Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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H&M repensa na política de terceirização na sequência do desastre de Bangladesh

A Hennes & Mauritz (H&A) está procurando por terceirização de roupas da América Latina e África pela primeira vez. A segunda maior varejista do mundo repensa sua estratégia de produção após o colapso da fábrica de Bangladesh que matou mais de 1.200 pessoas.

 

 Karl-Johan Persson, chefe executivo da H&M, a maior compradora de roupas de Bangladesh, contou ao jornal Financial Times que a marca sueca esta procurando por países como México e Brasil após abrir sua primeira loja no sul do hemisfério este ano no Chile.

 

“Quando essa parte do mundo está crescendo, se torna ainda mais interessante procurar a produção na América do Sul ou América Central. Dessa forma, estamos explorando essa oportunidade,” afirmou ele em uma rara entrevista profunda.

 

Embora Persson, neto de 38 anos de idade do fundador da H&M, não tenha nenhuma ligação diretacom o desastre de Rana Plaza do último mês – o pior acidente da história no setor de varejo – ele sublinhou a importância de sustentabilidade ao considerar a produção, apontando para a possibilidade de produção no norte ou mesmo no sul da África. “Nós estamos procurando na [África] também,” ele afirmou. “Mais uma vez, vai voltar com qualidade, prazos de entrega, capacidade, preços, sustentabilidade e onde estivermos presentes também.”

 

Perguntado se a H&M estava repensando sua estratégia de terceirização já que a indústria de roupas mistura as alternativas para Bangladesh, Persson apontou que a empresa não estava presente na fábrica Rana Plaza e que seu código de conduta proibiu ter uma planta em um edifício residencial. Ele adicionou: “Claro, temos que repensar porque é terrível o que está acontecendo no país.”

 

A H&M foi uma das primeiras de cerca de 30 varejistas europeias a se inscrever, na semana passada, para um acordo vinculativo legalmente para pagar pelos reparos da fábrica após as inspeções independentes. Persson negou que tivesse prometido no ano passado terceirização dupla da H&M em Bangladesh nos próximos cinco anos, mas disse que se os fornecedores respeitarem o código de conduta da empresa “estamos dispostos a manter e vamos recompensar os parceiros que estão trabalhando melhor com estas questões”. Ele tem conversado com Bangladesh para aumentar seu salário mínimo de $38 por mês e para revisá-lo anualmente já que a última mudança foi em 2010.

 

A política de terceirização da H&M tem sido o centro das atenções, mas não apenas por razões de direitos humanos. A Inditex, proprietária espanhola da rival Zara que a ultrapassou como o maior varejista de roupas do mundo em 2011, é reconhecida por sua capacidade de conseguir roupas em lojas apenas semanas após desenhá-las graças à terceirização de muitas de suas peças na Europa e no norte da África.

 

Persson declarou que a H&M também tinha essa capacidade, com 20% de suas roupas vindas da Europa contra 80% da Ásia. “Estamos tão rápidos [como a Inditex]. Temos tudo desde algumas semanas até seis meses,” ele acrescentou.

 

Mas ele afirmou que o norte da África era uma possível futura região de terceirização para a H&M, assim como o sul e leste da África. Brasil e México foram os únicos países que ele especificamente nomeou como o varejista que expande tanto no Norte como Sul da América. Ele afirmou que o lançamento online da H&M está muito atrasado, mas nos EUA ocorrerá em agosto.

 

Fonte: Financial Times 

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