Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Balint Porneczi/Bloomberg / Balint Porneczi/Bloomberg

A The Kooples se expande nos EUA com peças concebidas para durar mais

Nos últimos anos, as melhores áreas do varejo da moda estiveram em dois mundos separados: luxo e mercado de massa. Mas o setor intermediário está ficando mais interessante.

Grifes francesas com nomes como Sandro, Claudie Pierlot, The Kooples e Zadig & Voltaire, que se concentram na faixa média alta de preços do mercado de vestuário, montaram sua estratégia preenchendo o espaço entre os promotores da "moda rápida" baseada em ofertas e os designers de roupas caríssimas.

Aproveitando a glória que emana da moda de luxo, essas marcas estão desfrutando de um crescimento de vendas estelar, ultrapassando até mesmo os porcentuais de dois dígitos de empresas que vendem roupas muito mais caras.

Do mesmo modo que grifes americanas como a Rag & Bone e a Theory vêm aumentando sua presença no mercado mundial de roupas de preço intermediário, essas empresas francesas estão se expandindo nos Estados Unidos e em outros lugares, promovendo peças concebidas para durar mais que, por exemplo, as das grifes Zara, da Inditex, ou Hennes & Mauritz (H&M).

A firma francesa de capital fechado Groupe SMCP, dona das marcas contemporâneas Sandro, Maje e Claudie Pierlot, planeja mais do que dobrar sua presença nos EUA nos próximos 12 meses. Depois de ter lançado sua primeira loja nas Américas em setembro de 2011, a empresa - na qual a gigante do luxo LVMH tem uma participação - pretende chegar a 100 pontos de vendas diferentes, comparado com os 40 que tem hoje. Esses pontos incluem tanto lojas próprias como seções dentro da Bloomingdale's e outras varejistas.

A expansão indica que as multinacionais da moda estão vislumbrando um nicho promissor, onde elas podem explorar a demanda crescente por mais personalização e atendimento ao cliente que os oferecidos pelas redes populares, mas com preços na faixa de US$ 100 a US$ 1.000.

Frédéric Biousse, codiretor-presidente da Groupe SMCP, disse que a empresa vem registrando um crescimento médio anual de mais de 40% nas suas vendas desde 2007 e que a receita deve ter chegado perto dos € 380 milhões em 2012. Um casaco da Sandro pode custar cerca de US$ 500.

A LVMH teve um papel ativo no desenvolvimento da Groupe SMCP desde 2010, quando comprou 51% da empresa por meio de um veículo de investimento coletivo chamado L Capital e da firma de investimento em participações Florac.

Enquanto isso, a PPR, controladora da Gucci, está testando uma linha contemporânea na sua grife Alexander McQueen, sob a marca McQ. François-Henri Pinault, diretor-presidente da PPR, disse recentemente ao "The Wall Street Journal" que "as repostas comerciais iniciais foram bastante positivas".

Já a The Kooples, que construiu uma imagem em torno de roupas masculinas e femininas que se aproximam do unissex, começou sua expansão nos EUA em setembro e agora tem sete pontos de venda nas lojas da Bloomingdale's. A Zadig & Voltaire pretende abrir este ano, em Nova York, sua principal loja nos EUA, além das quatro que já tem na cidade.

Nadia Beckerich, de 48 anos, que é cliente da Zadig & Voltaire, descreve a marca como de "alta moda, mas não de luxo". "É uma questão de qualidade, de ter uma coisa mais seleta", disse ela.

"Nos últimos anos, a moda rápida ganhou uma presença muito maior nos EUA", disse David Wu, analista da corretora Telsey Adviory. "Mas agora os consumidores querem ir além, com produtos de maior qualidade e estilo mais duradouro."

Embora nos EUA as vendas de vestuário em geral tenham caído 5,3% em volume em 2011, o valor das vendas subiu 4,9%, para US$ 283,7 bilhões. Wu estima que o mercado de moda contemporânea nos EUA gerou entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões em receitas no ano passado.

Na Europa, as marcas tiveram um crescimento nos últimos anos alimentado pela tendência dos consumidores de misturar roupas de alta moda e outras de preço baixo nos seus guarda-roupas.

A Printemps, uma cadeia parisiense de lojas de departamento, investiu recentemente na reorganização de dois andares da sua loja de marcas de moda contemporânea no Boulevard Haussman, disse o diretor-presidente, Paolo de Cesare. Ele acrescentou que parte do sucesso da rede se deve às marcas terem desenvolvido um mercado inteiramente diferente.

"Quando você compra na Maje, você nunca acha que é a mesma qualidade da Gucci. Mas você também nunca acha que a Zara tem a mesma qualidade da Maje", disse o executivo.

Poucas roupas feitas para grifes de preço intermediário exibem uma etiqueta com "Fabricado na França" ou "Fabricado na Itália". Mas suas lojas contrastam com as redes para o mercado de massa, onde consumidores se amontoam nas araras de roupas e acessórios.

Em Paris, lojas pequenas colocam apenas um artigo na vitrine, com os vendedores a postos para irem apanhar o que for preciso. Mas, como nas cadeias populares, as grifes de preço intermediário monitoram atentamente os dados de venda, permitindo que as lojas se ajustem rapidamente à demanda.

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