Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As últimas projeções do governo norte-americano sugerem que os stocks mundiais de algodão na colheita atual serão ainda maiores do que o previsto há apenas um mês – com o aumento esperado a colocar ainda mais pressão na descida dos preços ao nível internacional.
 

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Stocks de algodão aumentam

 No seu relatório mensal sobre a colheita de algodão, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) aumentou a estimativa para os stocks mundiais finais para um recorde de 76,5 milhões de fardos na estação 2012/13, que começou no dia 1 de agosto. Isto representa um crescimento de 9,5% em relação ao ano transato e quase 2 milhões de fardos acima das previsões do mês anterior de 74,7 milhões de fardos.

Os ganhos são atribuídos à combinação da fraca economia global, da concorrência das fibras sintéticas, dos baixos níveis de consumo e das importações da China. A produção mundial de algodão deverá diminuir 8% em relação à temporada anterior, para os 114,0 milhões de fardos, à medida que os agricultores mudam para outras colheitas que registam maior procura e preços mais elevados.

O USDA estima também que o consumo de algodão pelas empresas mundiais caia 600.000 fardos em relação ao mês passado para os 107,6 milhões de fardos em 2012/13. Apesar de representar um aumento de 3% em relação à última estação, ainda permanece o segundo mais baixo em quase uma década, adverte o USDA.

Com os cálculos a sugerirem que os stocks mundiais finais irão aumentar à medida que o consumo supera a produção, este seria o terceiro ano consecutivo em que o consumo global é inferior à produção da fibra. A fomentar muito do declínio no consumo mundial nos últimos anos encontra-se a contração na China, que responde sozinha por 35% do total. O país deverá consumir 38,0 milhões de fardos em 2012/13, ficando 2,6% abaixo do ano anterior e o mais baixo em quase uma década, de acordo com o relatório do USDA.

O apoio da China ao preço e as políticas nacionais de reserva continuam a corroer as margens das fiações de algodão do país, resultando numa perda de quota de mercado. No entanto, os stocks finais chineses deverão subir 16% para os 35,5 milhões de fardos, respondendo por quase metade dos stocks globais.

Na sua revisão dos dados, a Cotton Incorporated sugere que uma razão potencial para o declínio na utilização de produção chinesa nos últimos anos é a redução de encomendas de exportação de produtos de vestuário acabados de economias desenvolvidas, como a União Europeia e os EUA, onde a combinação de desaceleração do crescimento económico e os preços crescentes do vestuário reduziram os volumes de importação. Com efeito, para o período de 12 meses até julho de 2012, o volume das importações totais de vestuário dos EUA caíram 6,4% em termos anuais.

Além desses fatores macroeconómicos, as políticas do governo chinês também podem estar a afetar o consumo. Uma combinação de quotas de importação que regulam a quantidade de fibras de algodão que pode ser importada, bem como uma garantia de preço aos produtores de algodão domésticos, significa que muitas empresas chinesas pagam preços mais altos do que os seus concorrentes internacionais.

No dia 10 de setembro, a China começou a fazer compras para as reservas governamentais, garantindo um preço mínimo aos agricultores chineses para a colheita do ano 2012/13. Nos 20.400 yuans por tonelada (3% maior que a colheita anterior), o preço garantido é equivalente a 1,46 dólares por libra à taxa de câmbio atual.

Para atenuar parte da diferença de preços, o governo chinês também começou a vender das reservas em setembro. As empresas puderam comprar ao Governo o equivalente a um mês de consumo ao preço de 18.500 yuans por tonelada (1,33 dólares por libra). Embora isto represente um desconto em relação ao preço garantido para os produtores, resulta num acréscimo significativo aos preços negociados no Cotlook A Index, perto dos 0,85 dólares por libra.

Uma consequência dos preços mais altos da fibra enfrentados pelas fiações chinesas tem sido um maior volume de importações de fio de algodão que não estão sujeitas a quotas, segundo refere a Cotton Incorporated. Em julho, as importações da China de fios de algodão foram as mais altas de sempre.

Outra consequência potencial dos preços elevados no maior consumidor de algodão do mundo poderá ser uma perda na quota de algodão no mercado, à medida que as empresas mudam para fibras alternativas.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41531/xmview/...

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