A marca Nathalia Tolentino deve faturar R$ 1,5 milhão até o final deste ano.
Entrar em um mercado com muita concorrência é sempre um risco. Empresas de bolsa crescem todos os dias e quem abre um negócio nessa área deve provar ao consumidor o seu diferencial. Este é o caso da marca Nathalia Tolentino. A designer de 31 anos começou fabricando bolsas artesanalmente em casa e há dois anos recebeu o aporte de R$ 1,5 milhão de um sócio-investidor.
A trajetória da empreendedora começou em 2004 quando ela entrou na faculdade de design, em Goiânia (GO). “Assim que comecei os estudos, senti falta de marcas que fizessem sacolas customizadas e que eu pudesse colocar o meu material, como pranchetas e pasta. Eu não entendia nada sobre molde, nem de nenhuma técnica profissional, mas resolvi fazer minhas próprias bolsas em casa”, conta Tolentino.
A designer comprava os tecidos e costurava a mão, no chão de casa. “Com o tempo, comecei a criar gosto pelo ofício e muitas pessoas da faculdade se interessaram pelas minhas bolsas. Comecei a produzir para vender e fui pegando o jeito com acabamento, comprando tecidos de mais qualidade e materiais que fossem realmente bons”, diz. Tolentino afirma que seu investimento inicial foi de R$ 50 para comprar a primeira parte da matéria-prima.
Um divisor de águas na vida da empreendedora aconteceu enquanto ela estava fazendo um curso de solados no Senai. “Um dos meus professores me apresentou a outro professor da escola que adorou o meu trabalho e quis me ajudar. Tanto ele quanto a mulher viraram meus funcionários e a produção expandiu. Apesar da maior parte do trabalho continuar sendo manual, passei a utilizar maquinário e montei uma pequena fábrica”, afirma Tolentino.
Enquanto a marca ganhava corpo, a empreendedora resolveu investir nela mesma e se profissionalizar. “Fui para Milão fazer um curso de fabricação de bolsas e acabamento e comecei a aperfeiçoar meu produto. Minha matéria-prima principal é o crochê, que exige um trabalho mais lento e cuidadoso na produção das peças”, diz.
Por volta de 2011, a marca Nathalia Tolentino passou a participar de feiras em São Paulo e no Rio de Janeiro e também foi convidada a expor no São Paulo Fashion Week por dois anos seguidos. “Nesse momento, eu contava com o acompanhamento do Sebrae para organizar minha empresa, mas ainda faltava um investimento maior para transformar a marca em uma grife”, diz Tolentino.
Em 2014, apareceu um sócio-investidor que fez um aporte de R$ 1,5 milhão na empresa. “Tudo mudou quando o Dênerson Rosa entrou. Ele sempre investiu em projetos de pequenas empresas e viu potencial na minha marca. Nesse momento, levamos a empresa para outro patamar: antes, minhas bolsas custavam no máximo R$600 e, quando conseguimos melhorar a qualidade das peças e dos tecidos, aumentamos para o valor máximo de R$ 6 mil e mudamos nosso público-alvo. Queríamos entrar para o mercado de luxo”, afirma a empreendedora.
Antes do aporte, 70% das vendas eram feitas de cliente em cliente pela própria designer. Hoje, as bolsas podem ser encontradas em mais de 20 pontos de venda espalhados pelo Brasil.
Para Tolentino, o diferencial da marca continua sendo a qualidade. “Trabalhamos com uma linha premium que é feita de crochê, com edições limitadas e peças exclusivas, que passam por uma única mão para não perder a qualidade. Nossa linha intermediária é feita de ráfia, que conta com o processo artesanal de tear. E, em 2017, vamos investir em uma linha mais acessível e de alto giro feita de couro”.
Em 2015, a grife faturou uma média de R$ 50 mil por mês, chegando a R$ 620 mil ao final do ano. Para 2016, a empreendedora prevê ganhos de R$ 1,5 milhão.
http://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2016/1...
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