Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Futurismo destaca a moda com inovação, tecnologia e sustentabilidade

A influência do futurismo na moda atual se destaca pela inovação no design, na tecnologia e na sustentabilidade.

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Foto: Unsplash.

A influência do futurismo na moda atual se destaca pela inovação no design, na tecnologia e na sustentabilidade. Saiba mais!

O futurismo, surgido no início do século 20 como um movimento artístico e cultural, trouxe uma visão inovadora e radical que exaltava a modernidade, a tecnologia e a rejeição ao passado. Fundado por Filippo Tommaso Marinet em 1909, ele não se limitou às artes plásticas e à literatura, mas também impactou o design, a arquitetura e, claro, a moda.

Essa corrente de pensamento, que celebrava a velocidade e o dinamismo da era moderna, inspirou uma estética que ainda hoje reverbera na indústria fashion. Ela propunha uma ruptura com a tradição, afirmando que o progresso tecnológico e industrial era o caminho para uma nova sociedade. A máquina, a velocidade e a energia das cidades eram veneradas, e essa obsessão com a agilidade e a inovação se refletiu no estilo visual do movimento.

Na moda, essas ideias de dinamismo e inovação se materializaram de forma bastante ousada e buscavam romper com as convenções da época, propondo peças que refletissem a modernidade emergente e a vida urbana acelerada. Embora o futurismo tenha surgido no contexto da arte e da cultura italiana do início do século 20, sua influência no design de moda se manifestou de forma mais evidente nas décadas seguintes, especialmente no período pós-guerra, quando os estilistas começaram a explorar tecidos inovadores, formas geométricas e novos conceitos de funcionalidade.

A ideia de moda futurista foi impulsionada pela busca por materiais sintéticos e pela criação de roupas que representassem o espírito tecnológico do futuro. Os estilistas Paco Rabanne e André Courrèges, por exemplo, foram pioneiros ao introduzirem o uso de metais, plástico e vinil em suas criações nos anos 1960, criando uma estética que parecia saída de uma nave espacial. Suas coleções refletiam o otimismo em relação às conquistas tecnológicas e à exploração espacial, temas centrais no imaginário da época. Essa moda, então, passou a explorar o conceito de roupas funcionais, práticas e esteticamente ousadas. O uso de linhas retas, cortes geométricos e tecidos com acabamento metálico transmitia a ideia de uma roupa para o “ser humano do futuro”, uma pessoa urbana e conectada com a velocidade e a tecnologia.

Na moda contemporânea, o futurismo se reflete em criações que utilizam tecnologia não apenas no design, mas também na funcionalidade das peças. Roupas inteligentes (wearables), que integram sensores para monitorar saúde e adaptar-se ao clima, estão cada vez mais presentes nas passarelas e nas ruas. Além disso, a moda digital e a impressão 3D são evoluções diretas dessa mentalidade. Peças de roupa agora podem ser desenhadas digitalmente e “impressas”, eliminando etapas da produção tradicional. Essa inovação não apenas aumenta a eficiência, mas também permite uma customização em massa, na qual consumidores podem adquirir roupas feitas sob medida de forma rápida e acessível.

Curiosamente, o futurismo na moda não se limita apenas à tecnologia, mas também à visão de um amanhã mais sustentável. Embora os primeiros defensores da tendência não tivessem essa preocupação, o conceito de progresso no século 21 inclui o uso de materiais sustentáveis e práticas éticas na produção de roupas. O que vai estar nas ruas está intrinsecamente ligado ao consumo consciente e à reutilização, dois pilares de uma economia circular. Tendências como o upcycling, o uso de tecidos biodegradáveis e a popularização do slow fashion mostram que agora a moda não se baseia apenas na estética, mas também em práticas responsáveis que moldam uma nova forma de consumo. Nesse sentido, o futurismo na moda atual é tanto uma celebração da tecnologia quanto um compromisso com a sustentabilidade.

Esse conceito vai continuar a influenciar a moda, tanto na forma quanto na função. De roupas feitas com materiais inovadores a experimentações com moda digital, o movimento abriu as portas para a exploração do futuro em sua forma mais ampla. Hoje, ele vai além do visual: é uma visão do progresso, da inovação tecnológica e da sustentabilidade, refletindo a relação entre o ser humano e o futuro que estamos construindo. O movimento futurista, iniciado no século 20, permanece relevante na indústria contemporânea, provando que, ao olharmos para o futuro, ainda estamos moldando o que vamos vestir amanhã.