Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Levantamento da Abit aponta que no acumulado de janeiro a maio a produção têxtil em Minas Gerais avançou 1,1% - Crédito: DIVULGAÇÃO

Após resultados negativos apresentados pelo setor têxtil no período de janeiro a maio deste ano, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) revisou para baixo as projeções de crescimento para 2019. Conforme divulgado ontem pela entidade, a produção têxtil no País registrou queda de 1,3% nos cinco primeiros meses deste ano em relação a igual período de 2018. No início do ano, a projeção era de crescimento de 5,52%, índice que passou agora para 1,1%.

Em Minas, os resultados foram melhores, com a produção têxtil registrando alta de 1,4% no acumulado do ano até maio em relação a igual período anterior. Mas, segundo a Abit, de maneira geral, os resultados das unidades da federação vêm acompanhando o desempenho nacional.

“Números mostram que, do ponto de vista de resultados, as empresas não mostraram dados favoráveis. O consumidor continua refratário ao consumo e as expectativas se deterioraram”, disse o presidente da Abit, Fernando Pimentel.

Entre os fatores que levaram a esse cenário estão a demora na votação da reforma da Previdência, altos índices de desemprego e até o inverno pouco rigoroso.

De acordo com o levantamento, de janeiro a maio deste ano, no comparativo com iguais meses de 2018, a produção de vestuário no País subiu 0,6%, mas o varejo do vestuário apresentou queda de 0,2%.

No início de 2019, o setor projetou crescimento de 4,8% no varejo do vestuário, índice que foi alterado para 1,5%. No caso da produção de vestuário, a expectativa era de alta de 5,5% e passou para elevação de 1,6%. No caso da geração de emprego, a expectativa era de 9.811 novos postos, sendo que devem ser abertas apenas 1.162 vagas.

Até agora, a geração de emprego do setor têxtil surpreendeu positivamente. De janeiro a junho foram 12.954 vagas em todo o País. Mas esse número deve cair e fechar o ano em 1.162, devido a efeitos sazonais.

Pimentel analisa que após as eleições de ano passado houve uma forte expectativa de crescimento econômico, amparada no novo governo, o que não se concretizou. Além disso, o inverno pouco rigoroso deste ano não ajudou os negócios.

“O que ocorreu, a gente já sabe que não foi bom. Vamos trabalhar para uma retomada que ainda não chegou”, disse.

FGTS – Mesmo com os resultados estando negativos até agora, a expectativa é que o setor apresente números positivos até o final do ano, com estimativa de um segundo semestre melhor. Um dos fatores que deve impactar positivamente é a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Segundo Pimentel, no caso da liberação de saques do FGTS ocorrida ainda no governo Temer, 38% do total acabou sendo destinado para o setor do vestuário. A se repetir esse desempenho, cerca de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões podem ser injetados no segmento com a nova liberação de saques do FGTS. Como o faturamento do setor gira em torno de R$ 240 bilhões, o valor não é tão alto, mas pode ser significativo no atual cenário, incrementando a movimentação mensal em torno de 2% a 3%.

Além disso, há expectativa de que a economia termine o ano em rota de crescimento, com a possível votação da reforma da Previdência. Para incrementar o setor, além da reforma previdenciária, a Abit conta com a reforma tributária e pequenas reformas que garantam a desburocratização. Na agenda do setor também a estão sustentabilidade e adequação à tecnologia 4.0.

Segundo a Abit, a importação de têxteis e confeccionados mostrou alta de 0,76% de janeiro a junho, com as exportações também crescendo 7,09%. A importação de vestuário, em toneladas, mostrou recuo de 17,41% de janeiro a junho. Pimentel ressalta que a queda é significativa e poderia ter beneficiado a indústria nacional, o que não ocorreu porque não houve demanda para tal, mostrando o baixo consumo dado a dificuldades do País.

Outro dado que aponta o baixo consumo é a inflação dos vestuários, que teve queda de 0,22% de janeiro a junho. Nesse mesmo período, a inflação geral teve alta de 2,23%.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor tiveram queda de 48%, passando de R$ 125 milhões de janeiro a junho de 2018 para R$ 65 milhões de janeiro a junho deste ano. A importação de máquinas e equipamentos subiu 6,58%, passando de US$ 226 milhões de janeiro a junho de 2018 para US$ 241 milhões de janeiro a junho de 2019.

O anúncio do acordo entre Mercosul e União Europeia foi considerado positivo pela Abit. Segundo Pimentel, a medida possibilita intercâmbio tecnológico, abre mercado e cria condições para brasileiros e europeus fazerem negócios.

ABIT DEFENDE O AVANÇO DAS REFORMAS

A Associação Brasileira de Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) vem mantendo interlocução com propositores da reforma tributária. E, segundo o presidente da entidade, Fernando Pimentel, as mudanças nos impostos são mais importantes para o setor que a própria reforma da Previdência.

Segundo ele, as medidas em estudo até agora não são perfeitas, mas abordam a simplificação e redução da carga tributária, o que está em consonância com as demandas do setor. Outro ponto citado por ele é que os empresários buscam o alongamento de prazos para pagamento dos impostos.

Pimentel considera que a reforma tributária deve buscar primordialmente simplificação, menor burocracia, mais segurança jurídica, captura da economia informal e inclusão da economia digital. Ele alerta que muitos negócios digitais estão crescendo à margem do sistema tributário.

Um das propostas em estudo, com base em estudo do economista e diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCIF), Bernard Appy, busca um imposto único.

Para Pimentel, a medida traz o apelo da simplificação, entretanto não deve ser aprovada. Por outro lado, a proposta do governo federal foca nos tributos federais, não contemplando o ICMS, que, segundo Pimentel, gera muitos problemas ao empresariado, com diversas alíquotas sendo adotadas pelos estados. Mas ele pondera que essa proposta abre espaço para as alterações a serem feitas pelas unidades da federação, sendo mais factível.

Por

 Ana Amélia Hamdan

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  Pimentel considera que a reforma tributária deve buscar primordialmente simplificação, menor burocracia, mais segurança jurídica, captura da economia informal e inclusão da economia digital. Ele alerta que muitos negócios digitais estão crescendo à margem do sistema tributário.

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