Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria Já se Prepara para Atender Procura de Fim de Ano

Para lideranças, a manutenção de incentivos fiscais pode resultar na ampliação dos postos de trabalho

Já intensificando as atividades para atender à demanda do comércio nos últimos meses do ano, a indústria espera uma recuperação neste semestre, após queda em quase todos os segmentos nos seis primeiros meses de 2012. Embora o avanço não deva ser expressivo, a expectativa do setor é que a produção se equipare à do segundo semestre de 2011, podendo, em alguns segmentos, ser superior. Como resultado, os empregos permanentes, deverão ser ampliados.

Setor têxtil é um dos que deve passar por crescimento" na segunda metade do ano FOTO: DIVULGAÇÃO


Em junho, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado neste mês, o Estado produziu 2,2% menos do que em maio e acumulava um saldo negativo de 2%, em 2012.

Mesmo diante de um cenário negativo nos seis primeiros meses, afirma o coordenador da Unidade de Economia e Estatística do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), Pedro Jorge Vianna, o segundo semestre deverá ser um momento de recuperação.

"Nós temos notado, a cada mês, um arrefecimento da queda", destaca o Vianna. Segundo afirma, a evolução deverá principalmente sentida no segmento metal mecânico e no da indústria de transformação.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria Metalmecânica do Ceará (Simec), Ricard Pereira, o segmento aguarda um "leve crescimento" neste semestre, que pode ser mais consistente caso sejam mantidos os incentivos fiscais do governo federal para estimular o consumo, a exemplo da redução do IPI para a linha branca.

Além do fim dos incentivos, acrescenta, a alta do dólar, em comparação com o mesmo período do ano passado, também pode frear o avanço do segmento. "Como o Estado é importador de matéria prima, essa alta do dólar aumenta o nosso custo", explica.

Ampliação de postos

De todo modo, diz Pereira, a evolução nos próximos meses, ainda que não seja tão expressiva, deve ser acompanhada por uma ampliação dos postos de trabalho permanentes.

"Nós devemos ter uma expansão do setor. Temos muitas empresas chegando no Pecém, por exemplo. Mas aí são empregos que considero indiretos, por que estão mais ligados à construção civil", argumenta.

Ricard Pereira destaca que o segmento tem enfrentado dificuldades para encontrar mão de obra qualificada, sobretudo na fabricação de itens com maior valor agregado. "Na parte de solda, temos muitos soldadores de nível inicial, mas falta qualificação para outros níveis", diz.

Uma recuperação, ainda que pouco expressiva, também é esperada pelo segmento têxtil, que, assim como a maior parte do setor industrial, apresentou queda no primeiro semestre. Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral do Ceará (Sinditêxtil), Germano Maia, a expectativa do sindicato é que haja uma "suave evolução" nos próximos meses.

O aumento esperado, destaca, está diretamente ligado à demanda do comércio, que já dá sinais de aquecimento. Segundo o presidente, ainda não é possível dizer, com precisão, qual será o incremento na produção, já que as previsões têm sido feitas principalmente através de contatos informais com comerciantes.

Ele destaca que não é possível precisar quais ocupações serão mais demandadas nesse período, mas ressalta que é esperado aumento no número de vagas.

Segundo Maia, a carência de mão de obra também tem sido uma das dificuldades do setor. Além da falta de profissionais qualificados, diz, a indústria têxtil também tem sido prejudicada pela "migração" de trabalhadores para outros segmentos, como a construção civil, que continua se expandindo e demandando mais mão de obra.
JOÃO MOURA
Repórter

Investir em qualificação é boa aposta para os jovens

Enquanto estudava e preparava-se para as vagas de chefia que almeja na indústria local, Rômulo conseguia uma renda extra como professor de informática em escolas e instituições de ensino de São Gonçalo do Amarante Foto: Divulgação

Diante de um ramo competitivo e exigente que o setor industrial cearense se tornou nos últimos anos, o investimento em conhecimento é uma boa aposta para os jovens. Foi nesta perspectiva que o Rômulo Moreira acrescentou ao currículo uma série de cursos desde que terminou o ensino médio, há cinco anos.

"Já fiz vários cursos, desde de secretariado até o técnico em eletromecânica e meu interesse é entrar com alguma função de chefia ou coordenação", ambiciona. Hoje, ele cursa paralelamente uma faculdade de administração e um tecnólogo de recursos humanos, os quais ele acredita somar ao conhecimento técnico já adquirido.

As chances para ele, no entanto, são as melhores. Ele mora no local onde devem surgir mais vagas para o setor industrial de todo o Estado do Ceará: na comunidade de Ascende Candeia, em São Gonçalo do Amarante - uma das cidades que abriga o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

Calma no preparo

Enquanto a oportunidade esperada e não podia ser conquistada, Rômulo conseguia uma renda extra para ajudar a família como professor de informática em escolas e instituições de ensino próximo de casa. "Nos próximos dois anos ainda devo estar estudando, mas já comecei a procurar algo nas empresas aqui do Pecém", conta, citando a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a Energia Pecém e outras mais do Cipp entre as que já foi entregar currículo para emprego depois de concluir o curso no Instituto Centec da região.

A pressa pelo trabalho, diz ele, só veio chegar agora, quando os planos de casar ficaram próximos de se tornar realidade. O combinado com a noiva é de selar o compromisso no fim deste ano. "Daqui para lá preciso estar empregado, com salário garantido e ela também", afirma. A noiva, de acordo com ele, quer abandonar a vida de diarista para trabalhar em alguma oportunidade no Cipp.

Fonte:|http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1174300

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