Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresário Faz Roupas Com Pneu Usado e Até Lona Velha de Caminhão

As roupas ecológicas ganham espaço no mercado da moda. As empresas apostam em peças que usam tingimento natural e até lona de caminhão.

A empresa de Orivan Pavan é o retrato de duas histórias diferentes. Era uma fábrica de jeans, chegou a produzir 30 mil peças por mês. Nos últimos anos, não aguentou a concorrência dos importados chineses, encostou o maquinário e fechou. No mesmo espaço, há o exemplo da volta por cima. Pavan abriu outro negócio. Começou a fabricar roupas, bolsas, calçados, feitos de materiais como garrafa pet, pneu usado, lona velha de caminhão. As peças produzidas com o que seria lixo no Brasil, hoje fazem o maior sucesso na Europa e Estados Unidos.

Pavan compra material usado ou reciclado, que vira matéria-prima. A proposta é fazer produtos poupando recursos naturais, e conquistar o consumidor cada vez mais consciente. “Século XXI, nova era, e a grande fronteira do século são os negócios com cunho e conceito de sustentabilidade. Reciclagem, reuso, geração de renda para comunidades carentes”, diz o empresário.

Para montar a fábrica ecológica, o empresário investiu R$ 40 mil. Comprou matéria-prima, desenvolveu os modelos e produziu com equipamentos da antiga empresa de jeans. O charme está nas peças rasgadas, desbotadas e remendadas.

O empresário cria todas as peças. As estampas são terceirizadas. Na fábrica, ele faz o corte e costura dos tecidos. Alguns materiais exigem técnicas específicas. Para trabalhar a lona, por exemplo, é preciso agulha grossa e até martelo.

A criatividade do empresário dá um toque ao produto. Como uma mala dobrável, uma jaqueta que se transforma em colete, ou um calçado diferente. Uma sandália, por exemplo, é feita de lona reciclada na parte de cima e na parte de baixo o solado feito a partir de pneu fatiado.
Uma bolsa custa R$ 150. O tênis, R$ 200, e um confortável puff sai por R$ 1.500.

A fábrica produz mil peças por mês – metade é vendida no Brasil, metade é exportada. As vendas são feitas pela internet ou em lojas especializadas.

“As perspectivas são boas. A gente está bem animado, com foco firmado no comércio eletrônico, através da internet, crescimento bom. E também crescimento da frente de exportação, não só para os países que a gente já trabalha como para novos clientes em outros lugares também”, diz o empresário.

A empresária Flavia Aranha é outra que apostou na sustentabilidade. Ela vende roupas ecológicas para mulheres. Uma volta pela loja é um passeio pela natureza. Aqui, a matéria-prima decora e explica o produto. A casca de goiabeira, por exemplo, tingi blusas. Conchas decoram peças. E o couro da tilápia faz bolsas e sapatos.

Em termos de negócio, o apelo ecológico faz as peças subirem de preço – e atrai clientes.
Flávia montou o negócio em 2009. Investiu R$ 70 mil em reforma do espaço e estoque. Ela só usa matéria-prima ecológica, produzida por pequenas comunidades. É o caso do tecido de seda usado em peças. “É uma parceria com uma cooperativa do sul, de Maringá, que produz seda ecológica. Então a seda é feita a partir casulos descartados pela indústria e também pela produção própria deles lá”, diz Flávia.

A própria empresária, que também é estilista, desenha as roupas. Nesta sala, o tecido é cortado segundo o molde. Depois, costurado. As roupas da empresária são tingidas em fábrica terceirizada, na Grande São Paulo. E é mais um diferencial. O dono da fábrica, Nelson Trindade, dá vida ao tecido com extratos naturais de pau-brasil, nogueira e açafrão.

Depois de pronta, a roupa volta à loja, onde é vendida. O processo artesanal, em pequena escala, encarece o produto. Mas o apelo ecológico atrai clientes sem despesas com propaganda, e reduz o preço final das peças. Em média, cada roupa aqui sai por R$ 250.

A empresa vende 4 mil peças por ano, sendo que 25% da produção são exportados para o Japão e a Europa. Muitos estrangeiros que visitam o Brasil são atraídos pela proposta da loja. Brigitte Ullens, cliente belga, adorou. “Eu me encantei com a cor. Com a matéria-prima, com o fato de ser uma peça ecológica que respira. Sobretudo a doçura da cor, do tom”, diz. “É diferente da Bélgica. Nós ainda não temos lojas como esta, mas estamos começando. E vocês no Brasil estão na frente”, afirma.

“A margem que eu preciso praticar para ter saúde no meu negócio não é a mesma de uma mega empresa. Então, no final, para o consumidor final, eu consigo ter um preço relativamente competitivo”, relata a empresária.

Fonte:|http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2012/05/empresario-faz-rou...

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Respostas a este tópico

O que vai na etiqueta das peças ?

Composição, indicaçoes de lavagem e outras exigencias do INMETRO.

òtima idéia, mas há a aceitação do INMETRO para que estas mercadorias circulem no mercado ? Tomara que sim.

Sds.

Olá!

Como amaciar e lavar a lona de caminhão?

obrigada.

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