Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Produtores de algodão encerram plantio com otimismo - Jornal Correio

De um lado da mesa, o maior comprador de algodão no mundo. Do outro, o país que já se consolidou no posto de segundo maior exportador global e tem potencial firme para assumir a liderança nos próximos anos. Com objetivos complementares, China e Brasil deram mais um passo, na última sexta-feira (17), para ampliar a parceria entre cotonicultores brasileiros e indústrias têxteis chinesas.  

 

Durante o webinar "Cotton Brazil Harvest 2021 Roundtable", industriais chineses apresentaram dúvidas e sugestões sobre como o algodão brasileiro pode ampliar sua presença no mercado local. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), com apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea) e parceria com a China National Cotton Exchange (CNCE) e a Embaixada do Brasil em Pequim. 

 

Representante de mais de 5 mil compradores chineses de algodão, a CNCE foi criada em 1997 pelo governo central chinês e, atualmente, é a maior plataforma de negócios de algodão da China. Reúne mais de 4.300 fiações, responsáveis por 90% do consumo chinês da pluma, além de 90% dos comerciantes domésticos de algodão. 

Yang Baofu, diretor da CNCE, atestou a qualidade da fibra brasileira e o interesse chinês em manter a cooperação com os brasileiros. "A Abrapa tem elevado a qualidade do produto, garantindo principalmente um algodão sem contaminação, que é aplaudido na China. Nós temos a mesma missão: criar um futuro melhor para o algodão da China e do Brasil", afirmou durante o webinar.  

 

O Cotton Harvest foi o quarto grande evento promovido pela Abrapa na China somente este ano. "Já definimos com a CNCE que seremos co-organizadores de dois grandes congressos do setor têxtil na China em 2022. A prova da determinação e da vontade do produtor brasileiro em ser cada vez mais parceiro da indústria têxtil chinesa é que vamos construir com a alfândega chinesa e com apoio da CNCE as melhores práticas de classificação de algodão", antecipou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. 

 

 

Mercado em expansão 

 

Embora seja o segundo maior produtor mundial da fibra, a China não consegue suprir sua demanda interna na totalidade. De acordo com o Departamento de Agricultura Americano (USDA), a produção chinesa foi de 6,4 milhões de toneladas na safra 2020/2021, para um consumo estimado de 8,7 milhões tons. Para a safra 2021/2022, a produção prevista é de 5,8 milhões tons (-9,3%), com projeção de que a indústria precise de 8,9 milhões tons (+2,5%). A estimativa é de que as importações chinesas superem 2 milhões de toneladas pelo segundo ano consecutivo.  

 

Na temporada de exportações encerrada em julho, a China ultrapassou o mercado brasileiro como principal cliente da fibra produzida no país, com inéditas 720,7 mil toneladas adquiridas. Embora a previsão para o ano comercial 2021/22 seja de recuo nos embarques totais, em razão da produção menor, a perspectiva é de que a China continue absorvendo um terço das exportações brasileiras de algodão. 

 

"Nossos números indicam que o Brasil continuará crescendo na produção e na exportação, e esse crescimento será conseguido a partir de ganhos de produtividade. Esse é apenas um dos motivos que posiciona nosso país como um provedor confiável de um produto de qualidade, em quantidade e sustentável", reiterou o embaixador do Brasil em Pequim, Paulo Estivallet de Mesquita.  

 

Logística 

 

A logística será um importante fator no cenário futuro, alertou o presidente da Anea, Miguel Faus. "Não somente no Brasil, mas no mundo, pois em escala global já estamos enfrentando gargalos sérios que estão impactando em todas as atividades comerciais", observou.   

 

A questão também preocupa a indústria chinesa. Nicole Wang, gerente geral da China National Cotton Group Corp (CNCGC), foi uma das representantes do mercado têxtil chinês a participar da mesa redonda com a Abrapa e CNCE. "Nos perguntamos se o porto de Manaus não poderia ser uma opção relevante para nos ajudar a reduzir a tensão no Porto de Santos, que responde atualmente por 97% dos embarques de algodão. Sabemos que logística não é uma questão gerenciada pelo produtor, mas é um ponto crucial para nós", afirmou Nicole.   

 

Embora haja projetos e investimentos em curso nos portos do chamado "Arco-Norte", Fauss informou que o frete interno para Santos ainda é mais barato, por isso esse Porto deve manter seu protagonismo nos próximos anos. "Existe um esforço da iniciativa privada para ampliar as opções, mas para o algodão produzido em Mato Grosso, que é o estado que mais cultiva no Brasil, Santos ainda é a melhor alternativa, e isso não deve mudar em médio prazo", explicou.  

 

Rastreabilidade 

 

A Abrapa aproveitou a oportunidade para apresentar a nova etiqueta SAI, que identificará os fardos de algodão da safra 2021/22.  A partir da leitura do QR Code de cada etiqueta será possível acessar, pelo celular, todas as informações sobre o produto - desde onde foi produzido até as características intrínsecas e certificações.  

 

Mais informações para a imprensa:

ascom@abrapa.com.br

https://www.abrapa.com.br/Paginas/Not%C3%ADcias%20Abrapa.aspx?notic...

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Como vai ficar o mercado domestico  de algodão ?? Também vem crescendo!!

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