diz Paulo Jorge Rascão Cardoso, diretor-técnico da Amil. Nesses casos, a operadora entra em contato com seu cliente para saber o que aconteceu. “Quando o controle das doenças crônicas é feito de forma adequada, o paciente melhora a sua qualidade de vida e gera uma utilização mais eficiente dos recursos médicos”, afirma Cardoso. Na prática, o GPAR já conseguiu reduzir em 40% o número de internações desnecessárias, oferecendo mais segurança ao segurado, ao mesmo tempo que reduz custos da operadora. 
 
 
 
 
4 - CPFL
 
As oito distribuidoras da CPFL Energia, que abastecem 559 cidades em São Paulo, no Rio Grande do Sul, Paraná e em Minas Gerais, queriam desenvolver um transformador que dependesse menos do petróleo. Responsável por adequar a corrente de alta tensão em baixa corrente para servir os clientes residenciais, o equipamento fica acoplado aos postes da rede elétrica. Se ocorrer um vazamento do óleo, a CPFL arca com o ônus de recolher o material, que pode contaminar o solo. 
 
Para driblar esse problema, a empresa investiu na criação de um transformador que utiliza óleo vegetal, 100% biodegradável, derivado de soja ou de girassol. Em parceria com as empresas B&M Pesquisa e Desenvolvimento e Cargill, a CPFL chegou ao protótipo adequado há dez anos. De lá para cá, o transformador verde já foi aperfeiçoado em busca de melhor desempenho e menor custo. A última versão, lançada em fevereiro, conseguiu trabalhar com a temperatura máxima de resistência de 300 graus centígrados, mais que o dobro do equipamento convencional. “Isso o torna praticamente à prova de fogo”, diz o engenheiro Paulo Ricardo Bombassaro, diretor de engenharia da CPFL Energia. 
 
 
 
 
5 - Suzano
 
A atuação dos fabricantes de papel e celulose sempre esteve na mira dos ambientalistas, que enxergam nas plantações de eucalipto uma ameaça à diversidade do ecossistema brasileiro. Por conta disso, o setor se viu obrigado a mostrar, na prática, que a realidade pode ser bem diferente. “Não existe espécie maldita, mas sim manejo florestal malfeito”, diz Paulo Groke, gerente de projetos ambientais do Instituto Ecofuturo, no qual a Suzano é a principal mantenedora. A ONG usa uma antiga fazenda da empresa, em Bertioga, no litoral de São Paulo, como base para o desenvolvimento de experiências florestais. 
 
Lá, existe um verdadeiro laboratório vivo para ações de reflorestamento de matas nativas e da melhoria de eficiência da gestão de ativos florestais. A partir de 2012, o instituto começou a “vender” serviços ambientais para bancar uma parte de seus custos operacionais, por meio do programa Reservas Ecofuturo. A primeira a se apropriar desse conhecimento foi a própria Suzano, que contratou o instituto para fazer o plano de implantação e a gestão de uma área de preservação no Maranhão, onde está investindo R$ 4 bilhões na construção de uma fábrica de celulose. 
 
 
 
 
6 - Siemens
 
Depois de se retirar da área de telecomunicações, em 2006, a alemã Siemens apostou suas fichas em um portfólio de produtos verdes. Essa estratégia, ao que tudo indica, tem dado resultado. Em 2012, 42% da receita da companhia veio do portfólio ambiental, uma quantia equivalente a E 33 bilhões. No ano passado, a Siemens inaugurou também o pavilhão The Crystal, em Londres. Trata-se de um espaço para debates sobre sustentabilidade e troca de experiências e soluções práticas para melhorar a vida nas grandes cidades do mundo. 
 
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O lugar tem mais de seis mil metros quadrados e custou € 35 milhões. A filial brasileira participa desse processo com a divulgação de quatro iniciativas de sucesso no País. As duas principais são o Orçamento Participativo, criado em Porto Alegre para incluir a população no gerenciamento de recursos públicos, e a modernização da iluminação do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que reduziu o consumo de energia do monumento, equivalente ao uso de 40 chuveiros elétricos residenciais por dia, para somente dois.
 
 
 
 
7 - Dow Brasil
 
Diversas empresas têm visto sua reputação manchada por conta de atitudes equivocadas de seus fornecedores. Para reduzir os chamados riscos sociais na cadeia de parceiros, a empresa química Dow Brasil criou o Núcleo Dow de Formação em Sustentabilidade. O programa, em conjunto com a UniEthos, capacita os fornecedores da companhia para que eventuais equívocos não manchem a imagem da multinacional. O curso conta com workshops e encontros para debater os temas do programa, além de orientação estratégica durante 12 meses. “A distância entre a teoria e a prática é muito grande”, diz Christianne Canavero, diretora de sustentabilidade da Dow. “Por isso, monitoramos os participantes mesmo depois do curso presencial.” Pelo programa já passaram 33 empresas e 64 funcionários.
 
 
 
 
8 - Faber-Castell 
 
O grupo alemão Faber-Castell é referência quando o assunto é preservação ambiental pelo projeto florestal lançado há 25 anos no Brasil. Cobrindo uma área total de cerca de dez mil hectares, as plantações próprias de pínus são uma fonte de matéria-prima para a fabricação de EcoLápis e EcoGiz de cera e foram certificadas como “ambientalmente adequadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis” pela ONG americana Forest Stewardship Council (FSC). Esse know-how está agora sendo exportado. 
 
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Em 2011, a empresa iniciou um novo projeto, em parceria com organizações não governamentais da Colômbia. “Nossa ideia é incentivar pequenos fazendeiros e agricultores do País a produzirem a matéria-prima que precisamos”, afirma Carlos Zuccolo, diretor de marketing da Faber-Castell. Segundo ele, os participantes receberão as mudas a serem plantadas, educação ambiental e apoio tecnológico para o desenvolvimento da área. Em contrapartida, a empresa se compromete, no futuro, a adquirir a produção. “É o primeiro projeto do tipo para a Faber-Castell e um dos pioneiros no mundo”, diz Zuccolo. 
 
 
 
 
9 - Petrobras
 
A Petrobras viu nos chamados prédios verdes uma forma de gerir alguns de seus escritórios. Em 2011, a empresa economizou R$ 9,6 milhões com a ampliação do Projeto de Gestão de Energia em prédios administrativos, nos Estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, da Bahia, do Espírito Santo e Rio Grande do Norte. Em 2012, essa economia cresceu 24% e atingiu R$ 11,9 milhões para as mesmas unidades. Mudanças sustentáveis já foram introduzidas em 18 edifícios. O edifício onde está instalada a Universidade Petrobras é um dos primeiros prédios sustentáveis do Rio de Janeiro e recebeu, em 2008, a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) dada pelo United States Green Building Council (USGBC). 
 
Um empreendimento construído dentro desses padrões reduz em até 30% o consumo de energia, em 50% o consumo de água, em 35% a emissão de CO2 e em até 90% o descarte de resíduos, além de garantir um ambiente interno mais saudável e produtivo. A Petrobras adotou como diretriz de eficiência energética o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel Edifica), que classificam prédios que implantem ações de eficiência em iluminação, refrigeração e em áreas externas do edifício. A partir de 2013, a estatal vai adotar os critérios do programa em todos os novos empreendimentos. A projeção é de uma economia de até 40% no consumo de energia.
 
 
 
 
10 - Renault
 
As sobras de tinta utilizadas na pintura dos automóveis poderiam gerar uma série de problemas ambientais. Mas, na Renault, essa “lama” que escorre de suas linhas de montagem diariamente é reciclada e transformada em matéria-prima para a produção de peças metálicas. Explica-se: o lodo resultante da pintura dos automóveis contém em sua composição 17% de ferro. Para separar esse componente, a montadora francesa utiliza uma técnica que consiste em retirar a umidade do líquido. O resultado é um pó metálico que é transformado em briquetes para serem enviados às siderúrgicas. “Reciclamos mais de 800 toneladas de lodo por ano”, afirma Luíz Quinalha, diretor de fabricação da companhia.
 
 
 
 
Meio Ambiente

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11 - Banco do Brasil
 
Um banco de dados de projetos que podem ser reproduzidos em outras comunidades com problemas sociais semelhantes. É essa a lógica do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Neste ano, em sua sétima edição, serão premiados os 15 melhores projetos em cinco categorias. Os vencedores vão integrar o Banco de Tecnologias Sociais, que já conta com 504 projetos. Um dos mais utilizados é a cisterna de placas, uma tecnologia de armazenamento de água da chuva, desenvolvida em 2001, e que já teve mais de 350 mil unidades implantadas em diversas cidades do semiárido brasileiro. Outras 60 mil serão construídas neste ano, com a participação da Fundação Banco do Brasil no programa Água para Todos, do governo federal, que vai levar as cisternas a locais afetados pela seca.
 
 
 
 
12 - Unilever
 
A subsidiária brasileira da Unilever estabeleceu o ano de 2015 para extinguir o processo de envio de resíduos de suas fábricas a aterros sanitários, como parte de um esforço global da companhia anglo-holandesa. Das nove unidades no País, quatro já alcançaram 100% do objetivo antes do tempo: Vinhedo, Goiânia, Pouso Alegre e Indaiatuba. A gestão dos resíduos segue o famoso “Quatro Rs”: reduzir, reutilizar, reciclar e recuperar. Na planta de Vinhedo, por exemplo, é feito o envio de caixas retornáveis ao fornecedor para o transporte de insumos, como frascos e tampas. 
 
“Isso reduz o descarte de papel e papelão”, afirma Ligia Camargo, gerente de sustentabilidade da Unilever. Há, também, o reprocessamento de resíduo de óleo de cozinha, usado para fabricação de ração animal. “É aplicável, inclusive, para os resíduos que os funcionários trazem de casa”, afirma Ligia. Em 2012, a Unilever investiu mais de R$ 64 milhões em práticas e projetos de proteção, gestão e redução de impacto ambiental. Desses, aproximadamente R$ 12,7 milhões foram destinados ao tratamento e à disposição de resíduos. Globalmente, a meta da Unilever é dobrar de tamanho até 2020, ao mesmo tempo que trabalha para reduzir pela metade o impacto ambiental de seus produtos.
 
 
 
 
 
13 - Sabesp
 
A água é um dos recursos mais cobiçados no mundo e desperdiçá-la é uma heresia. A Sabesp, estatal paulista de saneamento, em parceria com a Foz do Brasil, do grupo Odebrecht, encontrou uma forma de lucrar com a água que resulta do tratamento de esgoto. As empresas investiram R$ 364 milhões no Aquapolo Ambiental, maior usina de água de reúso do continente, que atende as empresas do Polo Petroquímico do ABC paulista. A iniciativa permite à Sabesp aumentar a oferta de água potável para a região. “É possível economizar 450 milhões de litros de água potável por mês, o que corresponde a 175 piscinas olímpicas”, diz Fernando Gomes, diretor do Aquapolo Ambiental. 
 
 
 
 
14 - Ecoassist 
 
A imagem de sofás boiando nos rios, principalmente em dias de chuva forte em São Paulo, inspirou o economista José Augusto Garutti a criar a Ecoassist. Desde janeiro de 2010, a empresa paulista oferece o serviço de descarte ecológico. A Ecoassist recolhe produtos dispensados por consumidores e empresas, como eletroeletrônicos, sofás, colchões, armários, geladeiras e fogões, desmonta-os e envia o material para a indústria recicladora. O processo é homologado e o cliente recebe um certificado de que o resíduo foi corretamente descartado e reciclado. O serviço pode sair de graça se o consumidor tiver uma apólice de seguro residencial da Itaú Seguros ou condominial da Allianz. A Ecoassist movimenta mais de 200 toneladas de lixo mensalmente e está presente em todas as capitais do País.
 
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15 - Basf 
 
Existem 9.392 quilômetros entre o principal centro de pesquisa da Basf, na Alemanha, e o agricultor que planta soja em Mato Grosso do Sul. Mesmo com toda a evolução da comunicação, torna-se difícil para os cientistas do centro saber exatamente qual a necessidade do brasileiro que cultiva soja. Para conhecer a realidade desse produtor, a Basf criou um Centro Experimental Avançado (CEA), em Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. 
 
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“No centro, existem dois pontos importantes para nós: o estudo da tecnologia na região e atuação em conjunto com a Fundação Rio Verde, ligada aos agricultores, desenvolvendo soluções locais”, afirma Leandro Martins, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina. O laboratório conta com 17 funcionários, sete deles pesquisadores. “O pensamento global da empresa é descentralizar a pesquisa”, diz Martins.
 
 
 
 
16 - Pão de Açúcar
 
O Grupo Pão de Açúcar mantém um dos mais longevos programas de reciclagem do Brasil, que a cada ano traz novidades. Uma delas é o Alô Recicle, destinado a recolher celulares, acessórios e baterias que contêm materiais nocivos ao meio ambiente, cuja coleta aumentou 300% em relação ao ano anterior. Cerca de 280 lojas Pão de Açúcar e Extra participam da ação. 
 
Além do Alô Recicle, existem programas específicos para coleta de papel, plástico, metal, vidro, óleo de cozinha, medicamentos, baterias e até mesmo embalagens de produtos recém-adquiridos. É o caso do Caixa Verde. A iniciativa possibilita a um cliente que não quiser levar a embalagem da pasta de dentes para casa, por exemplo, descartá-la no próprio supermercado. “Todas as lojas que possuem espaço físico adequado para a instalação do equipamento de reciclagem já aderiram ao programa”, diz José Roberto Tambasco, presidente de varejo alimentar do Grupo Pão de Açúcar.
 
 
 
 
17 - Diageo 
 
Com ações simples, muitas vezes é possível resolver uma série de problemas. O programa Glass is Good, da empresa de bebidas britânica Diageo, dona da marca de uísque Johnnie Walker e da vodca Smirnoff, é um bom exemplo dessa ideia. A companhia precisava resolver a questão do descarte das embalagens de seus produtos, todas de vidro. Para isso, fez uma parceria com a cooperativa de catadores Vira Lata, do bairro Jardim Boa Vista, na periferia da cidade de São Paulo. 
 
O objetivo era coletar os vasilhames diretamente nos bares que vendem as bebidas da empresa, o que acabou aumentando a renda dos catadores. Ao mesmo tempo, a Diageo também melhorou a vida dos donos desses estabelecimentos, que não precisaram mais se preocupar com o descarte dos vasilhames. “Já reciclamos 1,5 mil toneladas de vidro”, afirma Grazielle Parenti, diretora de relações corporativas da Diageo. A iniciativa, que começou em São Paulo, será estendida para o Rio de Janeiro, neste ano, e chegará a oito cidades até 2014. 
 
 
 
 
18 - Eletronuclear
 
A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, fez uma pesquisa para saber quem mais se incomodava com a sua presença na Baía da Ilha Grande (RJ). A empresa descobriu que os pescadores eram os que mais se sentiam afetados pela central nuclear. Para minimizar seus impactos, a empresa investiu em um programa de geração de renda através do repovoamento de uma espécie quase extinta naquela região: o molusco coquille Saint-Jacques, mais conhecido na culinária como vieira. 
 
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Em parceria com o Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG), já são dez anos do Projeto de Repovoamento Marinho da Baía da Ilha Grande (Pomar), 30 famílias beneficiadas com fazendas de maricultura de vieira e um negócio que movimenta R$ 3 milhões por ano. Nos próximos três anos serão investidos R$ 2,2 milhões no programa, que não traz apenas benefícios socioeconômicos. “Os coquilles são usados como bioindicador, pois por filtrarem a água são sensíveis à poluição”, afirma Paulo Gonçalves, coordenador de responsabilidade socioambiental da Eletronuclear. 
 
 
 
 
19 - Beraca
 
A paulista Beraca é a maior fornecedora de insumos extraídos de frutos da região amazônica para gigantes da indústria de cosméticos como Natura e L’Oreal. Mas faz isso de forma sustentável e com preocupação com o meio ambiente. No ano passado, a companhia firmou parcerias com a gigante francesa L’Oreal e com a agência de cooperação alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), para a capacitação de cerca de 300 famílias na Amazônia. 
 
O projeto terá duração de dois anos e atuará em 24 municípios da região, ensinando como plantar ou como extrair a matéria-prima local, própria para a indústria de cosméticos, de forma sustentável através do Programa de Valorização da Biodiversidade da empresa. A gestão do negócio e sua organização estrutural e financeira ficarão a cargo da agência alemã. “Pretendemos atingir 1.200 pessoas e criar um círculo virtuoso com todos os atores da cadeia produtiva”, disse Daniel Sabará, diretor-executivo da Beraca. Esses produtos ganharão certificados de origem orgânica e selos de sustentabilidade. 
 
 
 
 
20 - JBS
 
De tempos em tempos, produtores agrícolas e empresas do setor de alimentos são alvo de ataques de ambientalistas e de ONGs dedicadas à proteção do meio ambiente. Em muitos casos, principalmente na Amazônia, com razão. O avanço descontrolado das pastagens ajudou a destruir uma área de floresta maior do que a ocupada pela cidade do Rio de Janeiro em 2012, segundo o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD). Nos últimos anos, no entanto, esse cenário de degradação da Amazônia tem começado a ganhar novos contornos e protagonistas. Muitos que eram vistos como vilões se tornaram aliados na luta contra o desmatamento. 
 
É o caso do frigorífico JBS. Com investimento de mais de R$ 1 milhão por ano, a empresa mantém um sistema de monitoramento de seus mais de 30 mil fornecedores em território amazônico desde 2009. Diariamente, cruzando dados de empresas denunciadas por desmatar, por ocupar áreas indígenas ou por utilizar mão de obra escrava, o JBS controla a origem de cada quilo de carne que leva ao consumidor. Além disso, com o auxílio de satélites, todas as propriedades são mapeadas para garantir que áreas de preservação não virem pasto. “As informações geográficas de nossos fornecedores são colhidas por um sistema altamente sofisticado e robusto”, afirma o diretor de sustentabilidade da empresa, Márcio Nappo. “Se o satélite identificar alguma alteração na fazenda, o programa bloqueia automaticamente os contratos e as compras são suspensas.”
 
 
 
 
Educação

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21 - Coca-Cola
 
O Instituto Coca-Cola tem um indicador de eficácia que poucas instituições de ensino do mundo podem ostentar. Os estudantes que passam por seus cursos têm um índice de 90% de aprovação em vagas de emprego a que se candidatam. Isso diz muito sobre a falta de mão de obra com alguma qualificação no Brasil. E diz mais ainda sobre o sucesso do trabalho que o instituto começou a realizar, a partir de 2009, por meio do projeto Coletivo Coca-Cola. 
 
“A escola pública é frágil no Brasil”, afirma Daniela Redondo, gestora de programas sociais do Instituto Coca-Cola. A iniciativa nasceu do interesse da Coca-Cola em promover o aumento de renda em locais pobres e acabou se transformando numa ação para ministrar aulas em pequenas ONGs. Os cursos começaram voltados para noções de varejo. Depois foram criados programas de logística, realização de eventos e empreendedorismo. Até o momento, o instituto já formou 36 mil pessoas.
 
 
 
 
22 - Natura
 
Planejar e financiar um modelo de ensino público que seja inovador. Essa foi a preocupação do Instituto Natura na concepção do projeto Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais (Gente), iniciado no ano passado na Escola Municipal André Urani, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Enquanto o Instituto ajudou a elaborar o projeto, bancando integralmente o orçamento de R$ 300 mil e formando professores, a Secretaria de Educação do município executou a tarefa de desenvolver práticas pedagógicas pouco convencionais: um computador por aluno, aulas em vídeo e salas mais amplas, com pufes ou sofás. O projeto é voltado a alunos do 7º ao 9º ano do ensino fundamental e deve ser estendido para outras cinco escolas em 2013 e mais 30 em 2014.
 
“Queremos contribuir para um ensino público que respeite mais as habilidades de cada aluno”, diz Pedro Villares, presidente do Instituto Natura, que investiu R$ 15,5 milhões no ano passado.
 
 
 
 
23 - BM&FBovespa
 
Gastar mais do que se ganha e usar o cheque especial e o cartão de crédito como parte do salário são vícios financeiros que fazem parte da cultura brasileira, formada nos tempos da hiperinflação. Para mudar esse panorama, a BM&FBovespa e órgãos públicos e privados criaram o programa Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). “É um projeto de longo prazo. Queremos ensinar a população a poupar para promover o crescimento econômico”, diz Patricia Quadros, gerente do Instituto Educacional BM&FBovespa. 
 
O projeto-piloto, voltado para jovens do ensino médio, já foi implantado em 650 escolas do País e deve ser estendido para outros estabelecimentos até o fim deste ano. Segundo Quadros, depois de passar pelo programa, a diferença no comportamento dos alunos é nítida: 63% tornam-se poupadores e 16% anotam suas despesas. Esses indicadores caem para 59% e 13%, respectivamente, entre os alunos que não participam do projeto. 
 
 
 
 
24 - Accenture 
 
O Conexão, projeto social da empresa de consultoria americana Accenture, vai inaugurar sua quarta filial brasileira no segundo semestre deste ano. Desta vez, no polo tecnológico do Recife. O objetivo do projeto é o de formar mão de obra especializada para empresas locais. Para isso, o Conexão capacitará jovens com idade entre 16 e 30 anos em cursos como o de linguagem de programação. “A meta é formar 200 tecnólogos na primeira turma, 30 dos quais deverão ser contratados pela própria Accenture”, diz Silvia Tyrola, diretora da área de cidadania corporativa na América Latina da consultoria.
 
Segundo ela, o projeto, criado há cinco anos, auxilia comunidades carentes de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. “Mapeamos a necessidade local de mão de obra para definir o currículo”, diz Silvia. Outra face do projeto é o incentivo ao empreendedorismo. Dos mais de 31,5 mil formados até agora, cerca de 400 resolveram empreender. Para os próximos dois anos, o Conexão quer capacitar mais 20,9 mil pessoas e empregar cerca de 14 mil. 
 
 
 
 
25 - Carlyle
 
Quando saem do escritório do fundo de investimento americano Carlyle, na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, seus funcionários se deparam com uma paisagem de primeiro mundo: lojas de grife e grandes centros comerciais. Apesar do luxo e das facilidades ao redor, quem trabalha para a companhia hoje conhece um Brasil menos glamouroso. Isso porque são engajados nos esforços do Instituto Carlyle. “Muitos de nossos funcionários têm 25 anos e precisavam saber qual é a realidade fora do ambiente da Faria Lima”, afirma Juan Carlos Felix, diretor-geral da Carlyle no País. 
 
O caminho encontrado pela companhia para fazer isso foi incentivar a educação. O instituto não gerencia diretamente projetos: ele coleta recursos com investidores, procura ONGs de médio porte e as auxilia para que prestem um serviço de melhor qualidade. A primeira leva de investimentos está em curso. A lista de ONGs que serão beneficiadas deve ser anunciada em breve.“A diferença do instituto para o fundo é que não vendemos a ONG depois de alguns anos,” diz Felix.
 
 
 
 
26 - Duas Rodas 
 
A octogenária Duas Rodas, especializada em essências e aditivos químicos para a produção de alimentos, com sede em Jaraguá do Sul (SC), está revelando novas empreendedoras Brasil afora. Desde setembro de 2012, o caminhão-escola do projeto “Eu que fiz”, equipado com uma cozinha-modelo e salas de aula, já ministrou cursos profissionalizantes gratuitos em oito Estados. A iniciativa garante renda extra a mulheres de comunidades carentes e também capacita empreendedores que trabalham com chocolate artesanal. Nesse período, mais de 2,9 mil pessoas foram treinadas. O objetivo do projeto é quadruplicar esse número nos próximos dois anos.
 
 
 
 
27 - Nextel
 
O Brasil vive um período de pleno emprego. É tempo de comemoração? Sim, claro. Mas não para todos. Entre os jovens de 16 a 23 anos, a taxa de desemprego é o dobro do índice geral. Por essa razão, o Instituto Nextel treina o pessoal nessa faixa de idade. “O principal critério para entrar nos nossos cursos é estar em situação de risco”, afirma Américo Figueiredo, presidente do Instituto Nextel e vice-presidente de recursos humanos da Nextel. “Temos até jovem em liberdade assistida.” 
 
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O programa Conexão Direta – que possui cinco unidades na capital paulista, duas no Rio de Janeiro, uma em Santos e outra em Sorocaba, no Estado de São Paulo – forma semestralmente novas turmas, com 600 jovens. O currículo engloba português, matemática, inglês e até expressão corporal e atendimento ao cliente. Professores do Instituto Tomie Ohtake também ministram aulas de artes plásticas. O sucesso do programa também é medido pela taxa de empregabilidade dos formandos, que atinge 71% em até seis meses após o término do curso. A própria Nextel e suas parceiras, como a empresa de call center Contax, contratam jovens do instituto.
 
 
 
 
 
28 - CTEEP
 
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) escalou jovens de seis municípios de São Paulo como porta-vozes de mensagens sobre preservação de energia e conservação do meio ambiente. Lançado em 2010, o projeto atendeu no ano passado 2,4 mil adolescentes de 60 escolas públicas. Numa primeira fase, os estudantes participaram de oficinas de roteiro, cinema e dramaturgia. Depois, escreveram roteiros que foram selecionados para serem filmados. O resultado foram seis curtas-metragens, exibidos no fim do ano para as comunidades atendidas de Bauru, do Guarujá, de São José dos Campos, São Paulo, Santa Bárbara do Oeste e Votuporanga. 
 
 
 
 
29 - Fnac
 
Além de vender livros, DVDs e eletroeletrônicos, a rede francesa Fnac busca disseminar conhecimento. Desde 2000, quando chegou ao Brasil, a ideia de ter espaços em suas lojas para debates, workshops, apresentações e entrevistas foi importada da matriz. Em 2012, mais de 100 mil pessoas participaram de alguns dos dois mil eventos culturais gratuitos que aconteceram nas 11 lojas do País. “Estamos promovendo o acesso à informação”, diz Andréa Moraes, gerente de comunicação e marketing da Fnac. Os temas dos cursos, palestras e debates vão desde o mundo dos games, literatura e tecnologia até como contar uma história para crianças. Neste ano, a Fnac quer ampliar ainda mais o acesso ao conhecimento, pois os eventos serão transmitidos por um canal na web. 
 
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30 - Itaú
 
As origens da Fundação Itaú Social remontam a 1993. Naquela data, o banqueiro Olavo Setubal, um dos principais acionistas, ao lado da família Villela, e mais importante dirigente do Banco Itaú, preparava-se para transferir o comando dos negócios para seu filho Roberto. Fiel a seu estilo cartesiano de tomada de decisão, o Itaú analisou como obter o maior impacto possível com os recursos aportados na Fundação, que foi criada formalmente em 2000. A conclusão dos estudos indicava que os investimentos em ensino público fundamental dariam o maior retorno. 
 
O caminho, porém, passou longe da tradicional criação de uma organização não governamental (ONG). “A escolha foi sermos um centro gerador de tecnologias sociais que pudessem melhorar a qualidade da educação no Brasil”, diz Antonio Jacinto Matias, vice-presidente da organização. Atualmente, a Fundação Itaú é uma das maiores do gênero no País, com um patrimônio financeiro de R$ 2 bilhões. Em 2013, o orçamento para investir é de R$ 90 milhões. A Fundação é responsável por iniciativas como a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, transformada em política pública federal em 2008, e pelo Prêmio Itaú-Unicef, que apoia ONGs que trabalham com crianças e jovens que vivem em territórios de vulnerabilidade. 
 
 
 

Comunidade

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31 - BRF
 
Uma ONG que investe em ONGs. É assim que pode ser definido o Programa Inspira, do Instituto BRF, em parceria com a Ficas, que já treinou mais de 300 organizações em 19 Estados brasileiros e em Moçambique. O objetivo da iniciativa é capacitar pequenas organizações não governamentais, com um orçamento anual de no máximo R$ 1 milhão. Na primeira fase, foram selecionadas 58 ONGs de 30 cidades dos Estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco – todas elas próximas das fábricas da BRF, uma das maiores fabricantes de alimentos do País. A capacitação tem duração de 16 meses, com 80 horas de aulas presenciais e 20 horas de acompanhamento virtual. As ONGs receberão ainda R$ 40 mil para investirem em projetos. “Os recursos servem para que elas implementem o que aprenderam em aula”, diz Luciana Lanzoni, diretora-executiva do Instituto BRF. Neste ano, o Programa Inspira está investindo R$ 2,8 milhões.
 
 
 
 
32 - Telefônica/Vivo
 
A Fundação Telefônica/Vivo decidiu apostar no empreendedorismo social. A primeira iniciativa nessa linha é o “Desafio Tecnologias que Transformam”, lançado no início de 2013 na edição paulista da feira de tecnologia Campus Party. O projeto recebeu 215 propostas de negócios com potencial de solucionar problemas sociais. Na primeira seleção, foram escolhidos 80 projetos. Em junho deste ano, serão anunciado os dez vencedores. Entre as ideias selecionadas estão a criação de games educacionais para alfabetização e aplicativos para celular que disparam mensagens alertando sobre catástrofes e desastres naturais. Os vencedores receberão R$ 10 mil cada um para começar seu negócio. “A intenção é orientar os jovens para que suas ideias se transformem em projetos viáveis economicamente”, diz a diretora de Ação Social da Fundação Telefônica/Vivo, Gabriella Bighetti. 
 
 
 
 
33 - ADM
 
A sétima arte foi a forma encontrada pela americana ADM, uma das maiores processadoras de soja do mundo, para complementar à educação infantil nas comunidades em que atua. Em parceria com a Rede Educare, a empresa criou o projeto “Cinema Popular”. A iniciativa está presente em São Domingos do Capim (PA) e Rondonópolis (MT). O objetivo é levar o projeto para outras regiões. Ana Paula Cruz, responsável pelo “Cinema Popular”, explica que a premissa é fazer da telona algo que apoie o trabalho das escolas locais. Em segundo plano está a possibilidade de oferecer lazer às crianças e aos adolescentes. “O melhor retorno que a empresa pode ter desse tipo de trabalho é a conquista de parceiros na comunidade.” O acervo do “Cinema Popular” se aproxima de 200 filmes e 50 livros sobre a sétima arte.
 
 
 
 
34 - Colgate-Palmolive 
 
A fabricante de produtos de higiene pessoal Colgate-Palmolive usou sua experiência no setor de saúde bucal no Complexo do Alemão, conjunto de favelas do Rio de Janeiro. Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a empresa mobilizou 15 profissionais para atender 1,5 mil pessoas da comunidade. O chamado “escovódromo” foi aberto para atender a comunidade. A ação deve voltar a acontecer, neste ano, em dois períodos diferentes. 
 
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Foi realizado também um treinamento específico para os agentes de saúde, para que estejam aptos a dar orientações sobre os cuidados e melhores hábitos. O trabalho será reforçado em 2013 na região da capital fluminense e se disseminará pelo País. “Em uma parceria com o Ministério da Saúde, faremos trabalho focado em duas regiões de alto índice de vulnerabilidade social, como o Vale do Jequitinhonha (MG) e o Sertão do Cariri (PB)”, diz Patricia Bella Costa, diretora da Colgate-Palmolive.
 
 
 
 
35 - Scania
 
Boa parte dos acidentes que acontecem nas rodovias brasileiras envolve motoristas de caminhão. Um problema que fez o governo mudar as regras do setor, reduzindo a jornada de trabalho para a categoria. A sueca Scania, no entanto, se preocupa com esse tema há mais tempo. Desde 2005, a cada dois anos, a filial brasileira promove uma competição para eleger O Melhor Motorista de Caminhão do Brasil. 
 
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Na edição realizada no ano passado, 47 mil caminhoneiros participaram. “Nosso objetivo é aumentar a qualificação e valorizar a profissão de caminhoneiro”, afirma Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania do Brasil. Segundo ele, além das atividades que avaliam a habilidade dos motoristas, o evento conta com palestras sobre temas que vão desde a alimentação na estrada até higiene. “Ser um bom profissional não é só saber dirigir bem”, diz Leoncini.
 
 
 
 
36 - TIM
 
A música é uma das atividades artísticas que mais fascinam os seres humanos, independentemente do país ou do status social. Com isso em mente, a operadora de telefonia TIM apostou nessa vertente artística em Minas Gerais. Desde 2001, a operadora mantém em 12 cidades do Estado o TIM ArtEducAção. O projeto é composto de oficinas de educação musical, teatro e artes circenses, em parceria com a ONG Humanizarte, que até hoje já beneficiaram 60 mil crianças e adolescentes. 
 
“Além de revelar novos talentos, a música e as artes em geral funcionam como um instrumento de socialização e têm um impacto positivo no desempenho escolar”, diz Silmara Máximo, diretora regional da TIM em Minas Gerais. Isso pode ser comprovado por meio de levantamento que mostrou que 92% dos gestores escolares consideram o TIM ArtEducAção importante na transformação dos jovens. Pelo lado dos alunos, 76% disseram que seu desempenho escolar melhorou nesse período. 
 
 
 
 
37 - Mars 
 
No início dos anos 1990, muitos produtores de cacau do sul da Bahia deixaram a atividade e venderam suas propriedades para fazendeiros que derrubavam as florestas para criar gado. Uma das razões que os levavam a abandonar suas terras era o problema com fungos e, consequentemente, a baixa produtividade do cacaueiro. Para fazer com que seus fornecedores permanecessem nas plantações, a fabricante de chocolates Mars criou um trabalho de desenvolvimento de tecnologias destinadas a melhorar o cenário local. 
 
Em 2012, a empresa americana iniciou um projeto-modelo de produção de cacau, em conjunto com pesquisadores, para encontrar a melhor “fórmula de cultivo” da planta. O plano tem a duração de quatro anos. Foram escolhidas 12 propriedades na Mata Atlântica nas quais a Mars vai estabelecer rotinas que passam pela aplicação de insumos para fertilização, pela descoberta de quais são as plantas mais resistentes para a produção e por um estudo geográfico das plantações. O acompanhamento técnico é feito semanalmente. Segundo a empresa, o programa ajuda no plano de obter 100% de sua matéria-prima certificada.
 
 
 
 
38 - Impsa
 
As torres de parques eólicos costumam provocar um estranhamento nos moradores das comunidades quando são erguidas. Isso porque, como são gigantes, alteram radicalmente a paisagem local. O grupo argentino Impsa, especializado na fabricação de aerogeradores, conhece por experiência própria as dificuldades de um processo desse tipo. Por isso decidiu criar algumas ações para minimizar os efeitos provocados nas comunidades que abrigam seus 30 parques eólicos no País.
 
A solução encontrada pela companhia foi investir em projetos na área de educação e promover atividades esportivas e culturais nas escolas dessas regiões. “Conseguimos melhorar o nível de educação das pessoas por meio de palestras e atividades de integração”, afirma José Luis Menghini, vice-presidente da Impsa no Brasil. “Também fizemos outras melhorias, como a instalação de laboratórios de informática em algumas escolas.” Além disso, nas áreas em que é necessário derrubar árvores para instalar os aerogeradores, a companhia constrói estufas de mudas para fazer o replantio. Depois, as estufas são doadas para os moradores locais.
 
 
 
 
39 - Volkswagen
 
O Brasil detém cerca de 8% da água doce no mundo. Ainda assim, 12 milhões de brasileiros sofrem com a seca todos os anos. Com foco nessa população, a Volkswagen lançou o programa Bomba D'Água Popular. Como o próprio nome diz, o trabalho é implantar equipamentos que buscam a água dos lençóis freáticos. “O projeto leva uma nova perspectiva de vida aos moradores da região do semiárido, garantindo abastecimento de água gratuitamente”, afirma Roberto Barros, diretor jurídico da companhia e superintendente da Fundação Volkswagen. O projeto atende municípios de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Até o fim de 2012, cerca de mil bombas já estavam em funcionamento, beneficiando 140 mil pessoas. 
 
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40 - Grupo Libra
 
Investimento social em comunidades carentes. Essa é a tônica dos projetos de inclusão profissional de jovens desenvolvidos pelo Grupo Libra, holding que atua como operador logístico em terminais portuários, aeroportuários e no transporte de cargas. A ideia é dar capacitação profissional e oficinas educacionais e culturais para crianças e jovens que moram em comunidades próximas às áreas de atividades da empresa. O principal projeto, o Arte no Dique, completa 11 anos em 2013 e oferece atividades recreativas e aulas de artesanato e culinária a crianças e jovens da Vila Ida, em Santos. Outro, mais recente, é o Programa Libra Cidadania, com cursos de auxiliar portuário em parceria com o Senai e com universidades. O curso já formou 50 profissionais em Santos, no ano passado, e será oferecido agora a outras cidades, como Campinas e Cubatão, no interior de São Paulo, e Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
 
 
 
 
Tecnologia

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41 - Braskem
 
Os países europeus sempre estiveram na vanguarda em matéria de desenvolvimento e utilização de insumos e tecnologias verdes. Apesar disso, em alguns segmentos, o Brasil vem conseguindo se destacar. Um deles é o dos chamados plásticos verdes, produzidos a partir de polímeros extraídos da cana-de-açúcar. Nesse campo, as cartas são dadas pela Braskem, braço petroquímico do grupo Odebrecht. Mais que desenvolver a tecnologia e torná-la viável em escala comercial, o mérito da empresa foi convencer o mercado a aderir a uma matéria-prima até 40% mais cara que o plástico convencional, produzido a partir do petróleo. “Nossos principais clientes são empresas que apostam na sustentabilidade como um diferencial competitivo para seu negócio”, diz Alexandre Elias, diretor de negócios químicos renováveis da Braskem. A lista de clientes inclui nomes como Coca-Cola, Danone e Natura. 
 
 
 
 
42 - Não Precisa Anotar
 
Colocar a tecnologia a serviço da sustentabilidade. Foi com essa ideia que Marco Combat, 28 anos, estudante de sistemas de informação da PUC-Rio, criou um aplicativo para smartphones. O grande diferencial é um sistema de geolocalização de todos os pontos de coleta seletiva da capital fluminense. Neste semestre, será lançada uma nova versão do software “Não Precisa Anotar” para os sistemas Android e iOs, em seis idiomas: português, inglês, francês, espanhol, alemão e italiano. “No futuro, vamos lançar em japonês e mandarim”, diz Combat, que pretende ver o seu serviço utilizado pelos turistas que visitarão o País nos grandes eventos esportivos e religiosos previstos até 2016. 
 
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43 - Geo Energética 
 
A paranaense Geo Energética pode ser definida como uma start-up voltada à sustentabilidade, ao agronegócio e à energia. A mistura desses três segmentos de negócios dá certo graças ao aproveitamento de resíduos da cana-de-açúcar, como vinhaça e palha, partes geralmente descartadas nas usinas. Um processo que vem sendo pesquisado pela Geo desde 2001 torna possível gerar biogás com essas sobras. “A tecnologia pode ser adaptada para qualquer empresa agroindustrial que tenha resíduos, como frango, porco e soja”, afirma Alessandro Gardemann, diretor da companhia. A primeira unidade comercial da Geo foi instalada em uma usina na cidade de Tamboara (PR) e tem capacidade para gerar 4 megawatts por hora, o suficiente para iluminar uma cidade com dez mil habitantes. No ano passado, a Geo faturou R$ 8 milhões e reaproveitou mais de 100 mil toneladas de resíduos, já utilizadas na geração de energia limpa. 
 
 
 
 
44 - Fiat
 
A fábrica que a Fiat constrói em Goiana (PE) terá o estado da arte em matéria de tecnologias produtivas e de sustentabilidade. Um dos projetos é o complexo de tratamento de efluentes. Com a utilização de novos equipamentos de limpeza da água, permitirá que mais de 99% do líquido utilizado na nova fábrica seja reaproveitado. Outro conceito é o de ilha ecológica, um espaço de separação do material que vai para a reciclagem. “Não podemos exigir que os funcionários separem os diferentes tipos de plásticos”, afirma Cristiano Felix, gerente de meio ambiente da Fiat/Chrysler para a América Latina. Na ilha, isso acontecerá de forma que o material reciclado possa ser mais bem reaproveitado. Por fim, há uma série de inovações em uso de materiais e fontes de energia. Um dos exemplos será o uso de lentes prismáticas no telhado. Elas permitem a passagem de luz natural para o ambiente interno, mas mantendo o calor do lado de fora. Com isso, diminui-se a necessidade de uso de luz artificial e do sistema de ar condicionado durante o dia.
 
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45 - Intel
 
Incentivado pelo governo federal, que convocou empresas de tecnologia a investirem no País por intermédio do plano TI Maior, a fabricante americana de chips Intel anunciou, no ano passado, um pacote de R$ 300 milhões para financiar novos projetos. As ideias beneficiadas estão, em sua maioria, concentradas na área de energia, educação e transportes, setores relevantes para a economia brasileira e com impacto direto na vida das pessoas. O dinheiro será aplicado ao longo de cinco anos, mas sete faculdades já começaram a ser beneficiadas pelas primeiras rodadas de investimento. “Existe um projeto de criptografia em baixa energia que está em estágio avançado”, afirma Fernando Martins, presidente da subsidiária brasileira da Intel. “Ele aumentará a segurança da informação em aparelhos como o próprio telefone.” 
 
 
 
 
46 - Purcom Química
 
O buraco na camada de ozônio levou as empresas a buscarem alternativas ao gás hidroclorofluorcarbono, considerado um dos vilões do meio ambiente. Uma das alternativas é o Ecomate, um agente expansor de espumas que não agride a natureza. Desenvolvido pela paulista Purcom Química, o Ecomate foi aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A tecnologia atende também ao Protocolo de Kyoto, por contribuir para a redução do aquecimento global. Outra vantagem é que, em caso de incêndio em locais públicos, como o que aconteceu na boate Kiss, em Santa Maria (RS), o componente retarda a propagação de chamas. “Além de ser sustentável, a substância pode ser utilizada de várias maneiras, desde a construção de casas até o isolamento de geladeira, skates, braços de cadeira e outros objetos”, diz Moa Palmeira, diretor de marketing da Purcom.
 
 
 
 
47 - Nissan
 
Os carros elétricos ainda encontram grandes obstáculos para decolar no mercado brasileiro. A alta tributação, a falta de infraestrutura para recarregar as baterias e até mesmo o desinteresse do consumidor são razões que explicam as dificuldades para a popularização desse tipo de veículo. Mas para que essa situação começasse a se inverter era preciso que alguém desse o primeiro passo. Foi isso o que a Nissan do Brasil fez, ao colocar 25 unidades do Nissan Leaf, o modelo elétrico mais vendido no mundo, para rodar como táxi em São Paulo e no Rio de Janeiro. 
 
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“Conseguimos aproximar mais esse tipo de produto dos brasileiros”, afirma Murilo Moreno, diretor de marketing da montadora japonesa. “Com isso, nosso retorno em imagem já superou em 300% o que investimos com essa iniciativa.” Na capital paulista, a Nissan se associou à prefeitura e à AES Eletropaulo para tirar o projeto do papel. Atualmente, dez modelos Nissan Leaf circulam de segunda a sexta-feira. No Rio de Janeiro, além do apoio da prefeitura, a marca contou com a colaboração da BR Distribuidora para a instalação dos pontos de recarga rápida (30 minutos) dos 15 modelos que terão como ponto de partida o aeroporto Santos Dumont e deverão entrar em operação até o fim do ano.
 
 
 
 
48 - Mercedes-Benz 
 
Transferir a tecnologia de ônibus híbridos produzidos na Europa para o Brasil não era propriamente um problema para a Mercedes-Benz. Mas, ao tentar fazer isso, a empresa deparou-se com algumas particularidades do mercado brasileiro que exigiram o desenvolvimento de aplicações específicas. O ônibus híbrido totalmente nacional foi lançado exatamente para atender à realidade nacional. 
 
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Segundo Curt Axthelm, gerente de marketing de ônibus da Mercedes-Benz, graças à parceria com a Eletra, empresa especializada em tecnologia de tração elétrica, foi possível substituir as baterias de lítio – muito comuns no Exterior, mas com alta complexidade de manutenção – por similares produzidas no Brasil. O uso da tecnologia desenvolvida aqui ajudou a empresa a reduzir o preço dos carros. Entre os principais componentes estão a bateria de fundo ácido, já utilizada em ônibus convencionais, e o motor fabricado pela catarinense Weg. A expectativa da empresa é de que a médio prazo os veículos já poderão transportar passageiros nas cidades brasileiras.
 
 
 
 
49 - Liquigás
 
O tradicional botijão de gás feito de aço está ficando mais leve. A distribuidora de gás Liquigás criou um novo formato, batizado de LEV, feito a partir de plástico de alta densidade, fibra de vidro e uma camada fina de aço. Ele é 20% mais leve que o antigo e não precisa ser pintado antes de ser recarregado, como ocorre com o botijão de aço. Isso reduz o custo do transporte, elimina o uso de tintas e oferece ao consumidor um botijão mais limpo e fácil de carregar, já que o design da embalagem inclui alças ergonômicas. 
 
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O novo modelo fabricado pela americana Amtrol-Alfa, em Portugal, vem sendo testado desde o ano passado em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. “Tivemos aprovação de 100% dos nossos consumidores. Todos disseram que recomendariam o produto para seus amigos”, afirma Antonio Rubens Silva Silvino, presidente da Liquigás. Em 201 3, a companhia pretende estabelecer um preço para levar o produto a todo o País e, futuramente, instalar uma fábrica local dos recipientes.
 
 
 
 
50 - EcoSimple 
 
Sustentabilidade pode ser fashion. É o que provou a paulista EcoSimple, que produz tecidos ecológicos com materiais que variam de retalhos descartados de confecções a garrafas PET. A empresa atraiu estilistas que usaram o insumo em roupas para desfiles realizados na passarela do São Paulo Fashion Week (SPFW), como Alexandre Herchcovitch. Segundo Cláudio Rocha, diretor-comercial da EcoSimple, o mais novo desenvolvimento da empresa é fruto da parceria com a Coca-Cola e com a Giroflex. Foi elaborado um tecido também feito de PET que revestirá sete mil cadeiras do novo estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. O material também deu origem a uma cadeira utilizada no cenário do BBB 13, reality show da Rede Globo.




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