Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As redes varejistas de moda encerraram o terceiro trimestre com melhora no caixa e menor nível de endividamento.

 

As redes varejistas de moda apresentaram piora no resultado líquido do terceiro trimestre, em comparação ao mesmo período de 2015, prejudicadas pelo cenário de recessão e pelo clima mais frio no Sudeste e Sul do país. Das oito empresas com operação na BM&FBovespa – Alpargatas, Arezzo, Grendene, Renner, Guararapes (Riachuelo), Marisa, Cia. Hering e Restoque – apenas duas aumentaram o lucro líquido. Em receita, o desempenho foi misto: Alpargatas, Grendene e Marisa reduziram a receita; Arezzo, Renner e Riachuelo aumentaram; Hering e Restoque ficaram praticamente estáveis.

No lado positivo, as companhias de capital aberto fizeram melhorias na gestão de custos e despesas ao longo do ano, a despeito da inflação alta e do aumento de gastos com a reoneração da folha de pagamentos. Como resultado, encerraram o terceiro trimestre com melhora no caixa e menor nível de endividamento – fatores que ajudarão as empresas a reinvestir na expansão das atividades no futuro.

Juntas, as varejistas de vestuário e calçados fecharam o terceiro trimestre com saldo de caixa e aplicações financeiras de R$ 4,5 bilhões, 12,7% acima do total apurado no mesmo intervalo de 2015, de acordo com cálculo do Valor Data. Excluindo a Grendene – que apresenta saldos de caixa muito acima dos concorrentes, distorcendo o resultado geral – houve aumento no caixa de 3,7%.

Proporcionalmente, a Hering e a Riachuelo tiveram os maiores aumentos no trimestre, com alta de 86,1% na Hering, para R$ 270,6 milhões, e alta de 66% na Riachuelo, para R$ 630,8 milhões. A melhora foi associada a um maior controle nas despesas operacionais.

No trimestre, as companhias também reduziram o endividamento, com emissão de títulos para alongar dívidas ou diminuição decorrente da variação cambial nas dívidas cotadas em dólar. Juntas, as companhias fecharam o período com uma dívida líquida de R$ 1,9 bilhão, 32,7% inferior à dívida líquida apurada no terceiro trimestre de 2015. Excluindo a Grendene, houve queda de 11,2%.

Entre as companhias, a Renner reduziu a dívida líquida em 17,3% em 12 meses, para R$ 1,09 bilhão. A Marisa também fez maior esforço para reduzir o endividamento, encerrando o período com queda na dívida líquida de 11,4%, para R$ 570,7 milhões. No lado oposto, a Riachuelo elevou a dívida líquida em 2,4%, para R$ 1,28 bilhão. O aumento foi relacionado à captação de financiamentos com o BNDES.

No momento em que o consumo se retrai, reduzindo as perspectivas de ganhos de receita, e as confecções com pouco capital de giro negociam com as varejistas antecipação dos pagamentos, o fortalecimento do caixa permite lidar melhor com o risco de enfrentar ciclos de pagamentos mais longos.

Por outro lado, na visão de analistas, uma aceleração dos investimentos em novas lojas poderia favorecer um crescimento acelerado das companhias no momento em que a economia se recuperar. Nesse sentido, a varejista que aproveitou melhor os custos mais baixos com aluguel ou compra de imóveis foi a Renner, que abriu 62 lojas entre o terceiro trimestre de 2015 e o terceiro trimestre de 2016. Alpargatas e Grendene também ampliaram o número de lojas, com abertura de 30 e 29 unidades, respectivamente. A Marisa, por sua vez, fechou 15 lojas. A Hering manteve o número de lojas estável.

Considerando o desempenho de receita, Marisa e Grendene tiveram desempenho abaixo da média do varejo de tecidos, vestuário e calçados, que no trimestre encolheu 5,5%, segundo o IBGE. A Marisa teve queda de 19,2% em receita e a Grendene, queda de 6,7% nas vendas para o mercado interno. Os melhores desempenhos em receita foram da Arezzo, com alta de 10,1% no período, e a Riachuelo, com alta de 5,5%.

Em comparação ao segundo trimestre deste ano, Arezzo e Grendene foram as únicas que tiveram aumento de receita, de 17,3% e 31,8%, respectivamente. Em relação ao lucro líquido, as calçadistas também foram as únicas com crescimento, de 17,2% para a Arezzo e de 62,1% para a Grendene.

A Marisa teve a maior queda em receita líquida em relação ao segundo trimestre, de 39,6%, seguida pela Renner, com queda de 12,2% e Hering, com queda de 7,3%. Em relação ao lucro líquido, a Renner teve queda de 51,4% na mesma base de comparação e a Riachuelo teve queda de 51%. O lucro da Hering caiu 6,8% em relação ao segundo trimestre. E a Marisa aumentou o prejuízo em 152,2%.

Para o quarto trimestre, as empresas anunciaram que esperam um mercado consumidor ainda retraído, por conta do desemprego e dos juros altos. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê queda de 4,8% no volume de vendas do Natal. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) prevê queda no gasto médio de 5,3%, para R$ 109,81 por presente.

Fonte: Valor Econômico

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