Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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As marcas de moda italianas estão a apostar cada vez mais no mercado do Império do Meio para tentar contrabalançar o fraco desempenho das vendas no Velho Continente. Armani, Roberto Cavalli e Jil Sander querem replicar os bons resultados da Gucci e da Salvatore Ferragamo na China.

Não é só o Reino Unido que quer vestir os chineses com a moda assinada pelos seus designers (verChina na mira da moda britânica). Também os criadores italianos têm os olhos postos nas oportunidades que se desenham no Império do Meio, com um número crescente de milionários e, sobretudo, admiradores assumidos da moda “made in Italy”.

Com toda a Itália a sofrer com a austeridade orçamental e os receios de que uma Roma endividada possa seguir os passos de Atenas, a Camera Nazionale della Moda Italiana considera que a situação é «pior que em 2008», quando começou a crise financeira global.

A moda italiana tinha esperança de que a tendência observada no ano passado nas receitas, que cresceram 5,5% em comparação com 2010, pudesse ser sustentável. No entanto, as expectativas viram-se frustradas no final de Fevereiro, quando a indústria anunciou uma queda de 5,2% em 2012 para os 60,2 mil milhões de euros. As receitas caíram 4% em 2008 e um recorde de 15% em 2009.

«Tornou-se fundamental focalizar a atenção nos mercados asiático e americano», afirmou Mario Boselli, presidente da Camera Nazionale della Moda Italiana, que organiza a semana da moda de Milão. Com efeito, os resultados desanimadores em Itália estão a ser compensados em grande parte por ganhos em países não europeus, particularmente na Rússia, Hong Kong, Coreia do Sul e China.

«A situação é dramática. O mercado italiano está mau, assim como o mercado francês. Ninguém está a comprar nada! Há uma crise real na Europa», revelou um director de uma casa de moda que falou sob condição de anonimato.

Milão respondeu em conformidade: pela primeira vez, os compradores que frequentam os desfiles e os seguidores da moda terão acesso ao website da Camera Nazionale della Moda numa versão em língua chinesa.

Setenta e duas casas de moda apresentaram as suas colecções Outono/Inverno 2012 em palácios, monumentos e parques em toda a cidade de Milão, com destaque para nomes como Gucci, Prada, Fendi, Versace, Jil Sander, Bottega Veneta, Missoni, Dolce & Gabbana e Giorgio Armani.

«Este ano vai ser complexo e cheio de incertezas, enquanto 2011 foi globalmente positivo”, indicou Silvio Albini, presidente da Milano Unica, acrescentando que já havia sinais de uma desaceleração nas encomendas. «Este é o momento para as nossas empresas terem uma visão global e concentrarem-se nas exportações para países onde os valores do “made in Italy” contam muito”, acrescentou o responsável. Albini disse ainda que as importações de têxteis italianos por parte da China subiram 27,2% em 2011.

O gigante da moda Gucci, em particular, tem registado um desempeno tão bom na Ásia que impulsionou os resultados de 2011 para o grupo de luxo francês PPR que detém a marca. O PPR registou um crescimento de 2,3% no lucro líquido para os 986 milhões de euros em 2011, com as receitas a aumentarem 11,1% e o grupo revelou estar «muito otimista» de que a Gucci irá continuar a ter um bom desempenho na Ásia e as vendas a aumentarem.

A exposição ao negócio de maior margem de retalho na Ásia, e em particular na China, também aumentou os lucros da Salvatore Ferragamo. As receitas para a casa italiana, que encontra-se listada na Bolsa de Milão desde o ano passado, subiram 26,2% para os 986.5 milhões de euros. Diversas marcas estão também a expandir-se na região, incluindo nomes como Armani, Roberto Cavalli e Jil Sander, que acaba de inaugurar uma nova filial na China.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/40723/xmview/...

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