Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Saudações a todos os membros:

Lanço este contraponto no intuito de fomentar discussões sobre o tópico.

Esse embate é relevante, quando da ocasião de recolocação no mercado de trabalho, principalmente, se você é detentor dos dois itens.

Quem pesa mais, pela ótica empresarial, quando da contratação do profissional?!

Gostaria de discutir o assunto, visto que, sinto, pessoalmente, o foco pelo segundo, em detrimento do primeiro, que engloba ampla bagagem técnica e profissional e sólida vivência nas áreas de atuação (Química Têxtil).

Fico no aguardo de vossas explanações a respeito.

Abraço a todos!

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Respostas a este tópico

Amigo Carlos Alberto,  o cara faz 3 anos de curso técnico, vários cursos de especializações, participa de palestras congressos, comete erros, acertos, passa principalmente pela experiencia do dia a dia das fabricas.

Amadurece, aprende com o tempo a resolver a maioria dos problemas, enfrenta crises, se preocupa não só com sua área de atuação,não se envolve, se compromete com tudo, entende a linguagém do pessoal da produção, discute o planejamento estratégico com a direção, discute com fornecedores, técnicos e clientes, enfim o cara está preparado pronto p/ encarar as dificuldades do mercado.

Ai chega o diretor que conhece a fabrica atravéz de uma foto aérea e diz este sujeito está velho, vamos pegar um estágiario e a estoria se repete...........  Paulo Cezar da Silveira

No meu ponto de vista, a experiência é valida desde que a pessoa detentora de tal esteja aberta as novas propostas e desafios de mercado, embora isso raramente ocorra, pois a pessoa em questão somente foca na sua grande experiência e se fecha para novos conceitos, falo isso de causa própria, pois nosso técnico textil tem mais de 65 anos, aproveitamos muito sua experiência e uma outra qualidade que somente vem com o tempo a paciência, mas ele raramente muda de opinião, alem de ser muito difícil lhe convencer de mudanças necessárias, pois esta acostumado a um modelo de empresa que nao existe mais, exemplificando, empresas inchadas com altos custos de energia e funcionários hoje em dia nao cabem mais, alem de coisas simples como o próprio   lay-out da fabrica que com os anos vem se espremendo cada vez mais,ou seja, coisas simples que fazem diferença nos dias de hoje. A experiência é maravilhosa,mas como todos nós, precisamos nos reinventar a cada dia, neste mercado em plena mudança o qual nunca para, esta é uma liçao para todos nós, jovens ou nao, experientes ou nao!!

Após diversas reflexões sobre o assunto, bem como o acesso aos comentários e opiniões emitidas por Doutores em Gestão Empresarial, professores e outros profissionais do ramo venho aqui emitir meu parecer sobre o assunto.

 

O Brasil vive hoje um dilema de Contrariedades.  Enquanto noticiam que em alguns estados sobram vagas e falta qualificação profissional, boa parte das empresas brasileiras ainda insistem em excluir os "Velhinhos" de suas equipes.

É notório que estamos na "Contramão" da história.  Ora meus senhores.  Se observarmos os demais países desenvolvidos ou em franco desenvolvimento veremos que a maioria dos "Velhinhos" esta empregada.  Inclusive o ápice da carreira profissional é normalmente atingido entre os 40 e 60 anos de idade.  Mesmo assim, quem tem mais de 60 continua empregado, muitos até em funções de consultoria, ou seja, sua experiência é altamente valorizada pelas organizações.    

Infelizmente o Brasil chegou onde está devido a um crescimento desordenado.   Por várias décadas tratamos mal nossos Jovens e nossos Idosos.  Colocamos nossos filhos nas escolas sem nos preocuparmos com a carreira profissional deles.  Hoje temos "Filhos Mestres" e "Filhos Doutores" que muitas vezes estão fora das organizações por falta de experiência profissional.  Eles perdem vaga para outros Jovens cujos pais fizeram a escolha acertada de proverem os seus filhos, não só de educação escolar, mas da vivência profissional.  A algumas décadas o jovem entrava no mecado de trabalho aos 14 anos de idade.  Hoje são raros os casos em que aos 16 anos alguém "Já" está empregado.  Pouquíssimas pessoas conseguem emplacar o binômio do sucesso profissional "Trabalho + Estudo".

Aliado a isto, estamos a muito tempo excluindo nossos "Velhinhos".   A exclusão, neste caso, chega a gerar sérios problemas ao nosso Sistema de Previdência Social.  Nos sentimos tão excluídos, que aos 40 anos já estamos contando os dias para a "Sonhada" aposentadoria.  No passado nos aposentávamos e geralmente continuávamos trabalhando e repassando experiência aos mais jovens.   Hoje saímos tão cedo do mercado de trabalho, que os Jovens recem contratados não tem mais a quem recorrer para adquirir a verdadeira prática profissional.   Com isto o Conhecimento e Habilidade de nossas equipes de trabalho para enfrentar e vencer os desafios cada vez maiores tem diminuido gradativamente.  É frequente "Novos" profissionais se depararem com "Velhos" problemas e penarem por horas, dias, meses para encontrarem a solução.  Muitas vezes recorre-se até ao "Quebra Galho", "Gambiarra" ou, como muitos gostam de chamar "Ajuste Técnico", que passa a ser a realidade do dia-a-dia de nossos processos produtivos.

 

Concluo minha explanação clamando a todos que lutem por um Brasil diferente.   Propiciem o estudo aos vossos filhos, mas não esqueçam de, desde cedo, ensinar a eles o valor do Trabalho.  Incentivem eles a lutarem pelos próprios sonhos.   "Trabalhar e Estudar" é uma prática saudável e imprescindível para quem quer ser um profissional de sucesso.   Mostrem a eles que tratar os mais velhos com Respeito e Admiração pode ser a solução para os problemas que virão no futuro.  E Sobretudo, quando você passar dos 40 anos, não se deixe convencer de que está "Velho" ou "Sem Valor".  Pense e aja como se estivesse no ápice de sua carreira profissional.  Pois, verdadeiramente, esta é a Verdade que muitos erroneamente insistem em aceitar.

Saudações caro Fábio e obrigado pelo comentário:

No meu caso específico, sempre estive aberto a novas propostas, não só aberto como buscando-as, no decorrer dos meus 30 anos de vivência na área química têxtil. Convivi com diversas filosofias empresariais de trabalho, entre elas a carioca, a paulista, a mineira e a pernambucana. Sempre tive como meta o ensinamento direto e constante aos colaboradores/operadores, incutindo a noção da qualidade aliada à produção. Desenvolvimento contínuo de novas cores e de novos processos industriais na planta de produção, visando à otimização e a redução de custos operacionais constantemente, através de ensaios laboratoriais com as contratipagens. Chega a um ponto que me pergunto: Porque os empresários não absorvem essa bagagem, agregando à empresa este conhecimento, tanto como coordenador ou assessor técnico na produção e, com isso, disseminando o treinamento e acompanhamento operacional, visando à melhoria contínua?

Infelizmente, não é o que acontece, pois a simples vista de currículo, onde consta o ano de formação, é simplesmente descartado, julgando que o profissional está obsoleto, descartando uma eventual entrevista técnica, oportunidade que se apresenta para um breve debate técnico e possibilidade de agregação do saber técnico e a vivência profissional!

Fica aquí a colocação de um técnico que sempre procura novos desenvolvimentos na área e troca de idéias entre os pares (Justamente o que estamos fazendo no momento)!

Grande abraço e votos de plenas realizações profissionais e pessoais! Do amigo Carlos.

Fabio Germiniani-TRIUMPH TEXTIL disse:

No meu ponto de vista, a experiência é valida desde que a pessoa detentora de tal esteja aberta as novas propostas e desafios de mercado, embora isso raramente ocorra, pois a pessoa em questão somente foca na sua grande experiência e se fecha para novos conceitos, falo isso de causa própria, pois nosso técnico textil tem mais de 65 anos, aproveitamos muito sua experiência e uma outra qualidade que somente vem com o tempo a paciência, mas ele raramente muda de opinião, alem de ser muito difícil lhe convencer de mudanças necessárias, pois esta acostumado a um modelo de empresa que nao existe mais, exemplificando, empresas inchadas com altos custos de energia e funcionários hoje em dia nao cabem mais, alem de coisas simples como o próprio   lay-out da fabrica que com os anos vem se espremendo cada vez mais,ou seja, coisas simples que fazem diferença nos dias de hoje. A experiência é maravilhosa,mas como todos nós, precisamos nos reinventar a cada dia, neste mercado em plena mudança o qual nunca para, esta é uma liçao para todos nós, jovens ou nao, experientes ou nao!!

Fábio,

Apesar de concordar com o seu ponto de vista, alerto.  Se sua empresa tem ou teve um profissional nas condições citadas é preciso refletir e concluir que parte da culpa pelo resultado "Negativo" é da própria empresa que não proveu a ele o acesso à necessária reciclagem.  Além disto ele nunca deveria ter sido tratado como o "Dono da Verdade" para que assim se sentisse, mas como membro de uma equipe onde todos somam para o sucesso da empresa.   

Um abraço.

Fabio Germiniani-TRIUMPH TEXTIL disse:

No meu ponto de vista, a experiência é valida desde que a pessoa detentora de tal esteja aberta as novas propostas e desafios de mercado, embora isso raramente ocorra, pois a pessoa em questão somente foca na sua grande experiência e se fecha para novos conceitos, falo isso de causa própria, pois nosso técnico textil tem mais de 65 anos, aproveitamos muito sua experiência e uma outra qualidade que somente vem com o tempo a paciência, mas ele raramente muda de opinião, alem de ser muito difícil lhe convencer de mudanças necessárias, pois esta acostumado a um modelo de empresa que nao existe mais, exemplificando, empresas inchadas com altos custos de energia e funcionários hoje em dia nao cabem mais, alem de coisas simples como o próprio   lay-out da fabrica que com os anos vem se espremendo cada vez mais,ou seja, coisas simples que fazem diferença nos dias de hoje. A experiência é maravilhosa,mas como todos nós, precisamos nos reinventar a cada dia, neste mercado em plena mudança o qual nunca para, esta é uma liçao para todos nós, jovens ou nao, experientes ou nao!!

Existe um preconceito sim, contra pessoas mais velhas e experientes. Mas não é capacidade física nem por excesso ou falta de capacitação técnica. É preconceito SALARIAL. Um profissional com idade superior a 40 anos, com mais de cinco anos na mesma empresa, está num patamar salarial que chega a ser o dobro de um récem formado; é claro que a diferença está na experiência, mas isto não aparece e nem se reflete nos indicadores de PPS das reuniões mensais.

O outro lado também é verdadeiro. O modelo de gestão mudou muito nas duas últimas décadas, e poucos profissionais acompanharam esta evolução, principalmente no que diz respeito a TRABALHO DE EQUIPE. Jovens universitários estão habituados a este tipo de trabalho, inclusive a carregar alguém nas costas, e aceitam isto nas empresas. Os velhos não.

A falta de oportunidades acaba excluindo uma parte do mercado, pois os cargos de chefia e gerência, que pagam salários compatíveis com o do profissional experiente, é infinitamente menor que o de técnicos, onde só cabem salários de junior ou pleno, jamais senior.

A forma de se manter no mercado, ganhando bem, é atualizar-se mesmo, com cursos, debates e muita leitura, para poder oferecer trabalhos de consultoria.

Optei por este mercado há 15 anos e estou satisfeito. Meu mes tem em média, 3 semanas. 



Tadeu Bastos Gonçalves disse:

Existe um preconceito sim, contra pessoas mais velhas e experientes. Mas não é capacidade física nem por excesso ou falta de capacitação técnica. É preconceito SALARIAL. Um profissional com idade superior a 40 anos, com mais de cinco anos na mesma empresa, está num patamar salarial que chega a ser o dobro de um récem formado; é claro que a diferença está na experiência, mas isto não aparece e nem se reflete nos indicadores de PPS das reuniões mensais.

O outro lado também é verdadeiro. O modelo de gestão mudou muito nas duas últimas décadas, e poucos profissionais acompanharam esta evolução, principalmente no que diz respeito a TRABALHO DE EQUIPE. Jovens universitários estão habituados a este tipo de trabalho, inclusive a carregar alguém nas costas, e aceitam isto nas empresas. Os velhos não.

A falta de oportunidades acaba excluindo uma parte do mercado, pois os cargos de chefia e gerência, que pagam salários compatíveis com o do profissional experiente, é infinitamente menor que o de técnicos, onde só cabem salários de junior ou pleno, jamais senior.

A forma de se manter no mercado, ganhando bem, é atualizar-se mesmo, com cursos, debates e muita leitura, para poder oferecer trabalhos de consultoria.

Optei por este mercado há 15 anos e estou satisfeito. Meu mes tem em média, 3 semanas. 



romildo de paula leite disse:
Pelo que foi discutido ate Tadeu Bastos,vcs estao focados em um caso de um veterano em determinada fabrica.Sera que a grande maioria dos tecnicos texteis ( CETIQT)  na faixa dos 60 anos estao colocados nesse quadro.Acho verdadeiramente que nao, esse nao e nosso caso.

Tadeu Bastos Gonçalves disse:

Existe um preconceito sim, contra pessoas mais velhas e experientes. Mas não é capacidade física nem por excesso ou falta de capacitação técnica. É preconceito SALARIAL. Um profissional com idade superior a 40 anos, com mais de cinco anos na mesma empresa, está num patamar salarial que chega a ser o dobro de um récem formado; é claro que a diferença está na experiência, mas isto não aparece e nem se reflete nos indicadores de PPS das reuniões mensais.

O outro lado também é verdadeiro. O modelo de gestão mudou muito nas duas últimas décadas, e poucos profissionais acompanharam esta evolução, principalmente no que diz respeito a TRABALHO DE EQUIPE. Jovens universitários estão habituados a este tipo de trabalho, inclusive a carregar alguém nas costas, e aceitam isto nas empresas. Os velhos não.

A falta de oportunidades acaba excluindo uma parte do mercado, pois os cargos de chefia e gerência, que pagam salários compatíveis com o do profissional experiente, é infinitamente menor que o de técnicos, onde só cabem salários de junior ou pleno, jamais senior.

A forma de se manter no mercado, ganhando bem, é atualizar-se mesmo, com cursos, debates e muita leitura, para poder oferecer trabalhos de consultoria.

Optei por este mercado há 15 anos e estou satisfeito. Meu mes tem em média, 3 semanas. 

Boa noite.

 

           Muito interessante a discussão, bem como os post colocados. Realmente o profissional com idade acima de 40 anos, mesmo com sua experiência, vai ficando preterido em relação aos mais jovens. Concordo que as empresas mudaram, os tempos são outros, muita concorrência, principalmente externa, necessidades de produzir com muita qualidade etc., mas isso não justifica excluir os mais velhos. Eles deverão ser inseridos nesse novo panorama por parte da empresa para contribuir com sua experiência.

          Trabalho numa grande empresa Textil a 28 anos e hoje tenho 50 anos. Durante este tempo trabalhando nessa empresa, passei por diversos processos de mudanças. Foi necessário voltar à escola para continuar a ocupar o cargo de supervisor de produção. Tive cursar o 3º grau ( adimnistração de empresas), pois o cargo atualmente exige isso. Na área de informática, também tive que me atualizar para usar as ferramentas que a empresa tem. Digo que não conseguiria fazer meu trabalho diário sem elas, pois a empresa está toda informatizada. Ainda bem que a empresa se preocupou e me inseriu nesse processo de mudança. Participei de treinamentos, cursos de gestão, liderança etc. Afinal, quem se formou em 1986 no CETIQT teve um ensinamento com um foco mais voltado para a área técnica.

          De nada adiantaria todo esse investimento da empresa, se eu não quisesse encarar as mudanças. Acho que não estaria mais trabalhando nela.

          Sem dúvida a minha experiência na área técnica continua sendo importantíssima para o meu trabalho, afinal não é possivel simplesmente excluí-la, mesmo com máquinas modernas, a técnica na maioria das máquinas não muda, pois ainda produzimos fios, tecidos e confecções.

           Acredito que a empresa não pode desperdiçar todo esse conhecimento adquirido, mas sim canalizá-lo para obter ganhos de produção e qualidade e preparar outras pessoas. Talvez uma promoção que poderia ser sua, não vem, pois ninguém foi preparado para substituí-lo.

 

At,

 

Magelo 

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