Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Estilista do Ceará é 1° brasileiro escolhido em concurso de jovens talentos na Fashion Week de Londres

Londres se transformou nessa semana na meca da moda internacional. Estilistas, especialistas, jornalistas, celebridades e fãs circulavam entre incontáveis eventos da Fashion Week da capital britânica. E entre tantos talentos, o brasileiro David Lee conseguiu ter sua moda, inspirada na cultura cearense, reconhecida por um concurso que revela jovens estilistas.

Estilista do Ceará é 1° brasileiro escolhido em concurso de jovens talentos na Fashion Week de Londres
 

O estilista David Lee foi um dos 16 finalistas do Internacional Fashion Showcase que revela jovens talentos. V. Oswald/ RFI

Todos os anos, os grandes nomes deste mundo disputado da moda tentam se reinventar. Buscam aquilo que os diferencie, o que ninguém nunca viu. Tarefa cada vez mais difícil num universo interconectado. O desfile da britânica Vivienne Westwood (que não comparecia ao evento há dois anos) mais parecia uma manifestação, onde as modelos traziam, além de roupas de cortes ousados, mensagens políticas anticonsumismo e pela conscientização contra a mudança do clima.

Boa parte dos prêmios concedidos aos jovens talentos em mais esta Semana da Moda de Londres, buscaram personagens engajados com a sustentabilidade e a responsabilidade. O estilista David Lee foi um dos 16 finalistas do Internacional Fashion Showcase, um projeto que revela novos artistas de cinco continentes, levando seu trabalho às passarelas e ao mercado.

Autodidata

Apesar do nome, David não podia ser mais brasileiro. Nascido no Ceará, é um autodidata de mão cheia, que se descobriu estilista ainda quando tentava prestar o vestibular. Mas acabou não fazendo faculdade. De educação formal, além do ensino médio, fez um curso no Senac do Ceará, um dos seus patrocinadores até aqui.

David Lee não é pseudônimo artístico, mas uma homenagem a Bruce Lee. O pai, faixa preta, é fã. O trabalho do brasileiro foi escolhido pela inovação e pela capacidade do artista   que desenha desde os seis anos de idade   de explorar materiais sustentáveis da cultura artesanal tradicional cearense. David abusa do crochê para fabricar suas coleções de roupas masculinas que estampam a um só tempo delicadeza e virilidade.

As suas linhas questionam a masculinidade moderna e revelam boa parte de seus aspectos com peças que variam entre o esportivo, o militar, o descolado e o pijama. A sala onde suas roupas são exibidas mostra modelos que parecem estar em movimento.

"São cores de que eu gosto muito, são cores marcantes, de contraste, que eu tenho utilizado, e que são características do meu trabalho. (A coleção mostra) a ideia de interior, de potência de força interior, e eu enxerguei esse interior de maneira muito colorida, muito intensa, o que se reflete nas cores. Fui buscar a roupa interior, a ideia do pijama, que trabalha na ideia de conforto e amplitude”, conta o estilista à RFI.

Sobre a questão da masculinidade, afirma que suas peças mostram a parte mais cultural, do que é ser homem, o papel do homem.

"Sportwear, militar e alfaiataria, são elementos estéticos e também estão baseados na questão cultural. São bases estéticas de que eu gosto muito, mas que têm fundamento nesses aspectos da masculinidade. A alfaiataria foi uma das precursoras da moda masculina, principalmente na Inglaterra. O militar carrega muito isso, dessa masculinidade na força. Me interessa muito a particularidade que as roupas militares têm. O sportwear (tem) o dinamismo".

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"Essas cores são cores de que eu gosto muito, são cores marcantes, de contraste, que eu utilizo, e acaba que são características do meu trabalho", diz Davide Lee.. 

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