Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A nova bateria, produzida com um tecido de prata que pode ser deformado ou esticado sem prejudicar os circuitos elétricos, é segura e tem uma melhor performance, abrindo novas possibilidades de aplicação.

[©University of Houston]

A ideia foi desenvolvida por uma equipa da Universidade de Houston, nos EUA, que conseguiu desenhar e desenvolver um protótipo de uma bateria de ião lítio num tecido de prata com características flexíveis.

«Como grande fã de ficção científica, conseguia imaginar um futuro do género no qual as nossas roupas são inteligentes, interativas e com energia», afirma Haleh Ardebili, professora de engenharia mecânica na Universidade de Houston, que teve a ideia. «Parecia um passo natural para criar e integrar baterias extensíveis com vestuário e dispositivos flexíveis. Imagine-se esticar ou dobrar o computador portátil ou o telemóvel para pôr no bolso. Ou usar sensores interativos integrados nas nossas roupas que monitorizam a nossa saúde», exemplifica.

Algumas destas ideias já começam a tornar-se realidade. Contudo, tal como acontece com toda a eletrónica, é necessário ter uma fonte de energia. Um dos principais constrangimentos ao desenvolvimento de eletrónica ou wearables de nova geração integrada em tecidos é que as baterias convencionais são, normalmente, rígidas, o que limita as funcionalidades dos artigos, e usam um eletrólito líquido, que gera preocupação ao nível da segurança. Os eletrólitos líquidos orgânicos convencionais são inflamáveis e podem levar a que as baterias se incendeiem ou até expludam sob determinadas condições.


[©University of Houston]

No caso do protótipo da Universidade de Houston, os investigadores usaram tecido condutor de prata como plataforma e coletor de corrente. «O tecido de prata foi ideal para isto, uma vez que deforma ou estica mecanicamente e ainda fornece a condutividade elétrica necessária para o elétrodo da bateria funcionar. O elétrodo tem de permitir a movimentação tanto dos eletrões como dos iões», explica Haleh Ardebili, que é autora do estudo publicado em Extreme Mechanics Letters, que tem como principal autora Bahar Moradi Ghadi, estudante de doutoramento cuja tese é baseada nesta pesquisa. 


Navid Khiabani, assistente de investigação, e a professora Haleh Ardebili [©University of Houston]

Ao transformar os elétrodos rígidos das baterias de ião lítio em elétrodos à base de tecido, usáveis e flexíveis, a tecnologia abre novas possibilidades. Haleh Ardebili acredita que o protótipo poderá ser o primeiro passo para a tecnologia ser usada em fatos espaciais inteligentes, eletrónica de consumo integrada em vestuário que monitorize a saúde das pessoas e dispositivos que interajam com humanos a vários níveis. Há muitos designs e aplicações possíveis para baterias seguras, leves e flexíveis, mas há ainda desenvolvimentos a fazer antes deste tipo de produto estar disponível no mercado.

«A viabilidade comercial depende de muitos fatores, como escalar a produção da bateria, o custo e outros elementos», aponta. «Estamos a trabalhar nessas questões e objetivos à medida que otimizamos e melhoramos a nossa bateria flexível», refere a professora, que aponta como meta «assegurar que as baterias são o mais seguras possível».

https://portugaltextil.com/investigadores-criam-bateria-flexivel-co...

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