Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria Têxtil Sofre com Dólar Baixo - Especialistas Apontam Soluções para o Mercado

 

Apenas 5% dos contêineres com produtos importados são fiscalizados no País

A baixa do dólar prejudica as exportações, mas é benéfica para a importação de máquinas e equipamentos

Uma das soluções para aumentar a competitividade da indústria brasileira é melhorar a fiscalização dos importados

O setor têxtil, responsável por empregar mais de oito milhões de pessoas no Brasil e, com 30 mil empresas espalhadas pelo País, movimentou no ano passado US$ 60 bilhões. Apesar dos números positivos, a indústria vem enfrentando sérias dificuldades. O motivo? A baixa do dólar.

Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis), conta que não é por falta de competência técnica de empresários brasileiros que o setor enfrenta problemas. “O câmbio vem gerando desindustrialização. Essa situação só vai mudar se a agenda de competitividade melhor”, diz Pimentel.

O diretor explica que, com a crise econômica mundial, ocorrida em 2008, a China atrelou sua moeda ao dólar e a manteve depreciada para competir no mercado mundial, conquistando espaço inclusive no território brasileiro. “Em muitos estados brasileiros, existe incentivo para a importação de produtos”, lembra Pimentel, que aponta que esta é uma das principais dificuldades de as empresas brasileiras competirem no mercado interno.

“Nos últimos anos, o setor têxtil brasileiro vem crescendo menos que o varejo e muito menos que as importações. No ano passado, o crescimento industrial foi perto de 4,8%. O varejo cresceu 10% e as importações aumentaram em mais de 30%, em relação a 2009”, compara Pimentel.

Reinaldo Rozzatti, presidente da ABTT (Associação Brasileira de Técnicos Têxteis), comenta que o que torna mais desleal a competitividade das indústrias brasileiras com as estrangeiras são o baixo custo dos produtos e a baixa cotação do dólar. “Se o dólar estivesse com uma cotação justa, com certeza a equiparação com o produto nacional seria mais leal e daria maior competitividade ao que é produzido no Brasil”, diz.

Rozzatti ressalta que o dólar baixo não é exatamente algo ruim. “É uma via de duas mãos. Os empresários têm dificuldade para exportar seus produtos, mas este é um bom momento para importar máquinas e equipamentos.

Achar o equilíbrio é o grande desafio dos governantes, que até hoje não encontraram uma solução para criar isonomia do produto nacional com o similar estrangeiro”, fala.

Soluções

O fim do problema das indústrias brasileiras pode estar próximo. Lançado pelo governo federal em agosto deste ano, o Plano Brasil Maior determina a desoneração tributária para as confecções, além de estímulos à inovação, exportação e financiamentos, e redução dos impostos sobre a folha de pagamento dos setores de confecção.

Alfredo Bonduki, presidente do Sinditêxtil de São Paulo, considera as medidas do Plano satisfatórias, porém insuficientes. “Este primeiro passo foi, sem dúvida, na direção correta. Afinal, o governo reconheceu os problemas que o câmbio traz. Mas não adianta ficar reclamando da cotação do dólar porque a conjuntura mundial é essa”, salienta.

Bonduk aponta outro problema para o setor: a falta de fiscalização nos portos brasileiros com relação aos produtos importados. “Eles entram em Santa Catarina sem pagar ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços). Esta é uma distorção que precisa ser corrigida logo”, aponta Bonduki. Ele conta que existem no Brasil 202 pontos de entrada e a Receita Federal não controla tudo o que entra. “Apenas 5% dos contêineres são vistoriados. Um produto tão visado como o têxtil não pode ficar entrando assim no País”, avalia.

O diretor-superintendente da Abit também defende maior fiscalização na entrada dos produtos importados. “O Brasil não pode permitir esse tipo de guerra. Não podemos continuar dando incentivos ao que vem de fora”, aponta Pimental, que ressalta que essas questões não são recentes, mas vêm sendo discutidas há bastante tempo.

Reinaldo Rozzatti, da ABTT, comenta que faltam no Brasil mais incentivos. “Às vezes, parece que o governo brasileiro joga contra. O governo chinês incentiva a modernização das empresas oferece subsídios para adquirir tecnologia.

Aqui, o empresário tem que vencer barreiras para conseguir algum resultado em seus pedidos de financiamento”, diz. “É difícil ficar com pensamento otimista porque há muitos empecilhos, mas o empresariado brasileiro é um herói.

Mesmo com tantas coisas contra, muitas empresas continuam funcionando com tecnologia de ponta e parques industriais modernos. São essas empresas sobrevivem no mercado”, complementa Rozzatti.

Fonte:|http://operacoescambiais.terra.com.br/noticias/operacoes-empresaria...

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