Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil Enfrenta Situação Cada Vez Mais Difícil

Por Fernanda Pereira

O ano de 2011 vai ficar marcado na história da produção têxtil brasileira. O aumento das importações de produtos chineses provocou uma concorrência desleal e reduziu em 10% a produção têxtil nacional. Os números se refletem na região do Vale, que é um pólo têxtil do estado, e também em Gaspar, onde o setor ainda é um dos principais alicerces da economia local.

Com o aumento das importações, as empresas registraram redução na produção e consequente redução na mão de obra. Andressa Elisa Krauss, 22 anos, foi uma das muitas trabalhadoras do ramo dispensadas por dificuldades financeiras. “Eu e mais duas funcionárias fomos demitidas e a explicação dos patrões foi exatamente a dificuldade de fazer negócios por causa das importações”, comenta a ex-trabalhadora do setor têxtil.

O proprietário da Nellonda Confecções, Diogo Muller, explica que ainda não precisou demitir funcionários, apesar da situação estar cada dia mais difícil. “A importação vem causando uma concorrência desleal, que dificulta nosso trabalho”, desabafa. A proprietária da Griffo Confecções, Gisele Mara Haverotti, teve que reduzir o valor do produto e a quantidade de produção de sua empresa. “Só não reduzi funcionários pois trabalhamos em poucos, mas a situação está muito complicada”, aponta.

Para uma faccionista que preferiu não se identificar, o trabalho está cada dia mais escasso. “Já coloquei até anúncio em jornal, mas não encontro trabalho. Faço isso há três anos e nunca a situação esteve tão difícil”, comenta.

O empresário Arnaldo Cadore, da Cadore Malhas, afirma que sua empresa está desdobrando a crise e por isso consegue operar com números positivos. Porém, confirma o encolhimento da produção em todo o país. “Os produtos importados da China enfrentam carga tributária menor, a mão de obra lá é mais barata e estes produtos entram no país sem controle, o que gera toda essa concorrência desleal”, destaca.

Proposta

Dados levantados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil apontam que o setor fechou o ano de 2011 com uma queda de 10% em seu faturamento, além do saldo negativo de 15 mil empregos.

Para mudar esta realidade e evitar que os números em 2012 sejam ainda piores, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que está mudando o atual regime de tributação aduaneira. Ao invés de cobrar o imposto sobre o valor da mercadoria, as importações serão taxadas com base no peso (volume) dos produtos. O objetivo desta proposta, segundo Mantega, seria coibir importações predatórias, principalmente de artigos têxteis provenientes da China, e combater o subfaturamento. A previsão é de que as mudanças iniciem ainda neste mês de fevereiro, aliviando a crise no setor.

Sindicatos confirmam dificuldades

Todas as dificuldades enfrentadas pelas empresas aumentaram o número de demissões na região. No Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Vestuário de Gaspar, Sintiveg, foram registradas 78 demissões em janeiro de 2010, 112 no mesmo mês de 2011 e 110 em janeiro deste ano. Os números mostram um aumento no número de demissões, que vem se mantendo neste ano. Se 2012 registrar dificuldades iguais ao ano passado, a previsão do Ministério do Trabalho e Emprego é de que neste ano a geração de empregos na indústria têxtil em Santa Catarina registre uma queda de 3,41%.

“Estas demissões têm muito a ver com a importação, hoje tudo vem pronto da China com um custo muito baixo. Outro motivo pode ser também a mão de obra terceirizada mais barata e  também a falta de qualificação”, aponta a presidente do Sintiveg, Rosana Quintino Pereira Fantoni.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Textil de Blumenau e região, Vivian Bertoldi, as estamparias e malharias menores é que enfrentam mais dificuldades em Gaspar. “As empresas grandes e médias ainda estão se mantendo em Gaspar. Mas em Blumenau a situação é pior, onde tivemos grandes empresas com demissões em massa no ano passado, como a Coteminas, que demitiu 670 pessoas e a Karsten, que neste ano demitiu 120 funcionários”, revela a sindicalista.

Fonte:|http://www.cruzeirodovale.com.br/index.php?industria-textil-enfrent...

Exibições: 272

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço