Saiba mais sobre o comportamento de consumo expresso nos lançamentos de moda mundial para o Spring / Summer 2021 no Hemisfério norte, que irão marcar as tendências da Primavera / Verão 2022 no Brasil e hemisfério sul.
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Fashion Weeks SS21 – Você já pensou o quanto os lançamentos de moda ajudam a entender as macrotendências?
Nós sabemos que as Fashion Weeks já são uma tradição. Assim, é a partir delas que outras marcas e negócios de moda guiam suas ações futuras. Além disso, pensam em estratégias para atender às demandas de consumo e expressão por meio da moda enquanto vestuário.
Finalizamos setembro, um mês de super efervescência na moda. E com ele muitas marcas relevantes do mundo fashion apresentam suas propostas. No entanto, é importante destacar que nem sempre esses lançamentos são novidades.
O que quero dizer é que nas ideias de moda contidas nos desfiles das Fashion Weeks, há inspirações em épocas passadas. Entretanto, são atualizadas de acordo com a vertente criativa das grifes ou estilistas.
Além disso, os lançamentos se amparam nas tendências comportamentais que também são conhecidas como macrotendências. Estas tendências se manifestam em propostas de moda e se “estetizam” em produtos, isto é, materialidades vestíveis.
Fotos: Reprodução / Pinterest
Nas Fashion Weeks SS21 (semanas de moda) do mês se setembro foram observadas uma recorrência de volta ao passado. Característica que apareceu, tanto no estilo e modelos das roupas, como nas maneiras de fazer e apresentar as criações.
Nesse sentido, os desfiles das Fashion Weeks SS211, inusitados ou revisitados, anunciaram vetores para pensar os caminhos futuros da moda.
Depois veja também: A Moda do Amanhã com 10 caminhos para pensar a moda daqui em diante! Além de 7 tendências da Moda pós-pandemia.
A seguir, procurei apontar 6 vetores que refletem as macrotendências da moda para os próximos anos. Consequentemente, esses vetores foram identificados nas passarelas e estratégias das marcas mais importantes do mundo nas Fashion Weeks Spring / Summer 2021.
Primeiramente, é importante destacar que ficou nítida a necessidade de criar conexões genuínas com o público. Pois, a dinâmica social pede por memória afetiva, design emocional na moda. Saiba mais sobre Economia Afetiva.
Pensando dessa forma, as marcas precisam estudar mais sobre o assunto, e entenderem o quão relevante é conhecer de forma aprofundada sobre a trajetória da moda.
Entre os mais comentados da temporada, o desfile da marca de lingeries da Rihanna uniu música, famosos, inclusão e diversidade, causando grande impacto emocional. Em um mix de show e desfile com 1 hora de duração, está disponível na Amazon Prime
Depois, em alguns desfiles desta Fashion Week, como o Moschino, por exemplo, ficou evidenciado o resgate de feitos icônicos da história da moda. Em outras palavras, a marca apresentou um “desfile” utilizando marionetes, nitidamente inspirado no “Teatre de La Mode” realizado por marcas de luxo em Paris nos anos 1940.
Referência também usada pela Dior, na semana de Moda de Inverno da Alta Costura de Paris. A grife apresentou maravilhoso vídeo misturando Moda e Cinema em Le Mythe Dior, evocando toda magia e tradição da marca. Vale a pena assistir, muito lindo!
Nesse cenário, as estratégias de hoje revelam a tendência de associação à tempos nostálgicos em que a moda era mais genuína, artística e menos fast fashion. Inclusive, experts apostam em um Futuro do Consumo com menos tendências.
Fonte: Vogue
Em outra perspectiva, quando o assunto foi biótipo, novos corpos (gordos, pretos, periféricos), humanos e virtuais anunciaram um futuro diverso e inclusivo para a moda.
Sem dúvida, esse é um movimento cada vez mais forte, mostrando um avanço na forma de pensar e elitizar a moda à um padrão de corpo muitas vezes irreal.
Assim, para quem estuda ou já estudou sobre a história da moda, perceber essa mudança é como uma vitória. Veja mais em: Sustentabilidade com Diversidade: próximo passo da moda e o que está sendo feito na prática!
Desfiles da Milão Fashion Week – SS21
Também ficou clara nesta Fashion Week SS21 a força da tecnologia como recurso para humanizar e não para criar um relacionamento artificial com o público, um exemplo é o aplicativo que tira medidas. Logo, é preciso ações alinhadas aos movimentos comportamentais atuais, sem desconsiderar o DNA de cada marca. Veja mais de tecnologia no universo fashion em Moda do Futuro.
Ainda sobre esse assunto da tecnologia, podemos pensar que a mídia (espontânea ou paga) tem a cada dia mais se tornado um atributo importante. Assim, considerada muitas vezes, mais relevante que o próprio patrimônio de marca.
Contudo, nos lançamentos das Fashion Weeks SS21 mundo a fora, reforçamos a certeza de que o consumo não pode mais ser pensado como norte, isto é, o único fim.
Desta forma, a estratégia não deve ser baseada, apenas em vender produto em si. Mas, definida para vender valor de marca que é justamente, a potência para manter grifes, tradicionais ou não, como relevantes no atual sistema da moda.
Por último, e não menos importante, como sempre gosto de lembrar, a moda, a história, a cultura e sistema fashion se retroalimentam.
Deste modo, vale lembrar que marcas e profissionais da área precisam aprofundar seus conhecimentos sobre as engrenagens e cultura da moda. Logo, poderão se posicionar com mais efetividade, diante do horizonte que se anuncia.
Portanto, conhecimento, estratégia e novidade andam juntos! Saiba mais em Moda ajuda a entender o consumo.
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London Fashion Week SS21
Carol Siq, professora universitária e de cursos livres e, mentora de negócios de moda. Possui experiência de mais 15 anos no mercado de moda, com expertise em consumo, branding, tendências e cultura/história da moda.
Na área acadêmica é doutora em História pela UEM, na linha de pesquisa: História, Cultura e Narrativas, com estudo sobre a Moda brasileira no século XXI. Mestra em Ciências Sociais pela UNIOESTE, na linha de pesquisa: Cultura, Fronteiras e Identidades. Pós-Graduada em Moda: Criatividade, Gestão e Comunicação e Graduada em Moda pela UEM.
É autora do livro “Linguagem visual”; organizadora/autora do livro “História, Moda e Meios de comunicação”(2018); e autora do capítulo: A influência da mídia de moda e a identidade de modelos negras” do livro: Indumentária e moda: caminhos diversos (2014).
Por fim, é vinculada ao Laboratório de Estudos e Pesquisas em História, Moda e Cultura (La-Moda – CNPQ/UEM).
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