Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Incerteza e excesso de shoppings eleva rotatividade de lojas

Segundo Alshop, rotatividade média nos shoppings aumentou para 10% das lojas em 2014, ante taxa de 6 a 7 por cento nos últimos três a quatro anos

REUTERS/Bruno Domingos

Consumidora caminha em shopping center de Recife

Consumidora caminha em shopping center de Recife: de cada 100 lojas em shoppings, 10 fecharão e darão lugar a outras durante o ano

Rio de Janeiro/São Paulo - As incertezas do cenário econômico e o elevado número de inaugurações de shopping centers nos últimos anos vêm aumentando a rotatividade de lojas nesses empreendimentos, com o maior impacto sendo sentido por lojistas de menor porte, dizem especialistas do setor.

Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), a rotatividade média nos shoppings aumentou para 10 por cento das lojas em 2014, ante taxa de 6 a 7 por cento nos últimos três a quatro anos.

Na prática, isso significa que de cada 100 lojas em shoppings, 10 fecharão e darão lugar a outras durante o ano.

"Este ano estamos tendo uma movimentação muito maior de saída de lojistas dentro dos empreendimentos", disse à Reuters o presidente da associação, Nabil Sahyoun, lembrando que nos últimos três anos, incluindo 2014, o país viu a inaguração de cerca de 100 shoppings.

A associação do setor, Abrasce, prevê encerrar o ano com 521 shoppings no país. Há oito anos, eram 351.

Para Sahyoun, o fechamento de lojas também está ligado às incertezas econômicas, em um cenário de menor crescimento do consumo e com maior impacto para os pequenos lojistas, que respondem por 75 por cento dos pontos de venda nos shoppings.

Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo do país em julho tiveram o pior resultado desde outubro de 2008, contribuindo para o setor não registrar crescimento por seis meses.

Já em agosto, segundo dados do setor compilados por Cielo e IDV, houve alta nas vendas, compensando a fraqueza vista em julho.

"Dentro dos shoppings, a gente atingiu situação de muitos pequenos lojistas que ficaram em situação de atraso, inadimplência, porque o movimento das lojas não aconteceu", disse Sahyoun.

A situação foi enfrentada, por exemplo, por uma franqueada de uma rede de vestuário feminino em shopping da BR Malls em Juiz de Fora (MG).

"Os custos são muito altos e depois (de algum tempo após a inauguração) as vendas caíram", disse a comerciante que manteve a loja por cinco anos antes de fechá-la, pedindo para não ser identificada.

Quando o contrato venceu e o aluguel ia aumentar, ela optou por fechar as portas. "Os grandes não têm custo alto igual ao que a gente tem. Eles são isentos de taxas. O aluguel deles é mais barato porque eles chamam clientes. O pequeno paga pelo grande", acrescentou.

Empresas de maior porte também se desfizeram de pontos em shoppings neste ano. A Inbrands - dona de marcas com presença maciça em shoppings - encerrou o segundo trimestre com cinco lojas próprias a menos da Ellus ante igual período do ano passado.

Para a marca Mandi, a redução foi de quatro pontos, para a Salinas, de três. Richards e Selaria Richards, por sua vez, somaram quatro lojas a menos.

Questionada sobre o cenário de rotatividade em shoppings, a companhia, que também controla marcas como VR e Bobstore, se limitou a informar que, contabilizadas todas as lojas abertas e fechadas, registrou diminuição líquida de seis pontos próprios no período, sendo dois em shoppings.

A receita líquida da empresa no segundo trimestre caiu 6,2 por cento na comparação anual, a 189,2 milhões de reais.

Desde o começo do ano, a varejista de moda Marisa também encerrou atividades de quatro unidades em shoppings do país. Os pontos foram fechados em empreendimentos de Ribeirão Preto (SP), Barueri (SP), Caxias do Sul (RS) e Vitória da Conquista (BA).

À Reuters, a companhia informou que a decisão fazia parte de sua estratégia de negócio, "uma vez que se tratavam de lojas com pouco impacto de venda e alto custo de operação".

No saldo geral, contudo, a empresa terminou junho com 413 lojas, avanço ante as 380 de um ano antes.

Na avaliação do vice-presidente financeiro da Guararapes, Tulio Queiroz, há "mudanças importantes" na dinâmica das satélites (lojas menores) em shoppings, mas a disputa por crescimento no ambiente das lojas âncoras (grandes redes de varejo) continua forte.

A Guararapes controla a varejista de moda Riachuelo.

"Podemos observar que todos os principais concorrentes que operam âncora mantêm seus níveis de investimento, mantêm seus planos de expansão; temos agora a chegada de alguns grupos internacionais", afirmou o executivo em agosto, em teleconferência de resultados.

Reflexo para Shoppings

Enquanto mudanças no ambiente econômico vêm afetando a rotatividade nos shoppings de maneira geral, seu impacto sobre a ocupação de empreendimentos já estabelecidos tem sido nulo, disse o analista do banco Fator Tales Paes.

"Entre as grandes companhias de shoppings, em 2013 e 2014, a taxa de ocupação de áreas têm tido zero reflexo de desaceleração econômica e aferrecimento do varejo", disse Paes, acrescentando que o processo de troca de lojas é frequente.

A taxa de ocupação das empresas listadas no segundo trimestre variou entre 94,5 por cento, no caso da Sonae Sierra e 98,4 por cento, da Multiplan.

"Quando avaliamos as vendas de grandes companhias, ainda vemos uma resiliência muito grande. Na nossa visão, se o nível de vendas continuar o mesmo em 18 meses, não vemos razão para que o aluguel seja um problema", disse.

Os empreendimentos mais recentes, no entanto, mostram um sinal de alerta para o setor, tanto é que as companhias colocaram o pé no freio no lançamento de novos projetos.

De acordo com uma pesquisa do Ibope divulgada em maio deste ano, a taxa média de vacância nos 36 empreendimentos inaugurados no ano passado foi de 50 por cento.

Entre os shoppings inaugurados a partir de setembro, a taxa média de ocupação em 21 deles foi de 38 por cento.

Para o superintendente de relações com investidores da Aliansce, Eduardo Prado, o cenário é desafiador diante do aumento da oferta de empreendimentos e da situação da economia.

"Você tem que ter um mix completo para atrair o consumidor para estar cada vez mais dentro do shopping. Estando lá dentro, facilita muito o desempenho do shopping", disse.

A companhia abriu cinco empreendimentos entre 2012 e 2013 e vem trabalhando para "rentabilizar ainda mais estes ativos", afirmou o executivo.

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/incerteza-economica-e-e...

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se a empresas de shopping não rever seus conceitos, tanto para os lojistas como para os clientes em pouco tempo vamos ter um deserto de pontos para alugar e não vai ter para quem alugar. alugueis caros, estacionamentos pagos caros, e muito mais... estamos vendo já nas ruas lojas aos monte fechando, com isso, vão surgir em breve o custo baixar nas ruas... muita oferta e pouco procura. á agiotagem e juros extorcivos estão com seus dias contados.. o fator imobiliário explorativo vai cair, será uma queda gigantesta, sendo assim, administradores de shopping, abram os olhos, seus clientes tem mais valor vivo do que morto..... estamos em 2014.0002 em plena era da tecnologia e informação, muitas lojas virtuais, acham que o ser humano é burro.. não se engane, estamos vivos e cada vez mais espertos...  eu mesmo, evito shopping que cobram estacionamento, e tem muita gente que deixa os carros nas ruas, acham porque fazemos isso.. não esta facil sobreviver neste mundo de louco por dinheiro... sendo assim se prepare...  2014.0002

Quando o contrato venceu e o aluguel ia aumentar, ela optou por fechar as portas. "Os grandes não têm custo alto igual ao que a gente tem. Eles são isentos de taxas. O aluguel deles é mais barato porque eles chamam clientes. O pequeno paga pelo grande", acrescentou

esta é exatamente o que acontece com um pequeno dentro do shopping, ele so ver que os grandes, nao tem encargo dos pequenos, mas de fato e muito pior, ele paga pelo que o grande deixa de pagar, é uma politica criminosa, sem falar no apetite cada vez maior do proprietario do shopping, ou a incorporadora como queira, hoje em dia e mais barato abrir uma loja em nova york que aqui no brasil.

o outro ponto e que a grande maioria dos pequenos nao tem diferencial nenhum, os estilistas nao criam mais ver o caderno de tendencias e ai sai tudo igualzinho, parecem ate soldados, voce entra num shopping e o que voce ver na primeira loja ver na ultima e ai voce viaja, estao aquelas mesmas porcarias de mundo a fora, com a diferença de la fora ser um terço do valor, pelo menos.

 ninguem vai mais pra rua pesquisar o povo que passa, porque este profissional e tao limitado que se ele for fazer isto ele nao ver nada, entao vao todos na mesma fonte, do tecido ao aviamento, ao acessorio.................

e ai? as grandes redes ganham no giro, com os incentivos que os shopings dao e o pequeno paga, mas os pequenos, estes estao ferrados, esta situação quebra muita empresa pequena que tem a visai errada de que shopping e a solução para ampliar o mercado, quando na verdade a unica coisa que ele amplia é divida.

 na verdade e o grande capital explorando o pequeno, isto esta no capital CAPITAL de KARL MAX, o problema e que o empresario pequeno tambem é mal informado

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