Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Escravidão na Indústria da Moda: A culpa é da Marca ou da Confecção?

Mais uma vez foram descobertos funcionários trabalhando em regime análogo à escravidão dentro de uma confecção em São Paulo. Quem acompanha o MPH já viu vários casos por aqui, lembra?

Dessa vez as marcas encontradas na confecção foram: Schutz, Unique Chic, Hit e Fama Fashion.

Os detalhes são da reportagem da Folha:

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) interditou na tarde desta sexta-feira (7/3) uma confecção no bairro Cangaíba, zona leste de São Paulo, após constatar que ao menos 17 peruanos trabalhavam em condições análogas à escravidão.

Os imigrantes faziam jornadas acima de 14 horas, sem descanso semanal, com vigilância ostensiva por câmeras e tinham os documentos retidos pelos donos da oficina, que também eram peruanos, segundo o ministério.

A denúncia foi feita pelo Consulado do Peru em São Paulo à Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, após um funcionário que fugira da empresa SNP Moruco ME relatar agressões no local.

Segundo o chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho do MTE, Marco Antônio Melchior, os peruanos tinham entre 18 e 30 anos e ganhavam R$ 2,30 por cada peça confeccionada. “É um valor ínfimo, já que vimos aqui que as peças valem ao menos R$ 100 nas lojas”, disse à Folha.

Todos estavam com a documentação irregular e moravam em uma casa ao lado da confecção. Alguns haviam chegado no local há pelo menos três meses com a passagem paga pelos donos da oficina. “O mais grave é que eles tiveram os documentos retidos, o que caracteriza a proibição do direito de ir e vir”, afirmou.

“Também constatamos jornadas excessivas de trabalho com a condição de servidão por dívida, já que os donos custearam a vinda deles para São Paulo e eles ficaram devendo esse dinheiro.”

Folha acompanhou parte da operação e conversou com alguns dos trabalhadores que não quiseram se identificar. Duas jovens, de 20 e 19 anos, disseram que foram aliciadas ainda no Peru para trabalharem no local.

“As condições não são boas, mas eu preciso do dinheiro”, disse uma peruana de 19 anos. “A gente não pode sair, só trabalhar”, disse outra de 20 anos. Segundo Fabiana Severo, da Defensoria Pública Federal, os estrangeiros que são encontrados nessa situação, por medo, raramente fazem denúncia.

Gumercindo Gierba, um dos donos da SNP Moruco ME, negou que haja trabalho escravo no local. Disse às autoridades que os trabalhadores foram contratados em São Paulo, após baterem na porta da confecção pedindo emprego.

Os peruanos foram encaminhados ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para registro de depoimento. Na próxima semana serão convocados para acerto trabalhista com a confecção e será decidido se eles voltarão ao Peru ou se a situação será regularizada para que permaneçam no país.

O resultado dessa história? Ontem o Sindicato dos Comerciários protestou em frente à Schutz da Oscar Freire. Eles cobravam esclarecimentos sobre os trabalhadores que foram encontrados em situação de escravidão na confecção da Zona Leste. Logo que entre os itens apreendidos no local estavam peças da marca.

E as marcas, o que dizem?

É sempre a mesma desculpa: “Repudiamos esse tipo de comportamento e nunca aceitaríamos ter fornecedores que promovem o trabalho escravo” ou “Não sabíamos que as confecções contratadas tinham funcionários que trabalhavam em regime de escravidão” e por aí vai…

Eu, particularmente, acho que a empresa (marca) é responsável pela confecção que contrata.

Pensa comigo, o que você consegue comprar com R$2,30 hoje em dia? Que tipo de serviço conseguiria contratar com esse valor? Atualmente você não consegue nem uma costureira para fazer a barra da sua calça por esse valor. Agora, como é que uma empresa como a Schutz, por maior que seja a sua demanda, acha que vai conseguir pagar tão pouco para a produção das suas peças? Tem algo estranho, não?

E já não é mais novidade que esse tipo de trabalho escravo acontece em várias confecções do país.

E você, o que acha?

A culpa é da Marca, da Confecção ou de Ambas? Participe pelos comentários.

Por Guilherme Cury.

http://modaparahomens.com.br/2014/03/13/escravidao-na-industria-da-...

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Respostas a este tópico

Bom dia a todos.

Eu diria que a culpa são das confecções que sem o minimo de pudor contratam facções ou subornam outras para fazer seus trabalhos ,quem aguenta trabalhar no caso as facções com preços que giram na casa de 3,5 reais a peça que invariavelmente tem que passar por varios processos ,hoje somando a tributaria os salarios instalações e sistema da ABVTEX ,qualquer um quebra rapidamente ,e ai pergunto tem mão de obra escrava! tem e muita ,mas acima de tudo tem muitos donos de facção escravo das confecções ,nos trabalhamos 14 hs por dia de segunda a segunda 365 dias por ano e ai pergunto ,quem esta verificando isto? ,logico que os magazines não estão verificando o que ocorre com os donos de facções e sim o que ocorre com os empregados .Fui escravisado a 3 anos por uma confecção ,o dia que me rebelei fui para o fundo do poço ,já vendi 50% das maquinas para saudar dividas ,não tenho credito na praça ,respondi varios processos trabalhistas ,e o meu antigo benfeitor arrumou uma nova facção e esta tudo bem , as vendas não podem parar ,esteve aqui recentemente um auditor de um magazine e eu coloquei tudo isto para ele ,e ai !!!!! ,se fosce um empregado a casa ia cair pra todo mundo ,mas como é o empregador que relatou ficou por isto mesmo ,e ai onde vamos parar ,eu estou na ativa mas na informalidade ,trabalho eu ,minha nora e minha mulher ,ta dando pra comer e pagar a conta de LUZ e AGUA ,quando é que a ABVTEX vai abrir o olho e ver que este teatro que é montado para enganalos só esta prejudicando a sociedade ,esqueci de mencionar os 28 funcionarios que nos tinhamos foram dispensados ,ainda estou com pendencia no INSS Receita federal ,e um processo trabalhista ainda não resolvido ,e a GRANDE PERGUNTA é o que ocorreu com a confecção? continua vendendo bastante obrigado.

Acho a responsabilidade solidária um absurdo.

CLARO QUE A CULPA É DOS DOIS, A MARCA QUE QUER PREÇO BAIXO A QUALQUER PREÇO E A CONFECÇÃO QUE NAO CONSEGUE O PREÇO SEM SER INFRINGINDO AS LEIS TRABALHISTAS, ENTAO ENQUANTO HOVER UM EXPLORADOR, VAI TER UM EXPLORADO.

Caro Gilberto, o teu desabafo é igual ao meu, passei pelo mesmo problema, trabalhei 1 ano, abvtex e tudo mais, trabalhava na ponta do lapis eu e minha esposa, no minimo 14hs por dia e nada de lucro, para sermos espremidos no final com peças a R$ 3,10 que não pagavam nem o custo da mobra. Fui trocado por faccoes novas que não tem seus funcionarios registrados. A algumas semanas a Renner pegou fogo aqui em Poa e a imprensa noticio que não tinha PPCI, eu tenho, e aí? Vou trabalhar agora pra pagar dívidas, enquanto que as peças que eu fechava eram vendidas a R$85,00 na ponta. ABVTEX é uma piada e a confecção para a qual eu trabalhava tem dois CNPJs o da ABVTex e o outro e daí? A culpa é do excesso de oferta de confeccoes e faccoes no mercado principalmente com a chegada da china e outras. Muita gente no mundo e muita produtividade faz com que as pessoas reduzam seu valor, aquela historia da oferta e demanda, e o entendimento do brasil de que se o empresario tem bonus deve ficar com o onus e as faccoes ficam entre o mar e o rochedo tipo marisco. O ramo é que não vale a pena. Abrir um negocio em que o cliente manda no preço é a maior furada. As faccoes no brasil são assim, depois tem mais os peruanos colombianos bolivianos e outros... O governo que impoe leis e que não as faz cumprir, pois é um estado falido. Brasil ame-o ou deixe-o é a maior verdade, nua e crua, ame-o ou deixe-o. Eu estou mais pra esta do que pra aquela...

E viva a lei de gerson!!!!

tudo bem O MTE fechar as confecções...Mas eles gostam do que fazem (os peruanos, bolivianos, paraguaios). Ja trabalhei com eles e era a maior alegria. Me revolto porque existe não só uma, pois eles fecham uma a cada três meses. Se o MTE trabalhar com seriedade eles fachariam umas 10 por dia... Pouca vergonha!!!

 

Atitude mesquinha de todos, isto é realidade. Culpar quem, a confecção por buscar preço? A grife por buscar preço? O governo por achacar-nos com impostos aviltantes? Os bolivianos ou peruanos ou paraguaios, por buscar vida melhor(SEM ENCONTRAR) ou os chineses com preços escravos, que colocam a concorrência em patamar de discórdia e intolerância em vista de nosso mercado mais caro?

A vida vai continuar assim,meu caro Gilberto Conquista, vamos perdendo tudo aos poucos e todos olham mas não enxergam, e os chinas, entram em mais um nicho de mercado, os VESTIDOS., veja link nesta pagina principal.

Há de ter uma saída ou falta atitudes de nos brasileiros em desmontar tudo isto que esta ai.

É eu já desmontei...

Desmontei a minha empresa heheheheeee.....

to rindo pra não chorar

Companheiros está tudo certo.

Nenhum dos dois tem responsabilidades, partindo do princípio que os presidentes(a), Brasil e Cuba, acharam um forma de tornar o ilícito em lisicitude (reverenciando e operacionalizando o ilícito).

Se médicos podem abertamente serem ultrajados, espoliados e sobre tudo massacrados, e todos batem, palmas; por que penalizar a pobre da grife, que nada tem com os contratos cubanos???????????????????????

nem mesmo com venezuelanos, e outros que se vende pelo um prato de feijão? isto é triste. fundo do poço mesmo......, 

Petrucio, você acaba de levantar a bola, deixa que eu chuto.

É a maior mazela que pudemos ver, em uma troca de favores, com nosso dinheiro e acharcamento de médicos cubanos, isto tudo como pura escravidão. O Brasil paga pra Cuba R$10.000,00/mes e o escravo "medico" cubano, recebe R$ 900,00/mês?? Isto é lavagem de dinheiro governamental ou estou enganado?? Alguem me perguntou se estou disposto a dar meu dinheiro para Cuba? Isto tb. pode ser um dinheiro que esta indo como empréstimo compussorio, para que alguém vá mais tarde gozar das prais cubanas com esta grana???

Caro Alfredon C Neto,

Dissetes muito bem. é super apropriada esta colocação.

muitos estarão usufruindo da inocência do povo brasileiro, nas praias cubanas.

bom, nosso último recurso, é continuarmos na esperança de um dia haver lisura e moralidade. 

 

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