Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria têxtil deve R$ 217 milhões para a Celesc Charles Guerra/Agencia RBS
Falta de pagamentos começou em 2008, ano de início da crise no exterior Foto: Charles Guerra / Agencia RBS

Cinco grandes indústrias têxteis catarinenses, algumas com mais de cem anos de fundação, devem R$ 217 milhões em faturas atrasadas para a Celesc. O setor é o que apresenta as maiores dívidas com a estatal de energia elétrica. As contas de luz deixaram de ser pagas há quatro anos, e um programa foi criado especificamente para tentar resolver a situação.

Nesta quinta, a indústria que tem o maior débito teve a proposta para quitar os R$ 61 milhões devidos à Celesc aceita — a direção da estatal não tem autorização para divulgar o nome dos seus devedores. O acordo prevê a entrega de um terreno em Brusque avaliado em R$ 15 milhões e mais R$ 30 milhões em créditos com a Eletrobras. A alternativa foi analisada e aceita pelo conselho de administração da Celesc em reunião realizada pela manhã.

O terreno pode ser usado para a instalação de uma subestação de energia. Já o crédito oferecido é resultado de uma ação judicial da indústria contra uma taxa cobrada nas tarifas de luz. A têxtil ganhou e o valor desembolsado virou crédito que pode ser usado como dinheiro e será repassado para a estatal.

A falta de pagamento das contas de luz por parte destas cinco empresas começou em 2008, ano de início da crise econômica mundial, surgida a partir da falência do setor imobiliário dos Estados Unidos, revela André Rezende, diretor de Relações com Investidores da estatal. Ele conta que o problema levou o governo catarinense a negociar a situação.

O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, participou da elaboração do projeto e conta que o Estado foi solidário. Mas ele reclama do preço da energia. Lembra que o único país com matriz energética semelhante à do Brasil é o Canadá, e que lá a tarifa é 70% mais barata.

No acordo, ficou determinado que as cinco empresas teriam direito a parcelar as dívidas pelo prazo de 120 meses (10 anos). Houve alívio, mas ainda assim a conta ficou salgada e há quem desembolse R$ 800 mil a cada 30 dias. A facilitação para quitar os débitos também não significa que tudo saiu como o planejado.

Dificuldades financeiras levaram três indústrias a entrarem com pedido de recuperação judicial. Com a adoção deste dispositivo, a dívida deixa de ser paga e é preciso apresentar uma proposta à Celesc. Foi o que ocorreu ontem. As outras duas estão pagando as prestações com a estatal. Mas em um caso está sendo complicado. Em alguns meses, o depósitos não são efetuados na data correta e acumulam duas ou até três parcelas.

Perdas refletidas no balanço

A dívida de energia das indústrias têxteis também virou prejuízo para a Celesc. Por causa das normas contábeis, os valores devidos que a estatal não consegue cobrar são obrigados a serem incluídos no resultado da empresa como perdas, explica André Rezende, diretor de Relações com Investidores da estatal.

Seguindo esta determinação, o balanço do ano passado da Celesc saiu com impacto negativo de R$ 19,5 milhões por causa do atraso no pagamento das indústrias têxteis.
André diz que a soma total de

R$ 217 milhões não entra no balanço porque parte está sendo paga e por haver três empresas em recuperação judicial. O diretor lembra que foi outra administração que negociou com as indústrias têxteis, por isso não pode mencionar os motivos que levaram ao parcelamento.

Ele ressalta que o setor responde por 19% do PIB catarinense e a cadeia emprega milhares de pessoas. E argumenta ainda que diante deste cenário a Celesc não pode esquecer seu caráter público. Mas hoje a situação seria diferente porque foram criadas novas regras para negociar dívidas com a estatal. Foi exigida uma garantia, como um imóvel, e o prazo para parcelamento foi reduzido para 36 meses.

O presidente do Sindicato da Indústria Têxtil de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, afirma que a situação das cinco empresas não pode ser atribuída à concorrência com os chineses ou à depreciação cambial. Ele declara que esta é a situação de parte do setor e há indústrias saudáveis e rentáveis. Ele justifica que foi uma série de fatores que levou este grupo a esta situação de inadimplência.

Fonte:|http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/economia/noticia/2012/06...

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Não vejo problema nenhum, afinal foi o Ex-Gov de Santa Catarina ( Sr Luiz Henrique da Silveira ) quem iniciou a "Guerra dos portos ", pois imaginou que abrindo os portos de SC para os importados traria mais empresas e poderia gerar mais empregos em SC. Foi um tiro no pé porque o Sc recebeu empresas " TRADE", que importam grandes volumes e geram poucos empregos, em consequencia houve a invasão de texteis chineses que  piorou o horizonte financeiro das texteis de SC.

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