Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A exposição 'Savage Beauty', do estilista Alexander McQueen, em NY, foi prorrogada . Foto: Getty Images

Exposição 'Savage Beauty' de Alexander McQueen em NY é prorrogada pelo sucesso de público

Bruno Astuto

"A moda não é sobre olhar para trás, mas sobre olhar para frente". Anna Wintour, a famosa editora da Vogue americana, pode ser a mulher mais influente do mundo fashion, mas sua frase, anunciada no documentário ¿The September Issue¿ parece estar... fora de moda. Nunca antes na história do mundo fashion tantas exposições sobre o trabalho de estilistas fizeram o impressionante sucesso como agora.

Só em Paris e arredores, quatro estão em cartaz: uma sobre Madame Grès, a papisa do minimalismo e do drapeado; outra sobre Yves Saint Laurent, o mestre da segunda metade do século 20; uma terceira sobre o designer cipriota Hussein Chalayan, autor dos estranhos e criativos vestido-mesa, avião e raio laser; e uma quarta sobre a influência da moda do século 18 nas criações de estilistas de 200 anos depois, que tive a oportunidade de visitar recentemente no Palácio do Grand Trianon, nos domínios de Versalhes.

Essa última, O século 18 no gosto do dia, é uma verdadeira aula de História da Moda, talvez até um pouco preciosista e sutil demais para olhares menos treinados - a seleção é boa, mas faltou didatismo à curadoria. Ao lado de vestidos-paniers e casacas dos tempos de Madame Pompadour e Maria Antonieta, veem-se peças de Vivienne Westwood (a mítica coleção Vive la Cocotte, de 1995), Dior dos tempos do próprio Dior e de Galliano, Christian Lacroix, Balenciaga, Yojhi Yamamoto e mesmo da modernosa Comme des Garçons. Até o dia 9 de outubro, os visitantes poderão se deleitar com essas criações maravilhosas e constatar que, para os designers atuais, o rococó de Versalhes rima com rock.

Não tive como deixar de lembrar as exposições que fiz no Rio sobre a moda nos tempos de Maria Antonieta (2007) e do período joanino no Brasil (2008), ao lado de Emilia Duncan, Kika Gama Lobo e Claudia Fares. Nós também convidamos estilistas brasileiros da atualidade a darem suas interpretações aos temas. E foi fascinante como eles tentaram dessacralizar as vestes tão pomposas dessa era de fausto e tirania.

Mas a moda, cada vez mais tão fugaz, tão veloz, tão refém do tempo corrido dos consumidores - como no mito de Cronos, que devorava os próprios filhos - foi alçada definitivamente ao estatus de arte. A excelente retrospectiva da obra do estilista britânico Alexander McQueen, que se suicidou no ano passado, atraiu tantos visitantes ao Metropolitan Museum de Nova York, que foi prorrogada até próximo dia 7. O museu, aliás, foi o primeiro a abrigar uma mostra sobre um estilista contemporâneo - Saint Laurent, em 1983, organizada por Diana Vreeland.

As duas estrelas do mundo emergente, China e Brasil, não fogem à regra. Em Beijing, Dior e Louis Vuitton contam sua história para ajudar a fincar as raízes da cultura do luxo no atual mercado mais poderoso do universo fashion. Por aqui, depois de passar por São Paulo, a exposição sobre Paco Rabanne, estilista espanhol que aposentou suas agulhas em 2006, serve para ajudar a bombar o relançamento de seu perfume Million. O sucesso da noite de abertura, na última terça-feira, no Fashion Mall não desmente o hype.

Mario Testino, um dos mais importantes fotógrafos de moda da atualidade e clicador oficial da realeza britânica, já reservou o Paço Imperial para a exposição Tudo ou nada, em fevereiro, com seus registros de celebridades e modelos, nuas ou vestidas. Ela deve ajudar a bombar o escritório que ele abriu em São Paulo para consultoria em marketing e posicionamento de marcas. Produtores brasileiros ainda tentam trazer a mostra dos 35 anos de carreira de Jean-Paul Gaultier (em cartaz no Canadá) e uma sobre Thierry Mugler, que há anos domina o mercado de perfumes estrangeiros no País com seu adocicado Angel. Num universo tão competitivo e abarrotado de grifes, agregar às grifes os valores de arte e história não é uma questão de luxo, mas de sobrevivência... É dura a vida da bailarina. Beijo, me liga, até amanhã.

Fonte:|http://moda.terra.com.br/noticias/0,,OI5257192-EI1119,00-Exposicoes...

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